1. O resultado do plebiscito no Equador, criando poderes ditatoriais sobre os meios de comunicação e o poder judiciário, mostra, literalmente, um empate. No último plebiscito, o presidente Rafael Correa havia obtido 70% dos votos de apoio à nova constituição chavista. Agora, em nenhuma das 10 perguntas Correa obteve 50% dos que compareceram para votar. E, em algumas delas, a lenta apuração só faz aumentar a desconfiança na honestidade do pleito. O caso mais grave foi do instituto de pesquisas do governo que difundiu amplamente um resultado de boca de urna totalmente descabelado, com mais de 60% para o SIM em todas as perguntas, quando, no limite, obteve 47% ou 48%. Ficou clara a tentativa de desmobilizar a oposição na fiscalização das mesas eleitorais para facilitar a fraude.
2. Na última eleição parlamentar a fins de 2010, na Venezuela, a oposição obteve mais de 50% dos votos nominais. A legislação chavista, concentrando representação em seus redutos, reduziu a proporção dos deputados de oposição a quase 40%. Ficou claro que há pelo menos um empate hoje na Venezuela. Chávez aproveitou os últimos minutos do parlamento anterior para aprovar uma lei delegada ampla, fazendo cair a máscara de algum resquício de democracia. A fins de 2012 virá a eleição presidencial e as pesquisas de hoje mostram que a oposição corre com grande chance de vencer. O obstáculo maior será a fraude.
3. Na Bolívia, o presidente chavista Evo Morales viu despencar sua popularidade em praticamente um ano após a sua reeleição por maioria absoluta. Hoje, conta com 30% de ótimo+bom, perdeu a liderança sobre a COB- Central Obrera Boliviana- que realizou grandes protestos nos últimos meses. Santa Cruz -estado responsável por mais de 35% do PIB nacional- a oposição governa e cresce. Toda a faixa oriental, Beni e Pando, além de Santa Cruz, da mesma forma.
4. As tentativas chavistas do presidente Lugo, no Paraguai, foram -na prática- abandonadas. O senado paraguaio ainda não aprovou o ingresso de Chávez/Venezuela no Mercosul. E o Partido Colorado -de oposição- ganhou com folga as eleições municipais.
5. No Peru, cujo segundo turno ocorrerá dia 5 de junho, o favoritismo do chavista Ollanta Humala desapareceu e, sua adversária, Keiko de 35 anos, apesar de filha de Fujimori, já aparece na frente nas pesquisas dos últimos dias. Humala tem o apoio explícito e militante de setores do PT. Aliás, não custa lembrar, que a estrela do chavista Marco Aurélio Garcia, no Brasil, já não brilha mais como antes.