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Artigos-->Anticatolicismo na Europa: o futuro é a Eurábia? -- 04/11/2009 - 13:15 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Crucifixo não é fator de exclusão, mas de união



O porta-voz vaticano comenta a sentença do tribunal europeu sobre símbolos religiosos nas escolas



CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 3 de novembro de 2009



ZENIT.org



A notícia sobre a sentença do Tribunal Europeu de Direitos Humanos, que define a presença do crucifixo nas escolas como uma violação da liberdade religiosa dos alunos, “foi recebida no Vaticano com surpresa e pesar”.



Assim afirmou hoje o Pe. Federico Lombardi, SJ, diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, em declarações à mídia, com as quais comentou a sentença da condenação europeia ao sistema vigente atualmente na Itália, de exposição do símbolo religioso nas salas.



“O crucifixo sempre foi um sinal de oferenda de amor de Deus e de união e acolhida para toda a humanidade – considera o porta-voz vaticano. É uma pena que seja considerado como um sinal de divisão, de exclusão ou de limitação da liberdade. Não é isso e não o é para o sentimento comum da nossa gente.”



Em particular, o Pe. Lomardi considera que “é grave marginalizar do mundo educativo um sinal fundamental da importância dos valores religiosos na história e na cultura italianas”.



Segundo o porta-voz, “a religião oferece uma contribuição belíssima para a formação e crescimento moral das pessoas e é um componente essencial da nossa civilização”. Por este motivo, “é equivocado e míope querer excluí-la da realidade educativa”.



“Surpreende, além disso, que um tribunal europeu intervenha com tanto peso em uma matéria tão profundamente ligada à identidade histórica, cultural e espiritual do povo italiano”, reconhece.



“Por este caminho, a pessoa não se sente atraída a amar e a compartilhar profundamente esta ideia europeia que nós, como católicos italianos, apoiamos fortemente desde a sua origem.”



“Parece que não se quer reconhecer o papel do cristianismo na formação da identidade europeia, que, no entanto, foi e continua sendo essencial”, conclui o porta-voz vaticano.



O caso sobre o qual o Tribunal de Estrasburgo se pronunciou foi apresentado por uma cidadã italiana de origem finlandesa, que em 2002 havia pedido à escola estatal Vittorino da Feltre, de Albano Terme (Pádua), na qual estudavam seus dois filhos, que tirasse os crucifixos das salas. A direção da escola se negou, por considerar que o crucifixo faz parte do patrimônio cultural italiano e, posteriormente, os tribunais italianos deram razão a este argumento.





*



Cultura cristã é garantia de um futuro prometedor, diz Papa



Ao receber o novo embaixador da Bulgária



CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 3 de novembro de 2009 (ZENIT.org).- Bento XVI destacou a necessidade de que os diferentes países que integram a União Europeia mantenham sua identidade.



O Papa falou no sábado, ao receber no Vaticano o novo embaixador da Bulgária na Santa Sé, Nikola Ivanov Kaludov, que apresentou suas cartas credenciais.



“É importante que no processo da construção europeia nenhuma população sacrifique sua própria identidade cultural, mas que encontre as maneiras de enriquecer com seus bons frutos o conjunto comunitário”, afirmou o Papa.



Para o Santo Padre, a cultura cristã, que marca profundamente o povo búlgaro, como o de muitos outros países europeus, “não é apenas um tesouro do passado a se conservar, mas a garantia de um futuro realmente prometedor”.



Um futuro, continuou, “em que se protege o homem das tentações que sempre ameaçam com fazê-lo esquecer sua própria grandeza”.



Dirigindo-se ao diplomata búlgaro, Bento XVI indicou que “devido a sua situação geográfica e cultural, é especialmente acertado, como o senhor expressou, que sua nação não se preocupe apenas com seu próprio destino, mas que manifeste uma grande atenção a seus países vizinhos e trabalhe para proteger seus laços com a União Europeia”.



Também assegurou que a comunidade católica na Bulgária deseja trabalhar pelo bem comum e afirmou que esta preocupação compartilhada “constitui um dos elementos que devem facilitar o diálogo entre as diversas e numerosas comunidades religiosas que compõem a paisagem cultural de sua antiga nação”.



“Este diálogo –continuou–, para que seja sincero e construtivo, requer um conhecimento e uma estima recíproca, que os poderes públicos podem favorecer muito, pela consideração que eles tenham com as diferentes famílias espirituais”.



