Trechos da coluna de Cesar Maia na Folha de SP de sábado,(14)
1. O culto à personalidade chegou ao Brasil com pompas e circunstâncias. A elevada autoestima de Lula, exibindo-se todos os dias, terá o seu momento de apoteose com a exibição do filme "Lula, o Filho do Brasil". A distribuição para 800 salas, sindicatos e associações será multiplicada pelos ambulantes. Há interesse que seja assim. Os desdobramentos políticos se darão em duas direções: a "enanização" do papel de sua candidata e a campanha presidencial de 2010. Não é tão simples supor que sua acomodação no marsúpio lulista a levará à Presidência. A transferência de votos se dá com mais facilidade quando o perfil do receptor se aproxima do perfil do emissor. A exaustiva insistência na origem retirante de Lula não o identifica com sua candidata.
2. A questão central é a agenda eleitoral. Há consenso entre os especialistas que a disputa entre os candidatos para impor sua agenda é um fator decisivo em campanhas. Um caso recente é o da eleição de Obama. O folclore pós-eleitoral deu à internet um papel decisivo. Não houve isso. A curva das pesquisas até 60 dias antes da eleição mostrava McCain à frente, cristalizando uma pequena, mas sustentável, diferença. A agenda bushiana de McCain se impunha: melhor as guerras no Iraque e no Afeganistão que o terror em casa. Naquele momento, naufragou o Lehman Brothers, as Bolsas despencaram, as demissões começaram e a fragilidade do sistema financeiro expôs as suas vísceras. A agenda foi invertida e passou a ser a crise e o emprego. As curvas das pesquisas se cruzaram e Obama desfilou até a vitória final.
3. Em 1989, Collor impôs a sua agenda: ética pública e modernidade econômica ("marajás" e "carros-carroças"). A força da agenda lançou a imagem de seus adversários de maior peso parlamentar e tempo de TV ao passado e a votações desprezíveis. Em 1998, a campanha de FHC travestiu a crise econômica de insegurança aportada pela chapa Lula-Brizola e impôs a agenda. Bill Clinton, em 1992, impôs sua agenda ("é a economia, estúpido").
4. Pelo jeito, a campanha do governo já tem a sua agenda: Lula. Todo o resto (PAC, Bolsa Família, saída da crise...) será miragem. Lula é uma agenda forte e vencedora? Pode ser. Mas agenda se disputa na batalha eleitoral. Se essa agenda for o debate da campanha, ela/ele ganha. Cabe à oposição impor a sua. Mas, para isso, precisa ter agenda. Por enquanto, nem candidato tem. E a agenda precisa ser personalizada pelo ator que caiba nesse papel.
QUADRO PRESIDENCIAL COMEÇA A FECHAR!
1. Dilma pelo PT, Serra ou Aécio pelo PSDB, Marina Silva pelo PV. Resta a definição de Ciro Gomes do PSB.
2. (folhasp-18) Heloísa apoia Marina e se lança ao Senado. Presidente do PSOL descarta disputar a Presidência e diz que seu objetivo é voltar à cadeira que ocupou até 2007.
DOCUMENTO DO PT PROPÕE CONTROLAR OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO!
(el.marcurio-chile-18) O PT lançou documento em que afirma que a legislação é "anacrônica e autoritária". No documento aonde pede revisar a legislação de meios de comunicação e impulsionar um novo sistema de concessões de licenças televisivas. O documento será apresentado na Conferencia Nacional de Comunicação que se realizará dezembro, em Brasília. Nele, o PT afirma que a atual legislação "privilegia a grupos comerciais em detrimento dos interesses da população." "Uns poucos grupos empresariais, muitas vezes ligados a fortes conglomerados estrangeiros, exercem o controle quase absoluto sobre a produção e divulgação de conteúdos informativos e culturais", assinala o PT. "E o PT lutará para que as ações do Estado promovam a pluralidade e diversidade, o conteúdo público e social dos meios e o fortalecimento da comunicação pública, estatal e comunitária, e sem fins de lucro", diz o documento.
