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Artigos-->Cartilha secreta do MST -- 29/04/2011 - 11:53 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O MANUAL DA GUERRILHA ENSINA CRIMES



CARTILHA SECRETA DO MST



Por: Roberto Prado



Como roubar, fraudar cadastros do governo eaté fabricar bombas e trincheiras – está tudo na cartilha secreta doMST apreendida pela polícia – Revista Veja – De Otávio Cabral A fazenda Estância do Céu era uma típica propriedade... dos pampasgaúchos. Localizada em São Gabriel, a 320 quilômetros de Porto Alegre,seus 5 000 hectares eram ocupados por 10 000 bois e 6 000 carneirosque pastavam entre plantações de arroz e soja. O cenário, de tãobucólico, parecia um cartão-postal. Tudo mudou na fria e ensolarada manhã do dia 14 de abril passado. Porvolta das 7 horas, 800 integrantes do Movimento dos TrabalhadoresRurais Sem Terra, o MST, invadiram a propriedade aos gritos. "Nósganhamos. Ganhamos dos porcos. A fazenda é nossa." Armados com foices,facões, estilingues, bombas, rojões, lanças, machados, paus e escudos,os sem-terra transformaram a Estância do Céu em um inferno. Alimentose produtos agrícolas foram saqueados. As telhas da sede da fazendaforam roubadas. Os sem-terra picharam paredes, arrancaram portas ejanelas e espalharam fezes pelo chão. Bombas caseiras foram escondidasem trincheiras. Animais de estimação, abatidos a golpes de lança,foram jogados em poços de água potável. Quatro dias depois, quando apolícia finalmente conseguiu retirar os sem-terra da fazenda, sósobravam ruínas. A barbárie, embora não seja exatamente uma novidadena trajetória do MST, é um retrato muito atual do movimento, quefestejou seu aniversário de 25 anos na semana passada. Suas ações recentes, repletas de explosão e fúria, já deixaramevidente que a organização não é mais o agrupamento romântico queinvadia fazendas apenas para pressionar governos a repartir a terra.Agora, documentos internos do MST, apreendidos por autoridades gaúchasnos últimos seis anos e obtidos por VEJA, afastam definitivamente ahipótese de a selvageria ser obra apenas daquele tipo de catarse que,às vezes, animaliza as turbas. O modo de agir do MST, muito parecidocom o de grupos terroristas, é uma estratégia. A papelada – cadernos,agendas e textos esparsos que somam mais de 400 páginas – é umamistura de diário e manual da guerrilha. Parece até uma versão rural,porém rudimentar, do texto O Manual do Guerrilheiro Urbano, escritopor Carlos Marighella e bússola para os grupos que combateram o regimemilitar (1964-1985). Os documentos explicam por que as ações criminosas do movimento seguemsempre um mesmo padrão. O registro mais revelador sobre a faceguerrilheira do MST é formado por quatro cadernos apreendidos pelapolícia com os invasores da Estância do Céu em maio passado. As 69páginas, todas manuscritas, revelam uma rotina militarizada – ebandida. "Muita arma no acampamento", escreveu Adriana Cavalheiro,gaúcha de cerca de 40 anos, uma das líderes da invasão, ligada aosdirigentes do MST Mozart Dietrich e Edson Borba. Em outro trecho, emforma de manual, o texto orienta os militantes sobre como agir dianteda chegada da polícia. "Mais pedra, ferros nas trincheiras (...) Zincocomo escudo (...) Bombas tem um pessoal que é preparado. Manter alinha, o controle de horas e 800 ml", anotou a militante, descrevendoa fórmula das bombas artesanais, produzidas com garrafas de plástico elíquido inflamável. O manual orienta os militantes a consumir o que éroubado para evitar a prisão em flagrante. Também dá instruções sobre como fraudar o cadastro do governo parareceber dinheiro público. Há até dicas sobre políticos que devem seracionados em caso de emergência. Basta chamar o deputado federal AdãoPretto e o ex-deputado estadual Frei Sérgio. Ganha um barraco de lonapreta quem souber o partido da dupla. Em seus capítulos nãocontemplados pelo Código Penal, o manual expõe uma organizaçãoclaramente assentada sobre um tripé leninista, com doutrinaçãopolítica, centralismo duro e vida clandestina. Além de teoriasesquerdistas, repletas de homenagens a Che Guevara e Zumbi dosPalmares, há relatos de espionagem e tribunais de disciplina. Umamilitante, que precisou de "licença" de um mês para fazer umacirurgia, só foi autorizada a realizar o tratamento com a condição deque ele fosse feito num único dia. Brigas, investigações internas epunições também explicitam o rígido