Repasso a você um texto que recebi de meu filho, não porque é de meu filho, mas porque me surpreendeu, uma vez que ele não é nenhum "especialista" no assunto ou sequer muito voltado para assuntos políticos. É um analista de sistema apenas; e um chefe de família como milhares de outros que vivem nos rincões desta soberania, mais ameaçada do que nunca. Consola-me que não errei ao educá-lo com ética e moral. Isto não preserva nem ao Brasil, nem a ele, nem o futuro, mas pelo menos fico com a consciência em paz, sobre que cidadão ele é.
O momento do país é muito grave. E o futuro nos exige alguma reflexão, ainda que eu, como muitos, estejam cansado de reflexões!
Ele fez a dele. Espero que todos os brasileiros possam fazer a sua, por mais primária que seja a base de conhecimento em que ela venha a ocorrer.
Abraço
Barreiros
Decisões Extremas
Voto é decisão de foro íntimo e, com base nisso, costumo recusar sumariamente textos ou comentários de cunho político-eleitoral. Mas, a atual conjuntura suplanta o cenário político, invade a nossas casas e nos coloca no limiar de uma decisão extrema, sobre quem somos, o que queremos ser e para onde queremos ir. Sim: o próximo pleito será um marco histórico, daqueles que definem não quem vai governar pelos próximos quatro anos, mas como nos vemos e queremos ser por um longo, longo tempo.
Muitos países passaram por esta espécie de exorcismo em busca do auto-conhecimento. Uns se deram muito bem, outros nem tanto, outros foram um desastre. Daí, eu não ter resistido em minha petulância de expôr o meu foro íntimo e, de certa forma, invadir o do caro leitor.
O caso é quando tomou posse, o atual Presidente da República fez um juramento: honrar, respeitar e defender as Leis e as Instituições. No entanto, suas reiteradas manifestações contra o Ministério Público, o Tribunal de Contas da União, a Imprensa, deixam claro que o Presidente não honra ou defende a Democracia, apenas se vê obrigado a conviver com ela, sabe-se lá por quanto tempo.
Ele e os seus são claramente contra a alternância de poder e, portanto, contra a Democracia. Não fosse Dilma a sua sucessora, seria Erenice, Dirceu, Palocci... enfim, quem estivesse disponível para ser o próximo messias; o próximo pai ou mãe dos pobres, cuja maquiagem pudesse ser retocada e cujo nome podesse ser nomeado o sucessor do messias.
Pois que vivemos uma revolução gramscista, silenciosa, mas nem tanto, pela qual reacionários aos poucos aparelham o Estado, imputam crimes às vítimas dos crimes, aliciam mercenários, providenciam a destruição da História. Enquanto houver popularidade, se efetivará a revolução silenciosa. É a nova História que está sendo escrita sob nosso testemunho, inclusive com ingredientes do velho triunfo da vontade, de um Líder que prega a luta de classes, de raças, de etnias, de regiões; que dá com uma mão e tira com a outra, sangrando Estados, Municípios, Empresas, Pessoas. Os idealistas de carteirinha que me perdoem, mas se isto não é facismo, o que seria?
Pois que o Presidente quebrou o seu juramento, diga-se de passagem, como nunca na história deste país. Afinal, já tivemos de tudo, mas nunca tivemos um Líder mascarado. Desde João e os Pedros, depois Deodoro, Floriano, Sales, Rodrigues, Hermes, Afonso, Peçanha, Brás, Delfim, Epitácio, Artur, Prestes, Frogoso, Noronha, Barreto, depois Getúlio, Linhares, Gaspar, Café, Luz, Nereu, Juscelino, Quadros, Ranieri, Castelo, Costa, Médice, Geisel, Figueiredo, Tancredo, Sarney, Itamar, FHC, enfim, sabíamos exatamente o que esperar deles. Por outro lado, nunca na história deste país a falsidade ideológica de um Líder permaneceu impune - Goulart e Collor que o digam.
Portanto, a culpa não recai sobre Lula ou seus compadres. A culpa é da nação brasiliana que aceita um Líder que a divide em minorias e joga umas contra as outras. Um Líder que transformou o Senado e a Câmara em verdadeiros açougues, através dos quais expõe e vende carniças da enorme vaca chamada populismo. De fato, governar é uma arte. É este Lula, intocável e irretocável - ai de quem contrariar a vontade do povo - quem revela o quanto a nossa Democracia encontra-se desprovida de mecanismos de imunização contra aqueles que usam de seus próprios predicados para destruí-la. Uma Democracia que corre o risco de não chegar à maturidade.
Por isso, não resisto a deixar o meu apelo ao eleitorado do qual inclusive faço parte:
1) Não se esqueça que é o vigor dos brasilianos em sua capacidade de livre iniciativa que tem permitido a este Governo sangrar a economia na forma de tributos como nunca se viu na história deste país. E para quê? Para que o voto possa ser comprado em literais prestações à perder de vista. Mas, quando a liberdade dos empreendedores for finalmente cassada, de onde virá o dinheiro que banca tamanha ilusão? De Cuba? Do Irã? Da Venezuela?
2) Foram as reformas de 8, 12, 20, 30, 40 anos atrás que permitiram o vigor econômico que vivemos hoje, que, por sua vez, já dá sinais de esgotamento diante de um Estado voraz e de um desequilíbrio sério nas contas correntes. Portanto, mesmo antes que o destino se defina de forma irreversível, o que restará aos brasilianos sem mais 4 ou 8 ou 12 anos sem reformas? Nos restará, inevitavelmente, o mais duro julgamento da História. E às custas de quem? Dos social e economicamente menos favorecidos;
3) Não se esqueça que cada voto nulo é um voto para a sucessora do messias, que precisa de apenas 50% +1 dos votos válidos para se eleger já no primeiro turno. Portanto, não é hora de perfeccionismo: escolha qualquer outro candidato à Presidência, mas não vote nulo e não deixe de votar.
4) Lá no fundo de cada um, está um País diferente deste que nos ofertam. Portanto, se tens filho ou filha, olhe nos olhos dele; Se tens pai ou mãe, olhe nos olhos dele; Se tens irmã ou irmão, olhe; Lá encontrará os seus próprios princípios, a revelia de qualquer superprodução eleitoresca ou do que lhe dizem ou lhe escrevem. E que em Outubro estes princípios guiem a sua vontade.