Amanhece o dia e, após a rotina matinal, ligo a TV para assistir as primeiras notícias e quase sempre as histórias de corrupção são as manchetes.
Num determinado momento recente da minha vida, travei uma calorosa discussão com o meu marido, no horário do telejornal vespertino de uma importante emissora de televisão. Assistíamos a mais um caso de corrupção no cenário político nacional. Comentei com o meu marido, sobre uma conversa que havia presenciado, tempos atrás, entre dois amigos soteropolitanos. Um afirmava para o outro que o brasileiro de forma geral tem na genética o determinismo biológico da corrupção, herdado dos “degredados portugueses” que vieram para o Brasil – os marginalizados, vagabundos, prostitutas e tudo o que havia de pior em terras lusitanas. Esse povo que foi induzido e seduzido pela Família Real, a roubar, exterminar e escravizar índios, enriquecer e corromper.
Segundo os meus dois amigos, algum cientista deveria sim, providenciar urgentemente um antídoto, vacina, ou algo parecido, para ser aplicado em nossas crianças e nos futuros pais, evitando assim a “síndrome da corrupção” que se alastra por todos os setores da nossa sociedade. Difícil prever um futuro digno para esse país, batizado por muitos, como um lugar excelente para oficinas, onde obtem-se título de bandido de variadas modalidades e classe social. Afirmam veemente de que “O Brasil virou definitivamente motivo de chacota internacional”.
O meu marido, como uma fera esbravejou fortemente, discordando das colocações, afirmando não consentir principalmente em relação ao determinismo biológico. “Pensar assim dessa forma, não deixa nenhuma alternativa plausível para o povo brasileiro”. Acontece que um dos meus amigos chamou à atenção para o fato da doença da corrupção não se desenvolver em todas as pessoas, ela precisa de ambiente favorável e certas condições para se manifestar. Pode passar anos incubada, mas isso não quer dizer que o indivíduo não possa , em qualquer época da sua vida, vivencia-la em plenitude, haja vista, o terrível vírus, ser parte latente do seu ser.
O fato é que, brincadeira ou não, a corrupção brasileira é o astro principal de uma novela que parece não ter fim. Alguns místicos afirmam que o Brasil, será o berço de uma nova raça, a raça matriz de uma nova civilização. Bem, pelo jeito que as coisas andam... Tenho até receio dessa previsão.