Mulheres paralelas

 

Por Dr. José Ricardo Camargo Xavier

De tempos em tempos surgem pesquisas, estudos lineares, discussões jornalísticas e escritas acerca das diferenças entre homens e mulheres.



Alguns “estudiosos” alertam e confirmam que os homens gostam de se gabar que possuem 23 bilhões de neurônios enquanto a mulher possui "somente" 19 bilhões, 4 bilhões a menos.



Consideram este fato, comprovado cientificamente ou não, mas com claro sinal de superioridade.



As mulheres respondem imediatamente, que a suposta diferença, não altera os meios nem os fins, no que elas estão absolutamente corretas.



Do ponto de vista da seleção natural, biológico, não há como a natureza selecionar mulheres "burras" e homens "inteligentes".



Nos primórdios da existência denominada humana, ambos os sexos tinham que ser igualmente espertos para fugirem dos predadores, e continua a ser assim, tanto naqueles tempos quanto sejam nos dias atuais.



Bioquimicamente as mulheres compensam esta diferença em números de neurônios processando as informações de forma diferente.



Homens pensam seqüencialmente, etapa por etapa, usando uma lógica própria e trilhando o caminho da racionalidade (?), comparando fatos com regras pré-estabelecidas.



Suas conclusões dão do tipo “sim-não”, “certo-errado”, “quero não quero”, em sua maioria de forma linear, incluso os homens que ocupam cargos de decisões de rumos, e, muitos, não me parecem ser nada inteligentes em suas decisões, pois não pensam com emotividade racional, e muitos tem vinganças comportamentais mais absurdas de serem digeridas que se propaga em desfavor das mulheres.



Em geral, as mulheres raciocinam em paralelo, avaliam dezenas de variáveis simultaneamente, e suas conclusões são do tipo “melhor ou pior?”, ou uma simples sensação visceral de certeza da conclusão.



Por isto, dizem que as mulheres são “intuitivas”.



Todos os seres humanos são intuitivos, mas as mulheres sabem usar a intuição apensa por ser intuição, e levam uma enorme vantagem nisso, pois a intuição não engana a mente emocional cárdica de ninguém!



Elas processam informação mais rapidamente, são mais abrangentes, mais holísticas.



E o que seria da humanidade se não tivessem as grandes mulheres do passado, tão presentes em nossas atitudes e real existência, se não fosse o uso da intuição cardio-emocional?



Ou seja, mulheres são paralelas, homens são seriais.



Um estudo recente (?) descobriu (?) que as mulheres possuem 13% mais sinapses do que homens, o que viria a compensar uma suposta diferença e mudar a forma de pensar.



Mas no pensar de quem?



Homens têm mais neurônios, mulheres têm mais sinapses.

SINAPSES: s.f. (Anatomia): relação anatômica entre as células nervosas; região de contato entre os neurônios em contigüidade.



Em meu ponto de vista, se assim for, e, pelos estudos efetuados o são, pensar e ter mais sinapses faz uma grande diferença para a mulher e sua vida e fases como criança, menina, adolescente, mulher, além das funções à ela impostas por tradições e imposições imperiosas do chamado machismo.



Sei e aplico o que segue: para ser homem não preciso desmerecer ou desconsiderar o papel relevante que a mulher exerce em todas as áreas das atividades humanas, por não ter a competência intuitiva cardio-emocional que ela tem!



Creio ser por isto, que as mulheres conseguem cuidar de 20 coisas ao mesmo tempo.



São excelentes enfermeiras, mães de seus filhos e de seus homens, administradoras de equipes, administradoras de escolas, hospitais e associações, onde ninguém fica quieto um minuto.



Hiperatividade ou ser proativa com eficiência?

Certamente os dois!



Homens adoram gerenciar planos, números e orçamentos que precisam ser obedecidos.



Por serem seriais e lógicos tendem a ser burros e arrogantes, se passando por e donos da verdade, mesmo estando errados.



Errados? Poucos admitem que erram, mesmo algumas mulheres!



Mulheres/fêmeas, por serem paralelas, em regra, sempre sofrem a incerteza da dúvida, mesmo achando que estão certas.



São inseguras sem uma razão na visão lógica dos homens/machos.



Suas conclusões são corretas, mas não seguem a lógica masculina serial.



Homens tendem a ver tudo preto ou branco, esquerda ou direita.



Mulheres tendem a ver em cores, mas algumas vezes só cor cinza, são muito menos dogmáticas e mais conciliatórias.



Homens arriscam um tudo ou nada com enorme facilidade.



Mulheres tendem a procurar a opção mais segura (para elas apenas, muitas vezes).



Numa briga de casal, homens discutem causa e efeito.

Mulheres discutem sentimentos e emoções, ambos de acordo como seus cérebros processam informações, e estão certos.



Um dos problemas desta teoria é que não se sabe exatamente como funciona o cérebro paralelo.



A maioria dos estudos neurológicos tem sido feita em cérebros de soldados mortos em combate, não em cérebros de mulheres.



Mas precisa de estudos para criar diferenças quando o ideal seria facilitar a união desses fatores fisiológicos para uma convivência harmoniosa?



Quem terá a coragem de se direcionar nessa direção?



Eu assim o faço há muito e sinto que as melhoras enquanto humano racional melhorou e muito, e minha “macheza” está mais bem aceita pelo “feminismo” delas!



Na realidade, ambos os sexos são seriais e paralelos e o que se sugere para uma reflexão mais aprimorada, é que talvez os homens tendem a ser mais seriais, as mulheres tendem a ser mais paralelas.



Porque não ser um pouco de cada para melhor conviver?



Estas características, às vezes, são descritas erroneamente como cérebro direito e cérebro esquerdo.



O lado do cérebro não tem nada a ver com estas diferenças.



Importaria sim se o lado fosse das formas de tratamentos mútuos, em especial na afetividade.



A verdadeira explicação não é o lado, mas sim se está sendo processado pela parte do cérebro que é paralela, ou a parte que é serial.



E na intimidade?

Vamos discutir qual dos lados do cérebro é que irá comandar quem fará o que e como?



Se esta teoria de diferenças for correta, e está longe de ser aceita, explicaria porque é tão difícil a comunicação entre os sexos.



Homens ficam num canto falando de dinheiro, mulheres do outro falando de emoções.

Para diminuir esta distância, mulheres teriam de tentar explicar suas conclusões de forma mais serial.



Homens deveriam escutar mais os sentimentos (paralelos) das mulheres e falar com analogias e cenários e não com deduções lógicas.



Porque não à essa Osmose?



Na medida em que o mundo se torna cada vez mais complexo, exigindo o processamento de centenas de variáveis ao mesmo tempo, aumentam as vantagens competitivas das mulheres sobre os homens.



Já se falava que este milênio seria das mulheres, e hoje mais mulheres se formam em inúmeras áreas que somente homens atuavam.



Ser parceiros no trabalho, na vida e na intimidade faz a diferença entre tentarmos sermos ou não felizes e integrados.



Assim sendo, o fato de haver uma diferença quantitativa de neurônios traduz apenas que as formas de agir e pensar podem ser somatórias para se chegar a algum lugar melhor que a denominada “guerra dos sexos”.



E creio que essa “guerra dos sexos” possa ser um criadouro de novas emoções, sem se perder o ser macho e/ou ser fêmea, pois quando os hormônios gritam, não são as diferenças que farão a diferença, mas o prazer que ambos irão proporcionar um ao outro.