DE GUERRILHEIRO E CORRUPTO A PORTA VOZ DOS CHEFES MILITARES?
O ex-terrorista José Genoino, hoje assessor do Ministério da Defesa, diz que os três comandantes militares estão tranquilos com a instalação da Comissão da Verdade e que a apóiam
A Comissão da Verdade pretende contar a VERDADE sobre, por exemplo, o assassinato covarde, com incríveis requintes de crueldade, do tenente Alberto Mendes Júnior, da Polícia Militar de São Paulo, comandada por aquele doce facínora? Contará a verdade sobre as 119 pessoas assassinadas (nomes, circunstâncias e assassinos, pelos terroristas de esquerda?
Eu estou aqui é para desafinar o coro dos contentes mesmo! Não que eu faça questão de ir sempre contra as unanimidades porque supostamente burras — algumas não são. Se fossem, então estaríamos diante de uma unanimidade… burra, certo? Eu gosto é de lógica e não gosto de coisas explicadas ou ditas pela metade.
O ex-terrorista José Genoino, hoje assessor do Ministério da Defesa, diz que os três comandantes militares estão tranquilos com a instalação da Comissão da Verdade e que a apóiam. Pode ser. Eu nunca me senti obrigado a ter a bênção militar para pensar isso ou aquilo. Por isso, não apóio comissão nenhuma! Parece que Genoino, 40 anos depois, resolveu aderir a uma nova máxima: "Se até os militares gostam…" Vamos ao caso do dia.
A ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário — aquela que foi a São Paulo deitar proselitismo contra a polícia mais eficiente do país —, esteve com a presidente Dilma e concedeu uma entrevista depois. Afirmou basicamente que espera contar com o apoio da oposição para a instalação da tal comissão e que nada divide, nesse particular, o governo e seus adversários. Certo.
A dita comissão, depois de uma longa negociação, vai contar a história oficial, segundo a ótica, dos direitos humanos, no período que vai de 1946 a 1985. O Brasil é um país exótico mesmo. Em 1946, dá-se a redemocratização, depois da ditadura do Estado Novo. Se era para ir tão longe, por que não chegar a 1937, quando Getúlio institui a ditadura escancarada — a de 1930 a 1937, foi uma ditadura mascarada. Alguém poderia dizer: "É que houve uma anistia!" Ah, bom!!! E a de 1979? Não vale? Quer dizer que vamos recontar 42 anos de história do Brasil e vamos deixar um ditador asqueroso, como o primeiro Getúlio, fora da parada por causa de oito aninhos só?
Essa história de voltar a 1946 é uma máscara hipócrita para inverter os algarismos: querem mesmo é se fixar no período que começa em 1964, nesse joguinho do doce revanchismo. A anistia de Getúlio, que torturou muito mais do que o regime militar, vale porque, afinal, vocês sabem, ele é o "nosso" (deles) doce ditador. Já a dos militares… É evidente que se trata de revanchismo soft, liofilizado, aparentemente cordato. A depender da evolução do debate, encrua-se a história.
"Se até o chefes militares concordam, quem é você para discordar?" Eu? Alguém com o direito de discordar dos militares, ora essa! A ditadura acabou, não é mesmo?
É curioso que os petistas, que vivem de satanizar os adversários, tentando lhes cassar a legitimidade para fazer política, se mostrem dispostos a dividir essa "dádiva", não é?
Comissão da Verdade? O terrorista Carlos Lamarca foi admitido no panteão dos heróis, com pagamento de indenização e até promoção post mortem. Assim, foi adotado pelo estado brasileiro como homem de bem. A Comissão da Verdade pretende contar a VERDADE sobre, por exemplo, o assassinato covarde, com incríveis requintes de crueldade, do tenente Alberto Mendes Júnior, da Polícia Militar de São Paulo, comandada por aquele doce facínora? Contará a verdade sobre as 119 pessoas assassinadas (nomes, circunstâncias e assassinos aqui) pelos terroristas de esquerda?
Pois eu acho que não!
"Ai, como o Reinaldo é reacionário e direitista!" Sou, é? Acho bastante progressista, numa democracia, o respeito às leis. E o país aprovou uma Lei da Anistia. Essa é a questão de fundo. E há um outro aspecto importantíssimo, central mesmo: essa gente gosta de mistificar seu heroísmo passado para justificar suas lambanças presentes. Ao se fazerem de vítimas e de grandes paladinos da democracia, tentam justificar seus crimes de hoje.
Ah, sim: é bobagem me ofender. Já conheço todos os insultos. Quero argumentos convincentes, que não fiquem no puro proselitismo vitimista.
Texto publicado originalmente às 18h39 desta sexta
Por Reinaldo Azevedo
PARABÉNS JORNALISTA REINALDO AZEVEDO. CORAGEM E OPORTUNIDADE. SÓ NO BRASIL É QUE UM GRANDE LADRÃO (QUADRILHEIRO) CHAMADO PELO PROCURADOR GERAL DA REPÚBLICA PODE REPRESENTAR O GOVERNO.
Grupo Guararapes
REPASSEM, POR FAVOR