O Papa destacou também a necessidade de “estar atento a criar as condições para uma globalização exitosa”.



E acrescentou que, “para que esta possa ser vivida de uma maneira positiva, deve servir a todo homem e a todos os homens”.



Em seu discurso, Bento XVI destacou alguns temas de sua última encíclica “Caritas in veritate”, como a necessidade de que o desenvolvimento “não se refira só ao âmbito econômico, mas que leve em conta a integridade da pessoa humana”.



“A medida do homem não reside no que ele tem, mas no desenvolvimento de seu ser segundo todo o potencial que sua natureza oculta”, explicou.



“Este princípio encontra sua razão última no amor criador de Deus, que revela plenamente a Palavra divina –prosseguiu. Neste sentido, para que o desenvolvimento do homem e da sociedade possa ser autêntico, deve necessariamente comportar uma dimensão espiritual”.



Por outro lado, esse desenvolvimento, sublinhou, “também pede a todas as pessoas com responsabilidades públicas uma grande exigência moral perante elas mesmas, para poder exercer a parte da autoridade que lhes é confiada de maneira eficaz e desinteressada”.



*



Condenação europeia do crucifixo nas escolas suscita perplexidade



Reação da Conferência Episcopal Italiana



CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 3 de novembro de 2009 (ZENIT.org).- Com amargura e sobretudo com perplexidade, a Conferência Episcopal Italiana (CEI) recebeu a sentença do Tribunal Europeu de Direitos Humanos, com a qual se condenou hoje este país por colocar crucifixos nas escolas.



Um comunicado de imprensa, emitido pela Sala para as Comunicações Sociais da CEI, baseando-se em uma primeira leitura da sentença, considera que nela “se impôs uma visão parcial e ideológica”.



O caso havia sido apresentado ao Tribunal de Estrasburgo por Soile Lautsi, cidadã italiana de origem finlandesa, que em 2002 havia pedido à escola estatal Vittorino da Feltre, de Albano Terme (Pádua), na qual estudavam seus dois filhos, que tirasse os crucifixos das salas. A direção da escola se negou, por considerar que o crucifixo faz parte do patrimônio cultural italiano e, posteriormente, os tribunais italianos deram razão a este argumento.



Segundo a sentença de Estrasburgo, o governo italiano terá de pagar à mulher uma indenização de 5 mil euros por danos morais.



A primeira sentença da história desse tribunal em matéria de símbolos religiosos nas salas de aula considera que a presença do crucifixo na escola constitui “uma violação dos direitos dos pais de educarem seus filhos segundo suas convicções” e da “liberdade dos alunos”.



Segundo anunciou o juiz Nicola Lettieri, que defende a Itália no Tribunal de Estrasburgo, o governo italiano entrará com um recurso contra a sentença.



O comunicado de imprensa do episcopado italiano considera que esta sentença “suscita amargura e muitas perplexidades”.



“Ignora ou descuida o múltiplo significado do crucifixo, que não somente é um símbolo religioso, mas também um sinal cultural – acrescenta a nota. Não leva em consideração o fato de que, na verdade, na experiência italiana, a exposição do crucifixo nos lugares públicos está em harmonia com o reconhecimento dos princípios do catolicismo como parte do patrimônio histórico do povo italiano, confirmado pela Concordata de 1984”, que regula as relações Igreja-Estado nesse país.



“Dessa forma, corre-se o risco de separar artificialmente a identidade nacional das suas origens espirituais e culturais”, esclarece.



Segundo o episcopado, “não é certamente uma expressão de laicidade, mas uma degeneração em laicismo, a hostilidade contra toda forma de relevância política e cultural da religião”.



Por sua parte, o jurista Giuseppe Dalla Torre, reitor da Universidade LUMSA de Roma, considera, em declarações ao serviço de informação da CEI – SIR – que o argumento do tribunal constitui um “raciocínio equivocado baseado em um pressuposto: o crucifixo pode obrigar a uma profissão de fé. No entanto, o crucifixo é um símbolo passivo, isto é, não obriga ninguém em consciência”.





*



Anticatolicismo é o novo passatempo nos EUA, diz arcebispo de Nova York



D. Timothy Dolan fala sobre a censura que sofreu do New York Times



NOVA YORK, terça-feira, 3 de novembro de 2009



ZENIT.org



"The Gospel in the Digital Age" (O Evangelho na era digital) é o nome do novo blog do arcebispo de Nova York, um instrumento comunicativo que lhe dá a voz que o New York Times negou.



