ASSUNTO RELEVANTE! Atentem e reflitam nos possíveis papéis desempenhados pelo atual vice-presidente dos EUA, Dick Cheney, e pela empresa norte -americana Halliburton, administradora contratada sem licitação, segundo noticiado, do Banco de Dados de Exploração e Produção da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Brasil! Eles sabem o que querem e o que fazem! E a Petrobras saberá?... (Há uma fortuna em jogo e ganha quem for mais capaz!).
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Caro Gen. Andrade Nery,
Grato pela transmissão deste bom artigo. Só se impõe um reparo: anticlímax de seu final. Ao longo dele recapitulam-se algumas das coisas terríveis cuja real implicação é que, quanto mais recursos naturais são descobertos no Brasil, mais tende a aumentar a escravização de seu povo e o controle absoluto da oligarquia mundial sobre o que impropriamente se apelida de governo. Ora, depois disso, o artigo, em vez de concluir com uma resposta à altura do desafio dos fatos, termina com uma frase das mais babacas, qual seja “torcer para que a crise nos EUA tenha fim. Senão, seremos tragados para alimentar a insaciável máquina do Tio Sam.”
Essa coisa de torcer é para a gente passiva produzida pela desestruturação cultural fomentada pelo Império. Torcer é para quando as pessoas se estão divertindo com um jogo de futebol, vôlei etc. Temos é que agir, e a única meta capaz de assegurar destino decente para o País é mudar de regime político, não entrar mais na conversa pseudodemocrática a serviço da oligarquia mundial (antes, temos de nos libertar dessa conversa).
Abraço,
Adriano Benayon
NÃO ME PERGUNTEM SE É TUDO VERDADE, MAS NÃO DEIXEM DE PENSAR
A sombra dos EUA paira sobre a soberania do Brasil
Por Eduardo Patriota Gusmão Soares 16/08/2008 às 15:18
Com uma crise batendo à porta, os EUA se voltam para as riquezas da América do Sul. A reativação da IV Frota Naval é tudo, menos sinal de que eles querem nos proteger. A ameaça a soberania já valeu até conversas entre os altos comandantes do exército e o Presidente da República
Numa palestra, o geofísico João Victor Campos disse que nos Campos de Carioca, Tupi e Júpiter são estimadas reservas de cerca de 90 bilhões de barris de petróleo, em uma área de extensão de 800 km que vai de Santa Catarina ao Espírito Santo e de 200 km de território marítimo do País. Com o preço do petróleo em cerca de US$ 100 o barril, esta riqueza pode chegar a US$ 10 trilhões, o que daria para levar o Brasil a um grau de desenvolvimento muito melhor se for explorada a contento pelos nossos administradores públicos.
Como se nota, o Brasil começa a despontar como uma grande fonte de energia para alimentar o mundo. Energia é algo fundamental. Os recentes conflitos entre Rússia e Geórgia, são mais por causa do controle energético da região, do que outra coisa. A própria guerra do Iraque, bem se sabe, foi uma busca insandecida por petróleo, a principal matriz energética mundial. Como quem está no topo, de lá não quer descer, os EUA já vislumbram um jeito de pôr as mãos na "energia" que emana das camadas pré-sal brasileiras.
O atual vice-presidente dos EUA, Dick Cheney, um dia já presidiu uma empresa norte-americana de exploração petrolífera, a Halliburton. Esta mesma empresa está administrando o Banco de Dados de Exploração e Produção (BDEP), da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), sem ter passado por processo licitatório. Curiosamente, lembram-se do notebook "roubado" com informações sigilosas da Petrobrás? Advinhem no contêiner de qual empresa o notebook estava? E como bem notou o geofísico, "(...) a ANP não tem poder regulador da legislação nacional, mas serve para impor interesses estrangeiros nos assuntos relativos ao petróleo ferindo a soberania brasileira."
