Usina de Letras
Usina de Letras
45 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 63777 )
Cartas ( 21381)
Contos (13320)
Cordel (10372)
Crônicas (22598)
Discursos (3256)
Ensaios - (10856)
Erótico (13606)
Frases (52282)
Humor (20238)
Infantil (5697)
Infanto Juvenil (5061)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1389)
Poesias (141192)
Redação (3388)
Roteiro de Filme ou Novela (1066)
Teses / Monologos (2446)
Textos Jurídicos (1983)
Textos Religiosos/Sermões (6434)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->Conter Chávez é do interesse brasileiro -- 28/07/2010 - 08:44 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O Estado de S. Paulo - 28/7/2010



Desconfiança de Bogotá limita papel mediador do Brasil



Apesar de boa relação com Uribe, elo especial da diplomacia brasileira com Chávez incomoda setores do governo colombiano



Roberto Simon, Ruth Costas - O Estado de S.Paulo



A desconfiança da Colômbia em relação ao governo Luiz Inácio Lula da Silva limita a capacidade de mediação do Brasil na atual crise entre Bogotá e Caracas. Segundo analistas e ex-diplomatas dos dois países ouvidos pelo "Estado", a diplomacia do presidente Lula é percebida como excessivamente simpática ao governo de Hugo Chávez, embora, formalmente, as relações com Bogotá também sejam boas.



"Não é que Lula seja visto como hostil, mas certamente não inspira confiança no governo colombiano, como, por exemplo, o Chile ou o Peru", opina o cientista político Alejo Vargas, da Universidade Nacional da Colômbia. "Para a Colômbia, e em especial para (o presidente Álvaro) Uribe (que deixa o cargo no dia 7), é importante que os governos vizinhos reconheçam as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) como terroristas - e isso o Brasil não fez."



No mês passado, uma fonte próxima ao Ministério da Defesa colombiano disse, sob condição de anonimato, que autoridades de seu país ficaram "chocadas" ao encontrar, no computador apreendido de um líder guerrilheiro, indícios de que integrantes das Farc teriam tido acesso à figuras ligadas ao governo Lula durante as gestões do caso Olivério Medina - ex-padre vinculado à guerrilha refugiado em território brasileiro. Em 2008, o Brasil condenou duramente o bombardeio colombiano contra um acampamento da guerrilha no Equador (a Colômbia ficou isolada na região). E, em 2009, o governo brasileiro criticou o acordo que permite aos Estados Unidos usar sete bases militares na Colômbia.



Na ocasião, Chávez congelou as relações comerciais com Bogotá, o que causou prejuízos de bilhões de dólares e levou ao corte de 300 mil empregos. Isso não impediu que Uribe fosse recebido calorosamente por Lula em São Paulo - quando a questão das bases dos EUA foi formalmente dada por encerrada na agenda bilateral.



O governo colombiano é pragmático: o Brasil representa boas oportunidades de negócio e o presidente Lula pode ser um aliado na medida em que a estabilidade da região também lhe interessa. A desconfiança, porém, não foi completamente superada, principalmente pela disparidade na forma como o brasileiro trata Uribe e Chávez, segundo analistas.



Unasul e OEA. "Não há dúvida de que a solidariedade ativa do Brasil com Chávez - pois não se trata só de simpatia - contamina a relação com Bogotá", diz Roberto Abdenur, ex-embaixador do governo Lula nos EUA.



O fato de o Brasil ter defendido que a crise fosse tratada no âmbito da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) - e não na Organização dos Estados Americanos (OEA) - também desagradaria a Bogotá, segundo Sérgio Amaral, ex-embaixador em Paris também na era Lula. Na OEA, a Colômbia tem a "proteção" dos EUA, e na Unasul só é apoiada por Peru e Chile.



O ex-chanceler brasileiro Luiz Felipe Lampreia, porém, ressalta que o incômodo causado pela relação de Lula com Chávez na Colômbia se concentra na esfera diplomática. As Forças Armadas dos dois países mantêm uma estreita cooperação. Fontes colombianas relatam uma relação especialmente fluida com o ministro da Defesa, Nelson Jobim.