Entre o dia 10 de outubro e 2 de novembro, Dom Timothy M. Dolan publicou dez posts, mas um deles, com o título "Anticatolicismo", causou grande impacto, pois reproduz um artigo cuja publicação foi rejeitada pelo jornal mais famoso da cidade.



O arcebispo considera, em seu artigo, que o anticatolicismo converteu-se em um novo “passatempo nacional”, algo que foi confirmado por professores e acadêmicos, como Philip Jenkins, que o define como "o último preconceito aceitável".



O artigo do arcebispo dá exemplos deste “anticatolicismo” presente no New York Times. Por exemplo, no dia 14 de outubro, o jornal denunciava 40 casos de abusos sexuais de crianças em uma pequena comunidade ortodoxa judaica do Brooklyn no último ano.



Segundo o prelado, a atitude do jornal diante desse caso não nada a ver com a que no passado manteve perante a Igreja Católica, quando houve casos de abusos de sacerdotes. O prelado reconhece que não tem a intenção nem o direito de criticar a comunidade judaica, mas denuncia “este tipo de indignação seletiva”.



Outro caso apareceu no jornal nova-iorquino dia 16 de outubro, quando publicou uma história em primeira página, como todo um desenvolvimento interno (dando mais espaço que à guerra no Afeganistão ou ao genocídio no Sudão) ao triste caso de um sacerdote franciscano que há 25 anos manteve um relacionamento com uma mulher, de que nasceu um filho.



“Nenhum clérigo de outra religião diferente da católica jamais mereceu tanta atenção”, reconhece.



No dia 21 de outubro, assinala Dom Dolan, o NYT dedicou sua manchete principal à decisão da Santa Sé de dar boas-vindas aos anglicanos que pediram a união com Roma.



O jornal atacou duramente a decisão como proselitista em momentos difíceis para o anglicanismo, apesar do cardeal Walter Kasper, presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, ter enfatizado que “não estamos pescando no lago anglicano”.



Por último, o prelado menciona o exemplo “mais explosivo”, um artigo de opinião de Maureen Dowd, publicado por esse jornal no domingo 25 de outubro, em que se fazem acusações que nenhum editor permitiria se fosse contra expoentes islâmicos, judeus ou afroamericanos.



A colunista lança todo tipo de acusações contra a Igreja Católica, que vão desde a Inquisição até o Holocausto, desde os preservativos até a obsessão por sexo e a pederastia de sacerdotes ou a opressão de mulheres, sem se esquecer dos sapatos de Bento XVI ou do fato de que, quando jovem, tenha sido recrutado à força (igualmente a todos os conterrâneos compatriotas) no Exército alemão.



E tudo isso por quê?, questiona o arcebispo. Porque a autora, como reconhece em seu artigo, não está contente com a maneira como está-se realizando a atual visita apostólica de representantes vaticanos às religiosas dos Estados Unidos.



Um “preconceito” assim, explica, não tem justificativa em “uma grande publicação de hoje”.



Após reconhecer que estes casos, “infelizmente”, não se limitam ao New York Times, Dom Dolan assegura que “a Igreja não está acima da crítica”.



“Nós, católicos, já somos muito bons para criticá-la. Isso o aceitamos e o esperamos. A única coisa que pedimos é que esta crítica seja justa, racional e adequada. É o que se espera para qualquer pessoa. A suspeita e os preconceitos contra a Igreja converteram-se no passatempo nacional que deveria ser ‘suspenso pelo mal tempo’”, concluiu.



Em outros posts de seu blog, o arcebispo enfrenta questões da vida diária, social e litúrgica, desde questões raciais e caritativas, até a defesa da vida humana ameaçada pelo aborto ou pela guerra.



Na internet: http://www.archny.org/news-events/columns-and-blogs/





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Liberdade religiosa retrocede no Ocidente (I)



Entrevista com o editor do site e-libertadreligiosa.net



Por Inma Álvarez



BUENOS AIRES, terça-feira, 3 de novembro de 2009



ZENIT.org



A liberdade religiosa retrocede no mundo, especialmente no Ocidente, segundo o presbítero Pedro María Reyes Vizcaíno, autor de e-libertadreligiosa.net, um site que recolhe notícias e reflexões do mundo inteiro sobre esta questão.



