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Artigos-->Carlos Alexandre, um filho vivo da subversão -- 03/02/2010 - 13:47 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
http://www.averdadesufocada.com/index.php?option=com_content&task=view&id=2848&Itemid=34



02/02



Carlos Alexandre, um filho “vivo” da subversão



Ternuma Regional Brasília



Gen. Bda Rfm Valmir Fonseca Azevedo Pereira



O martírio do Carlos Alexandre teve início em 1974, quando, com tenros um ano e oito meses, maquiavélicos brutamontes invadiram a sua casa. Como reza a lenda, os agentes da ditadura costumavam invadir casas e recessos do lar, por acaso, ao “deus–dará”. Tanto, que até hoje, alguns dos indivíduos presos à época juravam que nada tinham a ver com a peçonhenta gente subversiva.



É verdade que isso mudou, na medida em que foram surgindo as indenizações, que já atingiram um montante superior a dois bilhões de reais. Agora, os que aparecem, declaram–se mais subversivos e “sacanas” do que os outros. Alguns se autoproclamam como uma das peças chaves da subversão, e que foram perseguidos e torturados às vascas da morte.



Mas voltemos às invasões. Como dito, aleatórias, motivo pelo qual honrados cidadãos foram, como num livro de Kafka, perseguidos e torturados sem saber o por quê. No caso do C. A. a tortura foi mental e a seqüela permanente, conforme atesta a sua Psicóloga.



Assim, o “por acaso” era ditado por esdrúxulas escolhas. Antipatia, por ouvir falar, por denúncia de desafeto, por paranóia, por sadismo, por sacanagem ou por diversão.



Para conhecimento do grande público, cabe esclarecer como eram escolhidos os agentes da repressão. Desde o início dos “entreveros”, sabedores de que os militantes eram altamente perigosos, alguns com cursos de terrorismo e guerrilha em Cuba, na Rússia e na China, os indivíduos eram selecionados a dedo entre os mais torpes, inclusive, eles passavam por um período de preparação, que constava de rir às gargalhadas do sofrimento alheio.

Esbofetear crianças e bebês era um dos treinamentos mais suaves.



Na casa, a babá e ele, Carlos Alexandre. Assustado com os invasores chorava e chorava. Um deles, o mais “escroto”, conforme aprendido na escola da maldade, pespegou uma sonora bofetada, abrindo os lábios do indefeso bebê.

Precoce, ao contrário das demais crianças, Carlos Alexandre não esqueceu. Hoje, aos 37 anos, não deu para nada, não estuda, não trabalha, está vesgo por quedar – se absorto, horas a fio, olhando para a ponta do próprio nariz. Diagnosticado com “fobia social” (quando transmite não recebe, quando recebe não transmite e vice - versa), é indolente e incompreendido. Era um peso morto para a família, agora será um peso morto para o Estado. Viva o Estado.



Traumatizado, não estudou, não cresceu, não trabalhou, pois no seu inconsciente dedicou-se a remoer o passado, e agora, graças as suas dolorosas lembranças está sendo amparado pelo Estado, ou seja, por nós.



No dia 13 de janeiro, ele foi declarado “anistiado político”. Deve receber uma indenização de R$ 100 mil por ter sido vítima dos militares. É mais um.



No futuro, esperamos que os filhos do Carlos Alexandre, alegando que seu pai era pouco mais do que uma ameba, recorram ao paternal Estado para ampará-los, pois não contaram como os demais viventes, com uma figura paterna que lhes guiasse os passos.



Duvidamos que não ganhem um pró-labore por serem filhos, do filho de um subversivo.

Não devemos chamar Carlos Alexandre de oportunista, pois somente procurou seus “direitos”, depois de saber que qualquer um neste “Paíz” pode aposentar–se pela perda do dedo mínimo da mão (qualquer), e receber, não se sabe como, uma indenização e usufruir de uma pensão permanente, como anistiado político.

Diante disso, e de outros alentadores exemplos, aquinhoados com gordas indenizações e polpudas pensões mensais, foi que o Carlos Alexandre fez funcionar o seu lado menos “down”, e “botou a boca no trombone”, com êxito.