Em 2009, Jobim disse que se rebeldes das Farc tentassem entrar no Brasil "seriam recebidos à bala". Não é difícil entender porque a ameaça agradou mais aos colombianos que a declaração de Lula na sexta-feira: "As Farc são problema da Colômbia e acho que deve ser tratado pela Colômbia", disse o presidente.





Dezembro de 2002



O presidente Fernando



Henrique Cardoso anuncia a exportação de petróleo e derivados para a Venezuela e envia um petroleiro da Petrobrás para ajudar o país durante o locaute que paralisou o setor petrolífero e ameaçou o governo de Chávez





Março de 2008



Bombardeio da Colômbia a um acampamento das Farc em território equatoriano mata Raúl Reyes, número 2 da guerrilha. Quito rompe relações com Bogotá. Brasil condena o ataque e exige que o governo colombiano peça desculpas





Dezembro de 2008



Colômbia sempre se mostrou cautelosa com o avanço da Unasul, principalmente com a criação do Conselho Sul-Americano de Defesa, oficializado apenas sete meses após a criação da organização





Julho de 2009



Brasil critica a Colômbia, que cedeu bases militares em seu território para os EUA. Lula disse que a questão "não o agradava" e pediu várias garantias, todas negadas por Álvaro Uribe







Conter Chávez é do interesse brasileiro



Bastidores: Ruth Costas - O Estado de S.Paulo



Um diplomata brasileiro disse que, certa vez, presenciou um telefonema de Hugo Chávez para Lula. Como o presidente brasileiro demorou a atender, o venezuelano brincou: "Você sabe que se não falo com você logo, eu arrumo confusão." Para países como os EUA e a Colômbia, a esperança é que Lula use a proximidade com Chávez para conter o venezuelano. Com um discurso incendiário, Chávez já chegou a enviar tropas para a fronteira, defendeu o reconhecimento das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) como grupo beligerante e, durante a crise hondurenha, em 2009, queria restituir o presidente deposto Manuel Zelaya à força.



É nessas ocasiões que se espera que um telefonema de Lula o ajude a agir de forma um pouco mais moderada, para o bem e a estabilidade da região, que também interessam ao Brasil. "Na atual crise, a expectativa é a de que Lula seja um intermediário de bons ofícios (que não opina nem interfere na negociação), não um mediador", diz o ex-chanceler colombiano Augusto Ramírez Ocampo, lembrando a discrição brasileira na crise com o Equador.



A estreita amizade do Brasil com a Venezuela é até justificada por autoridades colombianas. "Faz parte do jogo", dizem. Mas não há como negar que causa alguma desconfiança em relação ao governo brasileiro.











Colômbia afirma que não discutirá plano de Caracas



Ariel Palacios - O Estado de S.Paulo



CORRESPONDENTE / BUENOS AIRES







O chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, reuniu-se ontem com o presidente paraguaio, Fernando Lugo, e disse que o plano da Venezuela é estimular uma "negociação política" entre as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e o novo governo de Bogotá.



Mas o governo do presidente colombiano, Álvaro Uribe, rejeitou ontem discutir o plano de paz que a Venezuela pretende apresentar na reunião da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) amanhã em Quito e indicou que negociar com as Farc está fora de questão. Segundo o chanceler Jaime Bermúdez, a iniciativa não é uma solução de fundo para o problema pelo qual a Venezuela rompeu relações com a Colômbia.



"O verdadeiro plano de paz passa pela não-intervenção nos assuntos internos de qualquer país, passa por não haver nenhum lugar no mundo onde as Farc ou qualquer grupo criminoso possam estar", afirmou o chanceler.



Caracas, por sua vez, informou ontem que não examinará nenhuma das evidências que Bogotá diz ter sobre a presença de líderes guerrilheiros no território venezuelano.







Horas antes em Buenos Aires, Maduro, afirmou que é necessária "uma profunda retificação" por parte do futuro governo colombiano das "políticas de agressão permanente" contra seu país.



"Acreditamos que há sinais ideológicos distintos entre os que dirigem e vão dirigir a Colômbia e o projeto político bolivariano do presidente Hugo Chávez, mas é possível coexistir pacificamente", afirmou Maduro após se reunir com a presidente argentina, Cristina Kirchner, e o marido dela, Néstor Kirchner, atual secretário-geral da Unasul. O novo governo colombiano assume dia 7.







Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui