No figurativo, a imagem do cisne subjectiva poetas, oradores, músicos e toda essa imensa prole de artistas, agentes do raciocínio, a maioria deles, infelizmente para a cadência social e cívica, semi-pensantes, anódinos, autênticos verbos de encher e até, na maioria das vezes, a fazerem de conta que enchem.
Virgílio foi apelidado de "cisne de Mântua", tal como Rossini, o "cisne de Pesaro; o elegante palmípede também sugere o último dos efeitos artísticos do humano sob a antecâmara da morte, vulgarmente conhecido pelo "canto do cisne". Estas citações, que como milhões delas constituem maquilhagem predilecta na Usina, podem ser mais fácilmente obtidas do que, a sério, produzir um arroto.
Os cisnes, entre outras curiosas particularidades que os dotam e enobrecem, distinguem-se também pela excelência dos serviços que podem prestar com eficiente alarde e alarme, sendo mesmo capazes, em situações bizarramente instantes, de se apresentarem temíveis à bicada. Já me sucedeu de pele que um destes bonitos e simpáticos animais me incomodou bastante os tornozelos e as baínhas das calças.
Afirmou-se em tempos que esta espécie estava em riscos de extinção, o que seria uma perda irreparável, pelo menos para paradigmar os poetas, os oradores e artistas de verbo quejando que, para desgraça das letras e das palavras, nunca mais se extinguirão. Nem com coragem de cisne!