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Artigos-->A problemática indígena - V -- 09/02/2011 - 10:37 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A Problemática Indígena (V)



Manoel Soriano Neto (*)



Abordamos, anteriormente, alguns aspectos julgados de relevância quanto à problemática indígena no Brasil, uma questão universal com sérios reflexos para o nosso país. Em especial, realçamos o papel histórico do Marquês de Pombal, de José Bonifácio e do Marechal Rondon. Todos eles se debruçaram, com grande diligência, sobre a questão indígena que ora tanto nos aflige em face da provável criação de “nações indígenas”, máxime na Amazônia, em imensas áreas, riquíssimas em minerais estratégicos e biodiversidade e localizadas em faixa de fronteira.



O Marquês de Pombal, em 1755, concedeu a liberdade “aos bugres do Brasil”, o que causou sérios descontentamentos a inúmeros colonos que os escravizavam e, em mais acentuado grau, aos jesuítas, que os confinavam em aldeamentos (“reduções” ou “pueblos”) para fins de evangelização catequética. Após a ocorrência de vários e graves incidentes, o dito Marquês proibiu, de forma implacável, que os padres inacianos “comerciassem, pregassem e confessassem os gentios”, ato que antecedeu a expulsão, no ano de 1759, dos religiosos da Companhia de Jesus, de Portugal e de seus domínios (diga-se que ele condenou à fogueira, “por heresia”, o legendário padre Gabriel Malagrida, cujo apostolado se tornou célebre em nosso país). No Brasil, a ordem foi executada no ano seguinte, daqui partindo mais de 600 padres e sendo fechados os seus colégios e escolas.



O cumprimento do Tratado de Madri (de 1750) provocou um levante geral dos índios guaranis dos “Sete Povos das Missões Orientais do Uruguai” (RS) que foi debelado na chamada “Guerra Guaranítica” (1754/56) cantada em versos no poema “O Uraguay”, de Basílio da Gama. Na Guerra, distinguiu-se o alcaide do Povo de São Miguel - “a Capital das Missões” - o índio Antônio Sepé Tiaraju, morto em combate e hoje assaz cultuado pelos gaúchos, lá havendo até um município de nome “São Sepé”; ele é tido como santo, na crendice popular gauchesca.



Diga-se, ainda, que o notável Marquês de Pombal (considerado um dos “déspotas esclarecidos”) também proibiu o uso da língua indígena brasileira, o “nheengatu”, falada em quase todo o Brasil, com predominância em relação ao Português, por mais de dois séculos (o bandeirante Domingos Jorge Velho, desbravador dos sertões do Piauí e conquistador do Quilombo dos Palmares, necessitava de um intérprete, pois pouco compreendia o idioma de Camões, só falando o “nheengatu”, chamada de “língua boa” ou “língua-geral dos índios do Amazonas”). Tal medida foi fundamental para o objetivo da integração nacional, caracterizada por nossas invejáveis miscigenação e unidades lingüística e territorial, patrimônio unicamente brasileiro. Propalam, hodiernamente, que o Brasil é um país multilingüe, existindo cerca de 220 línguas aqui faladas, entre estas, 180 indígenas (fato muito trombeteado pelo indigenismo internacional). Mas, na realidade, isso é uma balela e todos sabemos que um só idioma, com variados sotaques, nos une em todos os quadrantes deste país-continente: a língua portuguesa, nossa língua-mater, “a última flor do Lácio, inculta e bela”, consoante Olavo Bilac!



Relembremos, por derradeiro, de dois pró-homens da causa indígena nacional - José Bonifácio e o Marechal Cândido Rondon; aquele, um dos maiores apologistas da tese da integração dos silvícolas ao todo nacional e este, sedizente fidelíssimo seguidor da “realização do sonho de José Bonifácio para a incorporação definitiva e espontânea do índio à civilização brasileira”.



Desafortunadamente, as nobres aspirações de Bonifácio e Rondon não foram concretizadas, mercê do ideário neoliberal, internacionalista e entreguista dos responsáveis pela condução da política indigenista brasileira, que visa, de forma sectária, apartar as tribos da comunidade nacional.



Como arremate destas breves considerações, aduza-se que no final de 2010, ocorreu um fato de magna gravidade e preocupação: os EUA e os membros da Comunidade Britânica (Canadá, Austrália e Nova Zelândia) modificaram o seu voto, passando a apoiar a deletéria Declaração Universal dos Direitos dos Povos Indígenas, aprovada em 2007, por 143 países da ONU (inclusive o Brasil), com apenas a divergência desses quatro votos e 11 abstenções...



(Continua).



(*) Coronel Manoel Soriano Neto – Historiador Militar e Advogado





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