Estamos vivendo a crise promovida pelos excessos de Estado e suas amoralidades
“Quando nada parece ajudar, eu vou e olho o cortador de pedras martelando sua rocha talvez cem vezes sem que nem uma só rachadura apareça. No entanto, na centésima primeira martelada, a pedra se abre em duas e eu sei que não foi aquela a que conseguiu, mas todas as que vieram antes.” - Jacob Riis (1849-1914), dinamarquês-americano, jornalista, reformista social e fotógrafo pioneiro no uso do flash.
Tenho ouvido críticas ao Capitalismo, mesmo por parte daqueles que pretendem defendê-lo atacando suas imperfeições. Alguns afoitos, ou mal intencionados, chegam a considerar que a crise globalizada nasceu do "laisser-faire de Adam Smith"...
Ora, em nenhum momento dos EUA, ou de qualquer outro país do mundo, a teoria liberal clássica foi plenamente aplicada. Algumas economias foram influenciadas por aspectos liberais, mas sem qualquer devoção aos princípios do Liberalismo Clássico. E a verdade pode ser constatada pela própria denominação de "liberals" aos políticos do Partido Democrata dos EUA, quando representam a antítese do liberalismo capitalista prescrito por qualquer uma das escolas atualizadoras do Liberalismo Clássico, como a Austríaca e a de Chicago, por exemplo.
Convenhamos, não haverá economia capitalista, e nem socialista, que consiga sobreviver sem crises esporádicas, cíclicas ou fatais (vide URSS...), se submetida a corridas armamentistas ilimitadas, a guerras sucessivas, a necessidades nascidas da hegemonia política, a abusos dos privilégios de estado e a políticas fiscais deterioradas por assistencialismos eleitoreiros, sempre despregados da produtividade e da lucratividade dos pagadores de tributos.
Depreende-se, então, que as economias estão muito sujeitas a fatores políticos fora do controle do Mercado, com sucessos ou desastres proporcionais à capacidade de cada Estado em administrar conflitos e perdas de rentabilidade, cuja intervenção poderá ser mais ou menos eficiente em abalar a normalidade das causas e efeitos do mundo econômico.
As perdas em escala macroeconômica, então, podem ser recuperadas em parte, quase sempre quantitativamente e sob perdas irreparáveis de qualidade, com obscurecidas previsões de perdas maiores ainda no futuro, quando o Estado age em função das demandas dos corporativismos e das pressões sociais, intervindo como maestro nas decisões que caberiam aos próprios sujeitos e agentes econômicos, formadores da verdadeira riqueza nacional.
A delegação de poderes de intervenção política na economia, geralmente, é aceita sem reservas pela Iniciativa Privada e pela Opinião Pública, como mera extensão natural dos poderes implícitos e jurisdicionais já anteriormente concedidos e que acabaram produzindo atalhos e caminhos direcionados ao abismo, que pretendem agora entupir dando passagem a novos horizontes. Pouca gente questiona o custo e a segurança da obra, muito menos a qualidade política da outra margem, incautamente em busca de novas incertezas.
Estamos vivendo a crise promovida pelos excessos de Estado e suas amoralidades, pela ausência de estadistas da Liberdade no mundo de hoje. Temos, sim, estatistas liderando promessas indiscriminadas de paraísos na Terra, onde a procura da felicidade possa ser substituída por uma casinha dormitório, hospital e escola de graça, na religiosa convicção de que a servidão voluntária significa a libertação de qualquer juízo final.