0000ff" face="Verdana" size="2">Fazendo o jogo do contente - da (antiga) série 'Mora na Filosofia'0000ff" face="Verdana" size="2">.
0000ff" face="Verdana" size="2">O mais divertido nesse último (último até que venha o próximo) capítulo inédito da tragicômica novela que assistimos diariamente sobre a história deste novo lugar que vem sendo chamado de Brasil - um país de todos, cujos 'pais fundadores' deitam e rolam no território onde o antigo Brasil um dia se deitou, suspirou e morreu - é que agora os ditos 'Filósofos' querem garantir a si mesmos a 0000ff">oportunidade de poder exibir um contracheque emitido pelos 'órgãos públicos da administração direta ou indireta'.
0000ff" face="Verdana" size="2">0000ff">Por que é divertido? Ora, é divertido porque 'órgãos públicos da administração direta ou indireta' significam nada mais, nada menos que... o Estado - exatamente o que todos os ditos 'Filósofos' passaram a furiosa e impunemente criticar desde que foi inaugurado este imenso jardim de manicômio em que psicopatas de diferentes nacionalidades optativas tomam seu solzinho e seu refresco enquanto 'filosofam', também todos os dias.
0000ff" face="Verdana" size="2">Mora na filosofia - Kant já apontava como imperativo categórico universal o seguinte0000ff" face="Verdana" size="2">: 'A máxima do meu agir deve ser por mim entendida como uma lei universal, para que todos a sigam'. Bonito, isso. Bonito pra caramba. É ou não é?
0000ff" face="Verdana" size="2">Pois ta0000ff" face="Verdana" size="2">lvez, agora, os ditos 'Filósofos' resolvam defender furiosamente a existência do Estado em todas as Escolas, demais Instituições nacionais e botequins de todos os tipos e de todas as classes.
0000ff" face="Verdana" size="2">E o Brasil - quem sabe? - possa até ressuscitar.
0000ff" face="Verdana" size="2">0000ff" face="Verdana" size="2">Morou, Maria?
0000ff" face="Verdana" size="2">Há males que vêm para o bem - o que 0000ff" face="Verdana" size="2">não é exatamente um imperativo categórico, mas, em todo caso, assim dizem...
0000ff" face="Verdana" size="2">VaniaLCintra
0000ff" face="Verdana" size="2">.......................................
Folha de S.Paulo
São Paulo, quarta-feira, 25 de janeiro de 2012 Hélio Schwartsman Corporativismo transcendental SÃO PAULO - Quando acho que já vi todas as formas pelas quais o corporativismo assalta a coisa pública, sou surpreendido pela criatividade humana. Desta vez, o golpe vem de uma facção de meus colegas filósofos. Tramita na Câmara o projeto de lei n. 2.533/11, de Giovani Cherini (PDT-RS), que define quem pode ser Filósofo (com letra maiúscula mesmo). Como sempre ocorre com esse tipo de peça legislativa, a primeira providência é restringir a entrada na carreira, e a segunda, criar novas e mais ricas oportunidades de emprego. Seguindo o enredo clássico, o projeto define como Filósofo quem concluiu graduação ou pós na área -o que faz a alegria dos donos de escolas e solapa mais um bocadinho o princípio constitucional que diz que o livre exercício das profissões deveria ser a regra geral-, mas avança o sinal ao reservar a uma tal de Academia Brasileira de Filosofia, entidade privada que exibe entre seus feitos a concessão de títulos 'honoris causa' a João Havelange e Carlos Alberto Torres, o direito de emitir diplomas em todos os níveis. Numa interpretação possível, após a publicação da lei, esse direito seria exclusivo na licenciatura e na pós, mas a ideia é tão absurda que prefiro crer que seja um erro de redação. O pior vem no artigo 3. do projeto, que puxa um verdadeiro trem da alegria: 'Os órgãos públicos da administração direta ou indireta ou as entidades privadas, quando encarregados da elaboração e execução de planos, estudos, programas e projetos socioeconômicos ao nível global, regional ou setorial, manterão, em caráter permanente, ou enquanto perdurar a referida atividade, Filósofos legalmente habilitados, em seu quadro de pessoal, ou em regime de contrato para prestação de serviços'. O que os filósofos farão, não se sabe. Talvez sua tarefa primeira seja encontrar uma função para si próprios. Como o projeto tramita em caráter conclusivo, se nenhum deputado protestar isso acaba passando. helio@uol.com.br
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