1. Este Ex-Blog comparou, dias atrás, os índices de criminalidade oficiais, especialmente aqueles com maior capilaridade e que afetam a sensação de insegurança (aliás, demonstrada em pesquisa 20-21/06 do GPP para o PV) entre os primeiros trimestres de 2006, 2007, 2008 e 2009. A curva ascendente e sustentada mostra a situação de descontrole a que se chegou. Os casos de arrastões, para os quais não há um índice específico, alcançam na capital 1 caso de 3 em 3 dias ou 2 por semana. O Ex-Blog comentou também, que a gravidade dos fatos não tem correspondente nos destaques da imprensa. Dia 3, o ISP-SSP-RJ, informou os dados de abril, que reforçam a tendência e afirmam esse quadro de descontrole. Vamos a eles (Globo, 04/07, numa coluna no lado esquerdo, embaixo da página 21ou no site do ISP).
2. Entre abril de 2008 e 2009, os Assaltos a Transeuntes cresceram 15%. No acumulado dos últimos três meses, comparados com 2008, o crescimento foi de 17,9%. O total de ocorrências de todos os tipos alcançou 55.492, crescendo 4,5% em comparação a abril 2008. Os crimes contra a vida cresceram assustadoramente: os homicídios passaram de 475 para 542 -de abril a abril- crescendo 11,9%. As mortes violentas, somando aos homicídios os latrocínios (27), lesão corporal seguida de morte (4), os autos de resistência (mortes em confronto) (102), policiais mortos em serviço (3) e encontro de cadáver e ossada (42) alcançaram 720, ou 56,1 mortes violentas por 100 mil habitantes, com base em abril de 2009.
3. Isso sem incluir em abril as pessoas desaparecidas (465), os homicídios culposos (205) e as tentativas de homicídios (407), que agregariam a este quadro de violência contra a vida mais 1.077 casos. E mais, em abril, 6.778 casos de lesão corporal dolosa (agressão física), que no trimestre-móvel foram 20.483 casos, com crescimento de 10,5%, comparado com 2008. Há que lembrar, para os casos de Assaltos a Transeuntes e outros que afetam fisicamente as pessoas, que nem metade deles é registrada e, portanto ficam fora das estatísticas.
4. Esta semana, o governador e o secretário de segurança, buscando iludir a boa fé da imprensa, apresentaram metas para os índices de criminalidade até o final do ano, se antecipando a esses números calamitosos. Conseguiram mais espaço para essa coletiva fake que os dados efetivos de criminalidade tiveram dias depois. A torcida da imprensa por bons resultados é grande. Aliás, de toda a impactada e apreensiva população do Estado.
