Jorge Castro, analista de estratégia, no Clarin (18). Trechos.
1. Nos últimos dois meses, as fusões e aquisições (M&A) se multiplicaram na indústria de alta tecnologia norte americana. Somente nas três primeiras semanas de setembro, o investimento em M & A chegou a US$ 19,3 bilhões: aumentou oito vezes em comparação com a média mensal do ano anterior. Nos Estados Unidos, se recuperou o investimento em alta tecnologia. O investimento empresarial americano é antes de tudo gasto em alta tecnologia (40% do total) e esta tem maior peso no setor exportador de caráter multinacional.
2. A onda de fusões e aquisições que experimento os EUA revela uma mudança tecnológica e organizacional fundamental: a implantação de uma nova era de inovação, realizada através da “indústria de sistemas” de alta tecnologia. O núcleo desta indústria é o apoderamento da Internet pelas telecomunicações. O M & A é o principal instrumento de investimento para as empresas americanas.
3. A estratégia das grandes empresas de alta tecnologia é baseada em uma presunção de fundo: a economia americana entrou em um processo de interconexão acelerada e irreversível. A crise aprofundou a economia de serviços dos EUA (80% do PIB); que tende a fazer desaparecer a separação entre equipamento (hardware) e conteúdo (software) para oferecer novos serviços integrados. Este é um movimento radical, qualitativo.
4. À frente do setor, a Cisco Systems adquiriu seis empresas de alta tecnologia no ano passado por mais de US$ 30 bilhões. A última foi na semana passada (Starent Networks / US$ 2,9 bilhões). A Cisco, principal provedor de hardware, acredita que inclusive os equipamentos de alta tecnologia mais sofisticados irão se transformar em commodities num prazo de 10/15 anos. Por isso, se expande para novos mercados de elevado crescimento econômico (saúde, segurança, educação), se integrando em forma de rede.
5. Lidera a inovação tecnológica e organizacional da Cisco (em parceria com a Intel e Apple), o desenvolvimento do Wi-Fi direto: todos os instrumentos eletrônicos se transformam em “gateways” para um sistema de conexão sem fio num raio de 180/200 metros. Em suma, o Wi-Fi é agora potencialmente ilimitado, mas o sistema mundial se torna virtualmente em um Wi-Fi gigante. É o evento mais importante - em termos estratégicos.
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