Dá - lhe Carlos Alexandre. Pode rir daqueles que julgavam você um portentoso... (use a sua imaginação).



Brasília, DF, 02 de fevereiro de 2010



O artigo do General Azevedo é uma resposta a reportagem abaixo publicada na Revista ISTO É
N° Edição: 2099
29.Jan



"A ditadura não acabou"



Filho de militantes de esquerda, Carlos Alexandre foi preso e torturado quando era bebê. Cresceu agressivo e isolado. Aos 37 anos, ele ainda sente os efeitos dos anos de chumbo: vive recluso, sem trabalho nem amigos - sofre de fobia social



Por Solange Azevedo



Ele tem olhos de aflição e feições de dor. Suas palavras saem cadenciadas, são quase sussurros. “Minha família nunca conseguiu se recuperar totalmente dos abusos sofridos durante a ditadura”, diz. “Os meus pais foram presos e eu fui usado para pressioná-los.” Carlos Alexandre Azevedo tinha 1 ano e 8 meses quando policiais invadiram a casa da família, na zona sul de São Paulo, e o levaram para a sede do Departamento Estadual de Ordem Política e Social (Deops). Era 15 de janeiro de 1974. Bem armados e truculentos, os agentes da repressão o encontraram na companhia da babá – uma moça de origem nordestina conhecida como Joana. Chegaram dando ordens. Exigiram que os dois permanecessem imóveis no sofá. Apenas Joana obedeceu. Como castigo pelo choro persistente, Carlos Alexandre levou uma bofetada tão forte que acabou com os lábios cortados. Foram mais de 15 horas de agonia. O drama de Carlos Alexandre – um dos mais surpreendentes dos anos de chumbo – veio à tona no momento em que o governo brasileiro discute a criação da Comissão Nacional da Verdade para apurar casos de tortura, sequestros, desaparecimentos e violações de direitos humanos durante a ditadura militar (1964-1985). Carlos Alexandre decidiu revelar sua história, com exclusividade, à ISTOÉ depois que o seu processo de anistia foi julgado pelo Ministério da Justiça. No dia 13 de janeiro, ele foi declarado “anistiado político”. Deve receber uma indenização de R$ 100 mil por ter sido vítima dos militares. “Muita gente ainda acha que não houve ditadura nem tortura no Brasil. No julgamento, em Brasília, me senti compreendido.(...)

Comentário do site: www.averdadesufocada.com

Outros filhos de militantes da luta armada têm entrado na justiça pleiteando indenizações. São adultos, que carregam problemas sérios: fobias, vivem reclusos, são agressivos, depressivos, o que cremos ser perfeitamente normal, já que não escolheram levar a vida na clandestinidade, no meio de armas, explosivos, gráficas clandestinas e com a incerteza do dia de amanhã. Seus pais, quando escolheram o caminho da luta armada não pensaram que essa vida irregular, escondidos em aparelhos, não poderia fazer bem aos seus filhos. Mesmo os que não tiveram os pais presos, mesmo os que sairam do Brasil ou que nasceram no exterior e viveram em Cuba, União Soviética, Chile, Portugal ou Paris, são atormentados por problemas psicológicos.... E, vão entrando com pedidos de indenização. Alguns têm conseguido, pois apesar de todos os problemas que apresentam perante a comissão de anistia, um detalhe é comum a todos eles: a MEMÓRIA... Uma memória nunca vista em crianças de tão tenra idade... e a comissão não pede provas!

Poucos não conseguiram, como Janaína e Edson Luis. O juiz que julgou a causa não pertencia a Comissão de Anistia e considerou improcedente o pedido formulado pelos autores Janaína de Almeida Teles e Edson Luis de Almeida Teles. Seus pais, Maria Amélia Teles e Cesar Augusto Teles foram presos no DOI/CODI de São Paulo. Janaína, com 5 anos, e Edson Luiz, com 4 anos, alegaram terem sido torturados psicologicamente. Os dois se lembram, até os dias de hoje, das cenas que dizem ter testemunhado no DOI.





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