Liverpool 4 x 0 Real Madrid - 11/03/2009; Liverpool 4 x 1 Manchester United - 15/03/2009; Chelsea 4 x 4 Liverpool – 14/04/2009; Liverpool 4 x 4 Arsenal – 22/04/2009. Em apenas 6 semanas, contra 4 cachorros grandes, 16 gols marcados e 9 sofridos. Pelos números, não lembra um velho nosso conhecido? Isso mesmo,guardadas as devidas proporções, o Santos de Pelé e Cia?
Pois bem, caro leitor, o time da terra dos Beatles, o Liverpool, apesar de proporcionar as maiores emoções neste final de temporada européia, infelizmente, e injustamente, não vai chegar a lugar algum.
Mesmo nos dois empates em quatro, acima lembrados, foi superior aos adversários, e merecia ter vencido. Se isso tivesse acontecido, estaria disputando as semifinais da Champions League e o Campeonato Inglês, com grandes chances de levantar os dois canecos. Mas, como o futebol ‘é uma caixinha de fósforos que ninguém sabe o que tem dentro’, como bem dizia o Vicente Mateus, e, por isso, nem sempre o time de melhor desempenho vence, o Liverpool apenas cumprirá tabela até o encerramento do ano futebolístico europeu. Durma-se com uma barulho destes!
Na nossa modesta opinião, o Liverpool deveria ter ocupado o lugar do Chelsea nas semifinais da Champions, pelo tipo de jogo desenvolvido, rápido e envolvente, e por merecimento. Ele deu muito azar de não ter contado com o seu melhor jogador naqueles 4 x 4 sensacionais no campo do Chelsea, o fora de série Gerrard, contundido. Justo no momento mais importante da temporada. Mesmo assim, desenvolveu um jogo alucinante e, quando ganhava o jogo por 2 x 0, contou com uma falha absurda do excelente goleiro Reina, até aquele momento um dos pontos altos do time. Daí... Mesmo assim, lutou até o final, e aos 43’ do 2º tempo ninguém sabia quem se classificaria.
Já no campeonato inglês, nos 4 x 4 contra o Arsenal, dominou o jogo todo, teve 10 escanteios a favor e nenhum contra, chutou mais de 20 bolas contra a meta adversária, e, em quatro finalizações do Arsenal, todas elas através do russo Arshavin, levou inacreditáveis quatro gols. Mais uma vez durma-se com um barulho destes!
No conjunto da obra, eu, que acreditava que as derrotas da Hungria, da Holanda e do Brasil, em 1954, 1974 e 1982, respectivamente, tinham sido as maiores injustiças de toda a história do futebol mundial, já estou tendendo a reconsiderar. Só não o faço porque aquelas três seleções foram verdadeiras ‘Orquestras Sinfônicas do Futebol’. Juntamente com o Brasil de 1958 e de 1970, ninguém, nunca, chegou nem perto.
Mas que esse Liverpool merece ficar na galeria dos grandes esquadrões, mesmo não tendo conquistado nada, não tenho a menor dúvida...
Pra encerrar, fiquemos com Albert Camus: ‘O êxito é fácil de obter. O difícil é merecê-lo.’
