(El País, 14) Daniel Ortega toma o controle do Supremo Tribunal da Nicarágua.
1. A reunião de terça-feira foi uma sessão surrealista na sede da Suprema Corte da Nicarágua, composta por 16 juízes. Os juízes, de tendência sandinista, se reuniram com uma dezena de candidatos para substituir seus companheiros liberais. Como se fosse uma loteria, a presidente interina do Supremo, Alba Luz Ramos, pediu a dois dos jornalistas que cobrem os trabalhos do Tribunal para tirar de uma urna de madeira sete números que correspondiam aos juízes que seriam eleitos. Desta maneira tão original, os magistrados sandinistas impuseram aos chamados “substitutos”, cinco sandinistas e dois liberais.
2. Arbitrariedade. "A convocatória dos “substitutos” é uma arbitrariedade, não tem base legal. O Supremo Tribunal se converteu no centro da arbitrariedade da Nicarágua: compõem as salas como querem, chamam quem lhes dá vontade, passam por cima da das leis e da Constituição. A maioria dos juízes tem uma preocupação: conseguir maiores graus de legitimidade política para a reeleição do presidente”, disse o especialista Gabriel Alvarez.