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Artigos-->As ligações de Chávez com as FARC e o ETA -- 02/03/2010 - 10:49 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O Globo 2/3/2010



Juiz vê vínculo de Chávez com ETA e Farc



Zapatero pede explicações a Venezuela sobre suposto apoio a terror basco



Priscila Guilayn



MADRI. O presidente do governo da Espanha, José Luis Rodríguez Zapatero, pediu ontem que a Venezuela explique as denúncias de que o presidente Hugo Chávez teria colaborado com o grupo separatista basco ETA e com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Ontem, o juiz espanhol Eloy Vasco, da Audiência Nacional, a mais alta corte do país, afirmou que há fortes indícios de cooperação do governo Chávez com o ETA e as Farc. Desde dezembro de 2008, Velasco vem investigando a denúncia de que cinco membros do ETA davam cursos sobre manipulação de explosivos para integrantes das Farc e da Frente de Libertação Bolivariana na Colômbia. Os "professores", segundo a acusação, costumavam receber escolta de militares venezuelanos. Em Caracas, a Chancelaria venezuelana desmentiu as acusações, classificando-as de "inaceitáveis", num episódio que já está ganhando ares de imbróglio diplomático.







Mais de 40 terroristas bascos na Venezuela nos anos 80 e 90



Nos autos do processo, seis membros do ETA e outros sete das Farc aparecem como réus. Um deles é Arturo Cubillas Fontán, de 46 anos, que seria líder do ETA na Venezuela desde 1999, responsável por coordenar as ações com as Farc.



Segundo o juiz, as relações de Cubillas com a Venezuela são profundas: ele trabalhava como diretor de Administração e Serviço do Ministério da Agricultura de Chávez. Além disso, é casado com a diretora-geral do gabinete da Presidência da Venezuela, Goizeber Odriozola Lataillade, jornalista e filha de bascos, que já foi vista em diversas manifestações pró-Chávez empunhando a bandeira basca.



O juiz acredita, ainda, que mais de 40 terroristas do ETA mudaram-se para a Venezuela durante o governo do então premier espanhol Felipe González, nos anos 1980 e 1990. Os outros alvos de Velasco moram em Cuba, no México e um está desaparecido. As investigações espanholas dão conta de que a relação entre o ETA e as Farc começaram ainda na década de 80. Também foi identificado um pedido de ajuda de terroristas colombianos feito ao ETA para planejar possíveis ataques contra políticos e diplomatas colombianos. Dois membros das Farc, Edgar Gustavo Navarro Morales e Victor Ramón Vargas Salazar, teriam viajado à Espanha entre março e novembro de 2000 para pedir ajuda a terroristas bascos para vigiar os itinerários de visitantes colombianos, entre eles, o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, e seu antecessor, Andrés Pastrana.



Em visita ao Uruguai, Uribe não quis comentar o caso:



- Temos que reagir com prudência e descobrir o que está havendo através dos meios diplomáticos.



O senador Iñaki Anasagasti, do Partido Nacionalista Basco, nascido na Venezuela, disse que a relação entre ETA e Chávez é antiga e que o governo já tinha sido avisado, sem nunca dar atenção à denúncia.







A oposição venezuelana classificou como "deplorável e gravíssima" a suposta cooperação do governo com grupos terroristas. O secretário-geral do partido Primeira Justiça, Tomás Guanipa, desafiou Chávez a responder às acusações. O presidente não se pronunciou, mas o Ministério das Relações Exteriores emitiu um comunicado afirmando que as acusações são "inaceitáveis". Segundo o diário venezuelano "El Nacional", à noite o chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, conversou com o colega espanhol, Miguel Angel Moratinos, por telefone.











Lição democrática







A Justiça da Colômbia deu, na última sexta-feira, uma bela lição sobre como devem funcionar as instituições republicanas na América Latina. Por sete votos a dois, a Corte Constitucional desautorizou a Lei 1.354, de 2009, que determinava a convocação de um referendo sobre a segunda reeleição consecutiva do presidente Álvaro Uribe. Diante da elevada popularidade de Uribe, ela seria aprovada, e ele, reeleito.



A decisão na Colômbia inverteu a tendência dominante na América Latina, nos últimos anos, de estender, através de referendos e alterações constitucionais, a permanência no poder de líderes eleitos. O pioneiro foi o presidente da Venezuela, que fez aprovar a reeleição ilimitada. Com isso, já está há dez anos no poder e pretende ficar pelo menos outro tanto.



