Prezado patrício e camarada de ideais, Gen Andade Nery
Meus respeitos.
Entre tantas acusações infundadas que o atingem por se declarar orgulhosamente "nacionalista" (a mim, em escala micro), agora li que o ilustre general foi acusado de pertencer ao `CEBRI` cuja criação eu acompanhei por que o `fundador` foi o diplomata Luiz Felipe Palmeira Lampreia, personagem que eu já estava convencido, desde quando ainda era Ministro, não passava de vil traidor dos interesses nacionais e internacionais do Brasil, seguindo a mesma trilha do seu antecessor Francisco Rezek, que renunciou sua toga no STF para (talvez como prêmio?) ser Chanceler, e acabou sendo nomeado depois por FHC para nos representar no Tribunal Internacional de Genebra, onde até agora parece que está...
Certamente os que o acusaram se confundiram com o CEBRES... equívoco que já os desqualificam para fazer qualquer acusação a quem quer que seja...
Quem, há muito tempo já vinha vigiando o CEBRI, era o nosso colega marinheiro Roberto Gama e Silva e talvez seja uma boa idéia enviar-lhes essa pequena biografia do CEBRI, para que vejam a estultice que mais uma vez cometeram...
Saudações castrenses
Cel Ref EB Roberto Monteiro de Oliveira
CITANDO:
"O `CEBRI` ”
Venho acompanhando de longe, todavia com os olhos bem abertos, as atividades de uma organização denominada “Centro Brasileiro de Relações Internacionais – CEBRI”.
Julgo chegada a hora de emitir a minha opinião sobre tal entidade.
Devo começar com a finalidade ostensiva de sua criação que, segundo consta no “Boletim Informativo”, por ela editado, é a de “ser o mais importante “think tank” de políticas públicas na área externa do país”. Evidente que “think tank” significa apenas “fonte de idéias”, embora o pernosticismo do uso de uma expressão anglo-saxônica para dizê-lo, já comprometa, a priori, o grau de brasilidade da instituição.
Adiante, o mesmo “Boletim Informativo” acrescenta o seguinte esclarecimento: “embora apoiado pelo Governo Federal, por meio do Ministério das Relações Exteriores, o “CEBRI” não é uma instituição governamental. Trata-se de uma ONG independente, multidisciplinar e apartidária, cujo objetivo principal é auxiliar na definição dos interesses nacionais e estratégia de atuação na área externa”.
Para a instalação física da entidade, bem como para a sua consolidação institucional, financiamento às pesquisas, seminários, colóquios e outros eventos, o “CEBRI” conseguiu firmar convênios com o “Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID” e com o “Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD” , além de vir mantendo entendimentos para a celebração de acordos similares com órgãos do governo brasileiro e outras entidades, como o “Interamerican Dialogue”, a “Ford Foundation” etc.
Note-se, por ser importante, que o “Interamerican Dialogue” é a organização responsável pela disseminação do vírus da globalização no Brasil e, também, autora do “Plano de Estabilização da Economia” do nosso país, derivado diretamente do trabalho “O Brasil no contexto de um Mundo Novo”, na realidade o relatório final de uma reunião de trabalho, “workshop” no linguajar norte-americano, patrocinada pela dita organização e realizada em julho de 1993, no “Aspen Institute”, Washington, D.C. Ademais, convém apontar que participaram dessa reunião 112 pessoas, dos quais 22 brasileiros, dentre eles os senhores Ciro Gomes, Nelson Jobim, Fábio Feldmann, Pérsio Arída, Bolívar Lamounier, Jorge Paulo Lemann, Jaime Lerner, Maria da Conceição Tavares e Vicente Paulo da Silva.
Registre-se, ainda, que a “Ford Foundation” foi a financiadora do extinto “CEBRAP” que, por seu turno, projetou na política o atual Cônsul do “Império” no Brasil.
As duas, portanto, são velhas conhecidas dos oligarcas-entreguistas que hoje dirigem o pais e o seu envolvimento com o “CEBRI” já é suficiente para colocar este último sob suspeição.
Além dessas fontes de suprimento de recursos financeiros e, também, com toda certeza, de orientação política, o “CEBRI” conseguiu motivar um certo número de “associados-patronos” a subscreverem dez ou mais quotas do chamado “fundo constitutivo”, cada uma quota de valor igual ou superior a 100 mil reais, em troca de privilégios, dentre os quais o de figurar no Conselho Consultivo da entidade.
Nesta altura, para traçar o perfil definitivo do “CEBRI”, não há como deixar de mencionar que os “associados patronos” são a “Coca-Cola”; a “Gessy-Lever”; a “Philip Morris”; a “White Martins”(subsidiária da “Union Carbide”) a “Souza Cruz”(subsidiária da “American Tobacco Co.”); o grupo Bozano Simonsen (de propriedade do Banco Santander), além do “BNDEX” , da “ELETROBRAX” e da “PETROBAX”, que nada tendo a ver com a formulação da política externa do país, ainda assim contribuíram, com o dinheiro que é do povo, para a manutenção de uma instituição mantida por entidades bem distanciadas dos anseios desse mesmo povo.
Pelo último evento realizado no ”CEBRI”, a posse, com toda pompa, do seu novo dirigente máximo, o diplomata Luiz Felipe Palmeira Lampreia, até há pouco Ministro das Relações Exteriores, e pela figura que exerce o cargo de diretor-executivo, José Pio Borges, o mesmo das “privatizações privilegiadas”, pode-se muito bem avaliar a importância que os atuais governantes dispensam à nova entidade.
Para completar o perfil dessa “ONG”, cheia de prestígio, assinale-se a presença de brasileiros famosos, por integrarem a lista de “cidadãos do mundo”, no respectivo Conselho Curador.
Tudo indica, pois, que essa nova ONG , destinada, na fachada, ao estudo de questões envolvendo o relacionamento internacional do país, atuará, na realidade, como pilar de sustentação do projeto “Tucanato dos Mil Anos” , destinado a manter o Brasil como a “Pérola das Colônias” do Império Global, mediante o “continuísmo” dos atuais gestores do “Consulado do Brasil”.
Se os nacionalistas de verdade, isto é, aqueles que não são destros, nem sinistros, mas apenas brasileiros que acreditam no Brasil, não se unirem já, então só restará a opção de orar contritamente, para que não aconteça com o país o que já se está delineando, com nitidez, no horizonte.