Reyes Vizcaíno é licenciado em Direito pela Universidade Autônoma de Madri e doutor em Direito Canônico pela Universidade de Navarra. Ordenado sacerdote em 1992, atualmente reside na Argentina. É também autor de Ius Canonicum, um site de consulta sobre questões de Direito Canônico.



Além de sua atividade como canonista, ele se dedica a pesquisar sobre a liberdade religiosa “por interesse pessoal”, um campo que, em sua opinião, requer maior atenção por parte da opinião pública. Assim explica ele nesta entrevista concedida à Zenit.



-Em termos gerais, você diria que a liberdade religiosa está retrocedendo no mundo? Que fatores estariam levando a isso?



Pedro Reyes: Parece claro que nas últimas décadas estamos assistindo a um retrocesso da liberdade religiosa no mundo. Como exemplo, estão as perseguições contra os cristãos, que às vezes são violentíssimas, com mortes e expulsões de territórios.



O século XX foi chamado de século dos mártires. Por ocasião do grande jubileu do ano 2000, a Santa Sé reuniu em um livro testemunhos de pessoas que padeceram a morte por causa da sua fé. Recolheu-se o testemunho de 12.692 pessoas dos cinco continentes.



Desde 2000, não parece que as perseguições diminuíram. Em outubro de 2008, a organização evangélica Release International advertiu que em 2009 haveria 300 milhões de cristãos que sofreriam perseguição no mundo por causa da sua fé. O observador da Santa Sé nas Nações Unidas, Dom Celestino Migliore, no último dia 21 de outubro, falou de 200 milhões.



No entanto, existem outros atentados à liberdade religiosa, mais solapados, ainda que não sejam violentos, e ocorrem na Europa Ocidental. Nesta região do mundo, está sendo difundida uma doutrina laicista radical que pretende desterrar a fé cristã – ou qualquer outra crença religiosa – da vida pública. Em nome do laicismo, tenta-se proibir qualquer manifestação pública da fé. Expulsam-se os crucifixos de lugares públicos, proíbem-se celebrações religiosas nas ruas, ou o que é pior: censura-se a opinião dos bispos com o único argumento de que é um bispo.



Chegou-se a limites que parecem ridículos, como a denúncia na FIFA contra a seleção brasileira, em julho deste ano, porque, depois de ganhar o troféu, os jogadores fizeram uma oração de ação de graças a Deus. Ou a tentativa, na Catalunha, de trocar o nome das férias de Natal ou de Semana Santa por férias de inverno ou outono, neste curso acadêmico.



-Após a queda do Muro de Berlim e a liberdade recobrada nos países do Leste, especialmente a liberdade religiosa, parecia que o sistema de liberdades do Ocidente estava se consolidando. Não é assim?



Pedro Reyes: Efetivamente, em 1989, o mundo inteiro – e a Europa em particular – parecia acordar de um pesadelo e amanhecia para uma nova era de liberdade e de paz. Tive a sorte de morar em Roma naquele ano e lembro com emoção da passagem de Gorbatchov pela Via della Conciliazione rumo ao Vaticano, para ter uma entrevista com João Paulo II pela primeira vez. Lá estávamos nós, centenas de pessoas, leigos, sacerdotes, frades e freiras aplaudindo o líder da União Soviética como um libertador. Quem teria pensado nisso um ou dois anos antes?



O que ocorreu na Europa Oriental é um exemplo de que nem tudo foi negativo nas últimas décadas. Naqueles países havia milhões de cristãos que viviam na Igreja das catacumbas e agora podem praticar sua fé à luz do dia. Mas ainda há um desafio pela frente, que consiste em conjugar a liberdade religiosa com o desenvolvimento completo da pessoa, sem cair, por exemplo, no laicismo, como está acontecendo nos demais países da cultura ocidental.



-De onde surge politicamente o laicismo atual? O que ele pretende? Por que uma das suas exigências fundamentais, em todos os lugares onde triunfa, são os chamados “direitos sexuais e reprodutivos”?



