Desgoverno Lula injeta R$ 87,2 bilhões no mercado, mas BC nega que seja socorro a bancos com problemas
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Por Jorge Serrão
Dois países sairão como grandes credores líquidos quando baixar a poeira da crise especulativa transnacional. Os Estados Unidos, simplesmente porque são os emissores do dólar, a principal moeda de trocas internacionais. E o Brasil, simplesmente porque é o produtor mundial de alimentos e das principais commodities estratégicas. O problema é que não tiramos proveito da nossa vantagem estratégica.
A diferença entre EUA e Brasil – e que nos desfavorece – é a mentalidade produtiva. Aqui no País cuja economia é presidida por Henrique Meirelles vale a cultura especulativa. O modelo econômico brasileiro, um monetarismo ortodoxo e intervencionista, não valoriza a produção, a geração ou distribuição de renda. Desde a década de 60, de diferentes maneiras, a economia daqui funciona sob a lógica do overnight. Ganha quem aplica (inclusive e principalmente golpes). E perde quem trabalha e produz.
O Brasil é governado pelo banqueirismo. No Capitalismo de Estado Tupiniquim, que mais parece uma União Soviética pelo autoritarismo econômico, ganha quem especula – não quem produz. Especuladores conseguem até isenção de impostos. Não é à toa que aqui se praticam as mais altas taxas de juros do mundo, prejudicando o sistema produtivo, em nome de uma pretensa estabilidade econômica.
Agora, na crise global, o Banco Central dá mais um socorro a quem produz? Não. O BC socorre os bancos que tiveram grandes perdas porque especularam além do permitido. Nos últimos 30 dias, o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) do Banco Central fez quatro operações de compra de carteiras de bancos médios, principalmente de crédito consignado e financiamento de veículos. O negócio envolveu um valor total de R$ 700 milhões.
O curioso é que o diretor-executivo do FGC, Antonio Carlos Bueno de Camargo Silva, garantiu que não houve nenhuma "operação de socorro ou salvadora" para os bancos. O BC jura que foram operações normais de mercado. A retórica é repetida pelo presidente Henrique Meirelles (banqueiro “aposentado” do Bank Boston que comanda o BC de acordo com interesses da Oligarquia Financeira Trasnacional). Meirelles alega que os recursos liberados para o mercado não se destinam a salvar bancos, mas sim para garantir liquidez.
O Banco Central decidiu alterar ontem, pela terceira vez, as regras do compulsório dos bancos. Trata-se do dinheiro que as instituições são obrigadas a deixar depositado diariamente no BC. A desculpa é que seria para minimizar os efeitos da crise financeira internacional no Brasil. A autoridade monetária, sempre generosa com os bancos, libera R$ 59,9 bilhões ao mercado.
Na verdade, o desgoverno dos banqueiros - que nega a existência de um pacote para a crise - já liberou R$ 27,35 bilhões em ampliação de endividamento do BNDES. Também soltou recursos para a agricultura. E permitiu a utilização de valores do FGTS e do FAT. O volume total de injeção ao mercado chega a R$ 87,2 bilhões.
Sobrará mais dinheiro para especulação, e para sustentar a farra do crédito, que é uma lógica especulativa para manter o consumo aquecido.
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Postado por Alerta Total de Jorge Serrão às 08:05 4 comentários
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Quebrando...
O banco ABC está com sérios problemas de liquidez.
O presidente da Bombril, Ronaldo Ferreira, convenceu os executivos da instituiçao a aceitar um volume acima do normal de duplicatas.
O ABC é o antigo ABC Roma, fundado por Roberto Marinho, da Globo, pertence hoje a investidores sauditas.
Com sérios problemas
As Casas Bahia abriram o bico!
O Bradesco e o Itaú, absorveram as operações da empresa que está inadimplente.
O Banco Panamericano de Silvio Santos também está na beira do abismo.
Grana fugindo
Com a crise dos EUA, os exportadores e bancos perderam as linhas de crédito externas.
Parou de entrar dinheiro de fora e o que está por aqui sai aos poucos.
Tudo apesar de sermos um dos paraísos dos juros altos e onde se remunera o capital especulativo com absurdas isenções de impostos...
O mercado gosta...
Depois que o dólar encostou ontem em R$ 2,48, o Banco Central, por três vezes, vendeu moeda norte-americana no mercado à vista - que não acontecia desde 2003.
O BC ofereceu US$ 4 bilhões, mas vendeu apenas US$ 1,55 bilhão, valor que sairá de suas reservas.
Assim, o dólar fechou ontem a R$ 2,28, em queda de 1,34%.
Nova queda de braço deve acontecer hoje entre o BC e os especuladores de plantão.
Bota pra quebrar...
Numa reunião de emergência ontem, o chefão Lula da Silva cobrou soluções imediatas.
O risco de quebra de empresas exportadoras que tiveram perdas por terem especulado com câmbio foi um dos temas principais.
Os dois alvos da discussão foram a Sadia e a Aracruz Celulose.
Nada sadia...
A Previ, fundo de previdência dos funcionários do Banco do Brasil, enviou carta à Sadia pedindo a convocação de assembléia de acionistas para votar a abertura de um processo civil contra os administradores para ressarcimento da empresa.
A Previ também exige a instalação de uma auditoria para detalhamento das operações que levaram à perda de R$ 760 milhões.
Nos bastidores do mercado, especula-se que a Sadia já deveria ter pedido concordata, antes que a situação piore ainda mais...
Pelo telefone
O presidente dos EUA, George W. Bush, telefonou ontem para seu colega brasileiro Lula da Silva.
Bush avisou que acredita que, em duas semanas e meia, sejam sentidos os efeitos de seu pacote de socorro.
Bush convocou uma reunião do G-20 em Washington, no sábado, para discutir a crise e seus desdobramentos.
Doeu, aí...
A Inglaterra sentiu o golpe da crise.
O Reino Unido vai destinar US$ 867 bilhões para socorrer os bancos.
Gastará mais que os EUA e o equivalente a cerca de dois terços do PIB brasileiro,
O governo prevê uma estatização parcial, adquirindo até US$ 86,7 bilhões em ações das maiores instituições financeiras.
Salvando o sistema
O Bank of England (BC privado inglês) garantirá até US$ 433,5 bilhões para empréstimos interbancários.
O governo também disponibilizou US$ 346,8 bilhões para os bancos refinanciarem suas dívidas.
Em troca do socorro, deve apertar a fiscalização do setor e limitar ganhos de executivos.
Quem sabe adverte
O aprofundamento da crise financeira provocará deterioração significativa da economia global nos próximos meses.
EUA e parte da Europa serão empurrados para uma recessão.
O alerta é do Fundo Monetário Internacional.
Mas Olivier Blachard, economista-chefe do FMI, avalia que as medidas contra a crise vencerão o "ceticismo do mercado".
Vida que segue...
Ave atque vale!
Fiquem com Deus!
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