Exatos dezenove dias depois da Denúncia do brutal acréscimo de seupatrimônio pessoal, o Ministro Antonio Palocci da Casa Civil daPresidência da República que foi Ministro da Fazenda, ConsultorEspecial para assuntos misteriosos e não revelados, além deCoordenador da Campanha Presidencial da Candidata Oficial se dignoufinalmente a dar uma entrevista pífia que nada revela que já não fosseconhecido, e, sobretudo deixa de referir o principal, ou seja o nome eos contratos dos que contribuiram para o vultuoso crescimento do seupatrimônio, em milhões de reais em tão pouco tempo. Em verdade nadaexplicou, e muito menos justificou do extraordinário crescimentopatrionial, sobretudo quando exerceu cargos da maior influência quefacilmente poderiam ser convertidos em tráfico de influência, advocaciaadministrativa, e, muitas outras ilicitudes.
Alega também, de uma formasimplista que todas as explicações foram dadas aos OrgãosFiscalizadores. Será que foram mesmo, considerando que jogam no esmotime do Govêrno, e levando também em consideração que o triste episódioda quebra de sigilo do caseiro Francenildo se deu quando o mesmo Palocci era Ministro da Fazenda.?
Quer impor agora a credulidade forçadade estar acima de qualquer suspeita, como se isso fosse explicaçãosuficiente para o cidadão comum que tem o direito de saber a verdade.Talleyrand, aliás já vaticinava sarcásticamente que na vida Públicamuitos servem aos próprios interesses, em simulando servir osinteresses da comunidade. O pretenso dever de sigilo de cláusulas econtratos dos seus clientes não podem evidentemente prevaler, ao menosnuma sociedade livre, democrática e digna desse nome. Afinal, porquanto tempo vamos assistir ainda aos extertores de um demissionárioque conta com a hesitação do Poder Central e da complacência de umPartido que se dizia paradigma da moralidade pública.?
Emilio Nina Ribeiro. Membro do Instituto dos AdvogadosBrasileiros.