Pedro Reyes: O laicismo positivo realmente tem raízes cristãs. Em uma época tão antiga, como no ano de 494, o Papa Gelásio I dizia na carta ao imperador Atanásio I que existem “dois poderes pelos quais este mundo é particularmente governado: a sagrada autoridade dos papas e o poder real”. E lhe recordava que, assim como o imperador deve obedecer os sacerdotes em questões espirituais, “em assuntos que se referem à administração da disciplina pública, os bispos da Igreja, sabendo que o império lhe foi outorgado pela disposição divina, obedecem as suas leis, para que não pareça que há opiniões contrárias em questões puramente materiais”.



Outro assunto é a origem do laicismo radical que agora se estende pelo mundo. Suas raízes devem se encontrar na Ilustração e na Revolução francesa, que considerou o catolicismo como um inimigo e pretendeu reorganizar a Igreja Católica e inclusive exigiu dos sacerdotes um juramento de fidelidade à nova organização.



Desde então, de uma forma ou de outra, os poderes públicos tiveram muitas vezes a tentação de intervir nos assuntos da Igreja Católica. Parece que um dos grandes desejos dos laicistas radicais é dizer à Igreja o que se deve pregar nos sermões, como se as homilias ou as doutrinas religiosas devessem ser aprovadas antes nos parlamentos. É interessante que aqueles que se escandalizam por um bispo que critica uma lei o fazem em nome da plena autonomia do Estado e da Igreja. Não suportam que uma confissão considere certas condutas como pecado.



A insistência nos chamados direitos reprodutivos e sexuais procede das correntes que saíram à luz na revolução de maio de 1968, o Maio Francês. Desde então, pretende-se introduzir estes conceitos no tráfico jurídico. Para esse momento, estava completo o quadro de declarações internacionais de direitos humanos, com a Declaração Universal aprovada pelas Nações Unidas em 1948. Os promotores destes supostos direitos estão tentando redefinir o conteúdo dos direitos humanos de acordo com seu preconceito.



Do ponto de vista da liberdade religiosa, parece claro que é uma falácia que se tente limitar a liberdade dos crentes de expressar suas convicções em assuntos de moral (que é um direito reconhecido pelo artigo 18 da Declaração Universal dos Direitos Humanos e por todos os tratados internacionais na matéria) para tutelar um direito que nem sequer está reconhecido.



-Que peso teve na Igreja o decreto conciliar da liberdade religiosa? Será que ele preparou a Igreja para os tempos atuais?



Pedro Reyes: Acho que a melhor resposta foi a dada por Joseph Ratzinger em 1965. Naquele ano, ele afirmou: “Tempos virão em que o debate sobre a liberdade religiosa será contado entre os acontecimentos mais relevantes do Concílio (...). Neste debate, estava presente na basílica de São Pedro o que chamamos de o fim da Idade Média, e mais ainda, da era constantiniana. Poucas coisas dos últimos 150 anos inferiram à Igreja tão ingente dano como a persistência em posições próprias de uma Igreja estatal, deixada atrás pelo curso da história” (Joseph Ratzinger, Resultados e perspectivas na Igreja conciliar, Buenos Aires 1965).



Ainda não há perspectiva histórica para advertir a importância do decreto Dignitatis humanae sobre a liberdade religiosa. Mas desejamos que tenha tanta transcendência como se augura. Se as expectativas forem cumpridas, poderemos dizer que com este decreto se inaugurou uma nova etapa nas relações entre a Igreja e o Estado, baseadas no respeito mútuo e na autonomia de ambas as realidades.



Penso que a Dignitatis Humanae contém, na verdade, um desafio para os católicos. De fato, este documento conciliar, além de declarar a imunidade de coação em matéria de liberdade religiosa, também proclama a obrigatoriedade de cada homem de seguir os ditados da sua consciência.



Desde o momento em que os cristãos têm o dever de transformar as estruturas da sociedade de forma cristã – tarefa peculiar dos fiéis leigos –, estaria fora de lugar delegar esta tarefa a uma instituição política, seja o Estado ou qualquer outra. Os Estados devem respeitar a lei natural, mas são os fiéis cristãos que devem conseguir que a sociedade seja cada dia mais cristã.



[A segunda parte desta entrevista será publicada no dia 4 de novembro]





Obs.: Enquanto a Europa, de formação judaico-cristã, está dando as costas ao Catolicismo, prosperam as famílias muçulmanas, que procriam como ratos, ao passo que os naturais do Velho Continente têm preguiça de gerar filhos, com uma população formada por velhos. Quem sabe, teremos no futuro uma Eurábia? (F. Maier)







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