e desumano controle exercido sobresuas fileiras. "Assim como nas favelas controladas pelo narcotráfico, o MST atua comopolícia e juiz ao impor e fiscalizar seu código de conduta", afirma ofilósofo Denis Rosenfield. Exagero? Talvez não. Dos 800 invasores quedepredaram a fazenda Estância do Céu, por exemplo, 673 já foramidentificados. Nada menos que 168 tinham passagem pela polícia. Haviaantecedentes de furto, roubo e até estupro. "O MST é formado poralguns desvalidos, vários aproveitadores e muitos bandidos", diz opromotor Gilberto Thums, do Ministério Público gaúcho. "Eles usamtáticas de guerrilha rural para tomar territórios escolhidos peloslíderes." Embora raramente sejam expostos à luz, manuais deguerrilha são lidos como best-sellers nos acampamentos. Também no Rio Grande do Sul, berço e laboratório do MST, a políciaapreendeu três documentos que registram o lastro teórico de suaconfiguração de guerra. O mais recente, apreendido em julho passado,orienta os militantes a "se engajar na derrubada de inimigosestratégicos". Os inimigos, claro, não se resumem aos gatinhos dasfazendas ocupadas pelo MST. O objetivo é a "derrota da burguesia", o"controle do estado" e a "implantação do socialismo". O documentolista exemplos de como "interromper as comunicações do inimigo" e"incendiar as proximidades para tornar o ambiente irrespirável". Podenão ser obra do acaso. Há dois anos, um membro das Farc foi descobertopela polícia em meio aos sem-terra gaúchos. A combinação entre teoriae prática deixa poucas dúvidas sobre os propósitos do MST. Omovimento, que seduziu a intelectualidade nos anos 80 e caiu nasgraças do povão na década seguinte, está marchando para a guerrilharural. Diz o filósofo Roberto Romano: "O MST está se filiando à tradição leninista de tomada violenta dopoder por meio de uma organização centralizada e autoritária". Aestratégia da guerrilha é um sucesso recente nos pampas graças a suaeficácia. As invasões e os acampamentos têm funcionado em muitoscasos. Em novembro passado, após cinco anos de guerra com o MST, ofazendeiro Alfredo Southall resolveu vender a Estância do Céu aoInstituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). "Canseida batalha. Joguei a toalha", desabafa. Suas terras serãotransformadas em um assentamento para 600 famílias. O fazendeiro gaúcho Paulo Guerra teve sua fazenda invadida seis vezesdesde 2004. Os invasores destruíram uma usina hidrelétrica e 300quilômetros de cercas. Também queimaram dois caminhões, dois tratorese onze casas, além de abaterem 300 bois. "Minha família se dedica àfazenda há 100 anos. Podemos perder tudo, mas não vamos entregar nossopatrimônio ao MST", diz. Nos últimos dois anos, mais de 600 processosjá foram abertos contra militantes do movimento. Uma ação judicialpede que o MST seja colocado na ilegalidade. Enquanto ela não éjulgada, porém, os promotores têm conseguido impedir seus integrantesde circular em algumas regiões. "Não se trata de remover acampamentos.A intenção é desmontar bases usadas para cometer reiterados atoscriminosos", justifica o promotor Luis Felipe Tesheiner. O MST passa atualmente por uma curiosa transmutação política. Desde achegada ao poder de Lula e do PT, aliados históricos do movimento, asigla abrandou os ataques ao governo federal. A trégua, que beneficiaa ambos, permitiu que os sem-terra apadrinhassem vinte dos trintasuperintendentes regionais do Incra. É um comportamento muitodiferente de quando o MST liderou as manifestações "Fora, FHC" einvadiu a fazenda do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em 2002.O terrorismo agora é praticado preferencialmente no quintal degovernadores de oposição a Lula, como a gaúcha Yeda Crusius e opaulista José Serra. A reputação do MST acompanha sua guinadaviolenta. Dez anos atrás, a maioria dos brasileiros simpatizava com asigla. Agora, a selvageria, aliada à extraordinária mobilidade quelevou 14 milhões de pessoas a ascender socialmente nos últimos anos,mudou a imagem do movimento. Pesquisa do Ibope realizada no anopassado mostra que metade dos entrevistados é contra os sem-terra. OMST, hoje, é visto como sinônimo de violência. "As pessoas descobriramque é possível melhorar de vida sem que para isso seja necessáriofazer uma revolução", diz o presidente do Ibope, Carlos AugustoMontenegro. Às vezes é preciso tempo para enxergar o óbvio.







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