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Artigos-->Adeus às armas? -- 15/08/2011 - 16:26 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


13/08 - Adeus às armas?





Gen Ex José Carlos Leite Filho - 12/08/2011



O crepúsculo de qualquer carreira profissional, por mais exitosa que seja, há de ter o seu ponto final, seja por motivo de ancianidade seja pela busca de um maior e melhor convívio familiar ou por algum outro que possa advir. No meu caso, o "adeus às armas" em termos militares já ocorreu por uma questão de idade, mas remanesce em mim a luta por um Brasil melhor, aquela que deveria ser intrínseca e constante na vida de todo cidadão. Esse sempre foi o meu pensar, como militar e como cidadão, mas, ultimamente, parece-me forçoso reconhecer que a renovação do combatente se faz impositiva até para as melhores equipes.



Por outro lado, já que "ninguém é dono da verdade", o que será "o Brasil melhor" pelo qual tenho lutado? Certamente não é o Brasil do mensalão, do enriquecimento ilícito, dos desvios constantes de verbas públicas, dos deveres sociais do Estado -saúde, educação e segurança pública- como letras mortas na Constituição, dos políticos analfabetos e dos garis concursados, das férias de 60 dias, dos injustificáveis 15 e 16 salários, das semanas de três dias de trabalho, da justiça que tarda e nem sempre chega, da impunidade como regra, da substituição do mérito por conveniências eleitorais, dos governantes sem visão de estadista, dos governantes corruptos e acima da lei, de governos impiedosos contra a "tortura" e lenientes com o terrorismo, de um "Poder Civil" surrealista acrescido aos poderes constitucionais, dos ministérios governamentais loteados como feudos, da Democracia de palanque e acobertadora de desmandos, das Forças Armadas íntegras, mas despreparadas para a guerra, da ilusória "igualdade de todos perante a lei" e do enganador marketing substituindo as realizações...!



E se não é nada disso, retrato do Brasil atual, serei eu parte de um pequeno exército de D. Quixotes à deriva da realidade que enxergo? Ainda não me rendi, mas confesso que o meu adeus se aproxima já que não escuto a voz do povo, que dizem ser "a voz de Deus", a clamar contra a situação reinante e, portanto, sofro com a premonição do ínclito Rui Barbosa ao dizer: "De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto."



Resta-me o dilema: continuar lutando ou ficar com a vergonha.



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