Nada a ver com a democracia representativa. Bolívia e Equador, discípulos de Chávez, caminharam na mesma direção. A corte colombiana restabeleceu o princípio da alternância das forças políticas no poder, essencial ao regime democrático.



Escudado no sucesso de seu efetivo combate às Farc, na redução da violência nas grandes cidades e na reativação econômica, Uribe deixou-se contaminar pelo continuísmo e trabalhou ativamente nos bastidores para conseguir um terceiro mandato, enquanto publicamente evitava definirse como candidato. A novela durou três anos e prejudicou o país em vários aspectos, ao congelar a campanha eleitoral para as eleições de 30 de maio, que só agora poderá começar. Mas, ao fim, prevaleceram as instituições colombianas, reafirmadas pela decisão dos juízes de sua Corte Constitucional.



Ganham o povo colombiano e as forças democráticas em toda a América Latina.



Perde o populismo caudilhesco, tão imbricado na tradição política da região.



Deve ser destacado que o presidente Lula, em que pese sua alta popularidade, não se deixou contaminar pelos três mandatos e desautorizou as manobras iniciais de alguns políticos nesse sentido, curvando-se aos preceitos legais. Com isso, afastou-se do modismo da permanência no poder, o caminho mais curto para o fim do regime democrático.











Novo rumo na Tríplice Fronteira



Arthur Bernardes do Amaral







O Brasil tem nove fronteiras tríplices, mas, ao longo das duas últimas décadas, o ponto onde convergem os limites de Brasil, Argentina e Paraguai tem sido o que mais instigou polêmicas.



Embora os problemas da criminalidade já estivessem no radar das autoridades dos três países sulamericanos desde a década de 1980, a região ganhou maior destaque em 1992, quando um atentado atingiu a Embaixada de Israel em Buenos Aires, e em 1994, quando ataque similar destruiu a Amia, uma associação judaica também localizada na capital argentina.



Entre as inúmeras hipóteses levantadas sobre os ataques, especulou-se que militantes de organizações políticas do Oriente Médio teriam entrado na Argentina pela Tríplice Fronteira, aproveitando-se da presença de significativa população de origem árabe nessa área.



O local passou então a ser estigmatizado e apontado por diversos atores políticos como um potencial “abrigo” para terroristas, sobretudo após os atentados de 11 de setembro — fenômeno que analiso em livro (“A Tríplice Fronteira e a guerra ao terror”).



A região tem diversos problemas associados ao crime organizado, mas, quando o assunto é a suposta presença terrorista no local, em quase duas décadas de investigações, não se avançou muito além das especulações.



A Comissão 3+1 para a segurança na Tríplice Fronteira — que reúne representantes dos governos de Brasil, Argentina, Paraguai e Estados Unidos — reconhece, nesse sentido, que é necessário manter a vigilância sobre a área.



Mas tem sido consenso nas reuniões do mecanismo que não há provas concretas que nos permitam afirmar que organizações consideradas terroristas pelos Estados Unidos atuem ali.



Em breve, receberemos a visita de Hillary Clinton e estaremos diante de uma oportunidade ímpar para alterar o modo como o assunto vem sendo tratado. Sinais positivos de Washington, indicando uma mudança de abordagem, podem mitigar o relativo desgaste que surgiu nos últimos anos.



Cabe agora adotar uma estratégia de atuação multifacetada na Tríplice Fronteira, obviamente mantendo o foco na segurança, mas investindo principalmente na infraestrutura e no desenvolvimento econômico local.



Por exemplo: reavivando o turismo de compra e ecológico na área, tão prejudicado pela imagem negativa que foi lançada sobre esse espaço, robusteceremos a economia formal das três cidades e, dessa forma, contribuiremos para a diminuição da criminalidade na região.



Atacando as raízes dos problemas de segurança que lá persistem, nos preveniremos contra o potencial surgimento de outras ameaças.



É chegada a hora de superar a lógica do medo e traçar novos rumos para a Tríplice Fronteira.



A construção de um amanhã ainda mais seguro depende das escolhas políticas feitas por nós e por nossos parceiros. Brasil e Estados Unidos já aprenderam que, na política, o medo não é o melhor caminho.



Optemos novamente pela esperança e por um futuro sem fantasmas artificialmente criados.





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