Antes do primeiro turno das eleições de 2010, divulguei um texto, que denominei “EU JÁ ESCOLHI”, revelando meu voto para presidente da República e mostrando os motivos que me levaram a me fixar no candidato José Serra como meu preferido. Por considerar que as razões antes apresentadas continuam ainda mais fortes para este segundo turno, reproduzo o parágrafo em que uma grande parte delas é explicitada:
Creio ser apropriado tecer algumas considerações sobre o porquê dessa posição. Em primeiro lugar, o candidato que elegi é, sem sombra para a menor dúvida, aquele que possui a maior e melhor experiência administrativa. Ao contrário de sua maior adversária, não foi inventado na política, mas galgou passo a passo as diversas escalas da carreira política. Foi Secretário de Planejamento do Estado de São Paulo, Deputado, Senador, Ministro de Estado, Prefeito e Governador e, em todos os casos, com o bom desempenho reconhecido pela maioria de seus concidadãos. Não podem ser esquecidas, ainda, as repetidas declarações do candidato de que, se eleito, respeitará e fará respeitar a lei, o que é essencial para o bom funcionamento de uma democracia. A partir dessa premissa, poderemos ter a convicção, por exemplo, de que não serão toleradas mais invasões criminosas de propriedades privadas ou de órgãos públicos.
Além do que se constata em relação à experiência administrativa, a diferença de biografias é gritante. Ambos opuseram-se ao regime militar. Serra com ideias, Dilma com ações que em qualquer país civilizado seriam classificadas como banditismo – integrou organizações clandestinas que roubaram, sequestaram, mataram inocentes, a tal ponto que seu passado teve de ser escondido dentro de um cofre. Serra sempre lutou pela restauração da democracia, Dilma, segundo o depoimento de companheiros seus de luta armada, pertencia a movimentos que queriam, sim, a instalação da ditadura do proletariado. Serra, em sua expressiva participação na vida pública brasileira, deixou legados importantes. Cito um que sempre é lembrado: os remédios genéricos. Dilma, como ministra de Lula, tem Erenice Guerra como legado mais visível.
Creio que chegou a hora de nos unirmos na luta contra a corrupção, a desfaçatez e a mentira. A corrupção presente nos “mensalões”, nepotismos e congêneres; a desfaçatez das mudanças de opinião ao sabor de conveniências eleitorais; a mentira, permanentemente acompanhando a candidata oficial, que até o próprio currículo teve o descaramento de alterar.
(*) Membro do Alto Comando do Exército entre 2001 e 2003 e presidente do Clube Militar entre juho/2006 e junho/2010.