PETROBRAS E ALOPRADOS: COMEÇA A FICAR CLARO POR QUE ELES TÊM TANTO MEDO
terça-feira, 23 de junho de 2009 15:48
A reportagem mais importante publicada hoje nos jornais está no caderno Brasil, da Folha, assinada por Fernando Barros de Mello. E diz respeito à Petrobras. José Carlos Espinoza, ex-chefe do Gabinete Regional da Presidência da República em São Paulo e um dos mais próximos seguranças de Lula em campanhas eleitorais, trabalha, desde abril de 2007, na sede da Petrobras em São Paulo. Quer dizer: trabalha mais ou menos. Parece que ele não costuma aparecer muito por lá.
Lembram-se dos tais 1.150 funcionários da empresa ligados à área de comunicação? A Petrobras se apressou em deixar claro que nem todos eram jornalistas. É verdade. Espinoza, por exemplo, não é. Ele só é um petista e um lulista diplomado. Sua função? “Interlocução com movimentos sociais”. Vocês sabem: é uma besteira achar que a Petrobras se limita a extrair e refinar petróleo. Sua principal função tem sido refinar ideologia.
O PT, como sempre sonhou Marilena Chaui, é mesmo “espinoziano”. O rapaz aparece envolvido no dossiê dos aloprados, lembram-se? Até hoje não se sabe a origem daqueles quase R$ 2 milhões apreendidos pela PF, transportados numa sacola por um assessor do senador Aloizio Mercadante (PT-SP). À época, Espinoza, apurou a VEJA, reuniu-se na Polícia Federal para debater ética — claro!!!— com Freud Godoy e Gedimar Passos, preso na operação. Depois da prisão dos aloprados, Spinoza cedeu seu apartamento para um encontro entre Godoy e o tesoureiro do PT.
O escândalo dos aloprados estourou em setembro de 2006. Em abril de 2007, sete meses depois, Espinoza já estava na Petrobras, contratado, na verdade, pela Protemp, uma empresa de mão-de-obra terceirizada que fica na emblemática Santo André. É a Protemp que presta serviços à Petrobras.
A reportagem, parece-me, ajuda a jogar luzes sobre o imbróglio dos aloprados e também explica o verdadeiro pânico que se tem de uma investigação séria na Petrobras. Espinoza é a evidência de que quem tem padrinho não morre pagão, não é mesmo? Ele era apenas uma das muitas pessoas do círculo de relacionamento pessoal de Lula envolvidas naquela maracutaia. E, como se nota, a Petrobras parece ser mesmo o grande guarda-chuva que abriga a companheirada.
O repórter da Folha quis saber qual era a sua intimidade com a área de comunicação e por que ele está lotado na Petrobras. E ele respondeu. Assim: “Por conta exatamente do meio de campo que foi pedido para eu fazer entre os movimentos sociais e a Petrobras. Conheço o José Rainha [dirigente do MST], o presidente da Contag [Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura], o pessoal da Fetraf [Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar]“
Tudo claro como a luz do meio-dia de um céu sem nuvens