TCU: SUA HISTÓRIA E RESTRIÇÕES IMPOSTAS PELO EXECUTIVO!
http://linomartins.wordpress.com/
Aliomar Baleeiro em conferência pronunciada em 04/09/1952, na Fundação Getulio Vargas.
a) Até à Constituição de 1946, o pessoal do Tribunal de Contas era incluido no quadro do Ministério da Fazenda b) Nos primeiros anos de existência, seus relatórios foram apresentados ao Ministro da Fazenda. Mais tarde (e essa prática veio a ser obrigatória a partir de 1912, por obediência à Lei 2.522, do ano anterior), os relatórios foram encaminhados ao Congresso c) De 1930 a 1933, não houve relatórios, devido à interrupção do funcionamento do Congresso d) Após a Constituição de 1934, o Tribunal ofereceu “parecer prévio” sobre as contas do Presidente da República e “relatório” sobre o exercício financeiro. Foi essa a primeira vez após 43 anos de fundado o Tribunal, que o Legislativo se pronunciou sobre as contas presidenciais e) Em 1937, deveria ocorrer fato sensacional: pronunciando-se sobre o exercício de 1936, o Tribunal adotou parecer prévio do Ministro Thompson Flores, contrário à aprovação das contas do Presidente da República Sobre as contas relativas ao exercício de 1951,disse Baleeiro: “Não é possível, no presente Parecer Prévio – neste, como em muitos outros assuntos – cumprir a nossa missão constitucional. O nosso exame cifra-se a recolher a palavra oficial e conferir rubricas e documentos, quando os há. A fiscalização do Tribunal limita-se a um campo insignificante, dentro das cifras, já de grandeza considerável, da execução orçamentária”.
KIRCHNER E LULA: POLÍTICOS "AGONAIS"!
Trechos da coluna de Mariano Grondona no La Nacion,(15). Onde aparecer Kirchner, substitua por Lula.
1. A política é uma atividade bi-dimensional. De um lado aspira construir uma realidade desejada. Esta é sua dimensão arquitetônica. Mas para isso precisa vencer seus rivais, porque sem poder não haveria construção. Esta é a dimensão agonal da política, ( do grego agon, que significa `luta`). A arquitetura é o projeto do edifício que se quer construir. A arquitetura é o fim. Para chegar a ele é necessário obter e reter poder, que outros também desejam. A luta pelo poder é o meio que leva ao fim. Toda vida política se é plena, inclui uma mescla destas duas dimensões.
2. Kirchner, é um político exclusivamente agonal. Nada indica que tenha uma certa idéia do país que lhe atrai. O único que lhe importa é vencer a quem perceba como inimigo. A vitória não é um meio em direção a um projeto arquitetonico, mas um fim em si mesmo. Seus inimigos são todos aqueles que aspirem a algo alheio ao poder dele. Todos aqueles que lutem fora dele ou contra ele são seus antagonistas. Ou seja: estão contra seu agon. Para Kirchner a paisagem política tem só dois componentes: o daqueles que se lhe opõem e aqueles que se subordinam a ele.
3. A agonia(que também provem de agon), é uma palavra que se usa quando aquele que luta o faz em circunstâncias dramáticas, porque periga a sua vida. Um político agonal como Kirchner é também um político agônico porque cria em torno dele a sensação de que a luta é tudo ou nada. Se a luta é agônica é porque um dos dois vai morrer. O ideal arquitetônico supõe, ao contrário, que aquele que o projeta, certo ou errado, tem uma certa idéia do bem comum.
4. Contam que aí pelo século VI a.c. o rei da Lidia, se sentia tão poderoso que perguntou ao sábio Solón,( o redator das leis de Atenas), se não deveriam consagrá-lo, definitivamente, como um `homem feliz`. Tinha tudo: riqueza, poder, todos os amigos e mulheres que queria ter. Solón, entretanto, se negou a dar-lhe este crédito. Por quê? Perguntou Creso. Porque, respondeu Solón, sua história ainda não terminou. O fato é que pouco depois Creso perdeu o poder, a fama e a riqueza para Ciro, a ascendente estrela do império persa.
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