Desde a inclusão de Lula no ranking da revista Time que agrupa anualmente as 100 personalidades mais influentes do mundo, os milicianos a serviço da esquerda psicótica decidiram que a verdade escondida pela imprensa brasileira & 9472; ou “mídia golpista” & 9472; é revelada pela estrangeira. “Leia o que disse El País“, “Saiu no New York Times“, “Le Monde publicou isto” & 9472; assim começam agora as mensagens da tropa mobilizada para a guerra na internet. Seguem-se acusações medonhas aos patrões inimigos do Brasil e aos jornalistas traidores da pátria. O fecho exibe algum slogan da campanha de Dilma Rousseff.
Além de redimir jornais e revistas dos Estados Unidos de todos os pecados passados, presentes e futuros, a lista da Time operou mudanças fascinantes no dialeto petista. Saíram de circulação, por exemplo, expressões como “mídia estadunidense”, “imprensa imperialista” ou “publicação norte-americana”. Voltaram a existir revistas ou jornais simplesmente americanos, todos credores da confiança liminarmente negada a quem escreve em português do Brasil. Outra reviravolta precipitada, não demorarão a descobrir.
Nascidos para enfurnar-se em trilhas equivocadas, micilianos jamais saberão assimilar a virtude da cautela. Há dias, com um editorial arrasador, El Pais revogou o tratamento laudatório dispensado a Lula durante tanto tempo. Na Inglaterra e na França, reportagens e textos análiticos vêm removendo as viseiras que estreitaram por vários anos a contemplação do Brasil real. Em março, um editorial do Miami Herald criticou com aspereza o namoro indecente com o Irã: “A postura de Lula soa perigosamente obtusa”, lastima o jornal.
Ontem, o tema foi retomado no blog de opinião do Washington Post por Jackson Diehl, responsável pelos editoriais sobre política externa. Movido pela vaidade, diagnosticou o jornalista, “Lula se tornou o idiota útil do Irã”. É isso. A viagem de Lula ao reino dos aiatolás atômicos ainda nem aconteceu. Os velhos devotos do cara e novos devotos da imprensa estrangeira não viram nada. A coisa só começou. Nenhuma tapeação dura para sempre.
Incapaz de contemplar-se com fina ironia, uma forma superior de inteligência, o presidente brasileiro acredita no que dizem os áulicos & 9472; e se arrisca cada vez mais no que o grande Stanislaw Ponte Preta chamava de perigoso terreno da galhofa. Há semanas, Lula julgou-se pronto para pacificar o Oriente Médio. Agora, é candidato a arquiteto do desarmamento nuclear. O homem que gosta de contá-las vai acabar virando personagem de piadas contadas em incontáveis idiomas.