Continuar sendo poeta é um ato de hero-ísmo e a constatação de extraordinário talento, posto que a vida se tornou demasiado ordinária, escrava de interesses meramente econômicos. As mulheres de hoje em dia, que gostaríamos de can-tar como musas, são trabalhadoras com interesse voltados, a maioria, para realizações pessoais. O romance virou um comércio. Em alguns casos, na Internet e outros veículos, ou elas mesmos dizem em entrevistas (as famosas), vemos anúncios assim: quero um homem estabilizado, profissionalmente definido. Escolhe-se um companheiro como quem escolhe uma roupa adequada ao baile da ocasião. Talvez a poesia do romance ainda seja possível nos jovens, menos vorazes do que os adultos, já estra-gados e pagando impostos aos corruptos sem questionarem, porque não querem se aborrecer. A vida se tornou sórdida e sem graça! de vez em quando mexo com nossas mulheres, apenas para vê-las sorrir! O sistema consumista está roubando muito da beleza essencial (não a física da mulher brasileira). Lamentável. Já tive a sensação de que, na verdade, não temos mais pátria, e uma noite apenas abracei, depois de horas conversando sobre conquistas e melhoras para a sociedade, sobre Cuba, uma mulher favelada, com carinha de opri-mida, assistente social quase formada e desassistida ela própria.
— É bom abraçar uma mulher da minha pátria, eu disse, me entregando.
E senti como se ela fosse a última.
P.S – Depois essa mesma mulher me deu enorme trabalho porque era evangélica e virgem... nem eu podia fazer nada por ela, nem ela por mim. O Brasil tem esse tipo de Aliens: os evangélicos. Esses são um tipo diferente de seres; a maioria de-les só sabem relacionar-se com pessoas de sua pró-pria religião, pois desconhecem os valores alheios e são fundamentalistas que só o diabo!