Ainda mais estranho, é o fato dos EUA terem recentemente ativado a IV Frota Naval, que patrula as águas do Sul. Criadas em 1943 e desativadas em 1950, a frota tem 22 navios: quatro cruzadores com mísseis; quatro destróieres com mísseis; 13 fragatas com mísseis; e um navio-hospital. Segundos os EUA, o navio ficará em missão de paz para patrulhar e garantir o comércio mundial, já que 90% dele é feito através de navios. Oras, mas quem tem o poder de garantir a segurança, também tem o poder de barrar a passagem. E, como se sabe, os EUA são peritos em arrumar desculpas para guerras, conflitos, intervenções armadas, etc. Com uma crise energética, alimentar e financeira se agigantando sobre os EUA, vemos pairar sobre o fraco cone sul a sombra da maior potência militar de toda a história da humanidade.
Tristemente, nossos comandantes da Marinha foram falar com o presidente Lula que eles "não possuem condições de cumprir os deveres constitucionais". Em bom português: aqueles navios não estão ali passeando e, no caso de um ataque, não temos como nos defender. Afinal, eles gastam quase US$ 600 BILHÕES por ano com suas forças militares. O Exército brasileiro deve receber dotação orçamentária de R$ 2,628 bilhões em 2008, dos quais R$ 2,069 bilhões para gastos com custeio e R$ 559 milhões para investimento. Só podemos torcer para que a crise nos EUA tenha fim. Senão, seremos tragados para alimentar a insaciável máquina do Tio Sam.
A MAÇONARIA TRABALHA PARA CONSTRUIR, POR MEIO DOS HOMENS, UM MUNDO MELHOR!
Ivan Cosme Pinheiro
http://www.ivanpinheiro.blogspot.com/
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Comentário
Félix Maier
Não sei onde acaba a verdade e começa a mentira no artigo escrito acima. Também não sei por que devemos ter tanto medo dos EUA, se os verdadeiros inimigos dos brasileiros estão aqui dentro, não lá fora: o governo petista, atolado em corrupção, que apóia grupos terroristas, como as FARC e o MST. O messetê, p. ex., está levando insegurança ao campo, diminuindo a pujança do nosso agronegócio, um modelo de sucesso que ainda poderá alimentar o mundo todo.
Infelizmente, o Brasil está passando por nova onda nacionalisteira, incrementada tanto por civis embusteiros, como por militares babacas, em mais uma ofensiva de "O petróleo é nosso". No momento, a onda patriótica é com o pré-sal, que ainda é uma incógnita, pois não se sabe a real dimensão desses poços. No entanto, nada como aumentar ainda mais o poder da Petrossauro (ou criar uma nova estatal, a Petrossal, ao lado de um novo fundo de pensão, a Funsal...), para benefício do corruPTo governo Lula e dos petroleiros. Eles estão mesmo certos em afirmar que "o petróleo é nosso". Ou seja, deles. Por conta do monopólio da Petrobras, o Brasil levou 50 anos para se tornar auto-suficiente, e isso por conta da mistrua do álcool com gasolina e do baixo crescimento econômico durante o governo Lula. Não fosse esse maldito monopólio, provavelmente não teríamos sofrido tanto os dois "choques de petróleo" (1972 e 1979) e o Brasil poderia ter prosseguido seu "milagre econômico", quando crescia a taxas anuais acima de 10%.
A revista Veja (edição 2075, de 27/8/2008) apresenta uma entrevista com Ricardo Hausmann, "A poupança do pré-sal", em que sugere qual deva ser o melhor modelo para gerenciar essa nova riqueza brasileira. Não deixe de ler a entrevista abaixo!
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A poupança do pré-sal - Entrevista: Ricardo Hausmann
Data: 25/08/2008
Veículo: VEJA
Editoria:
Jornalista(s): Giuliano Guandalini
Assunto principal: OUTROS
Professor de Harvard afirma que o Brasil não pode cair no erro da Venezuela de gastar, "aqui e agora", as receitas do petróleo. É preciso guardá-las para as gerações futuras
Giuliano Guandalini
"A riqueza do petróleo produz dólares, mas não desenvolvimento instantâneo"
Roberto Setton
O economista Ricardo Hausmann conhece a fundo os efeitos negativos que a riqueza proveniente do petróleo, se mal utilizada, pode causar a um país. Atual diretor do Centro para o Desenvolvimento Internacional da John F. Kennedy School of Government, da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, Hausmann dedicou boa parte de sua vida acadêmica a estudar a maldição que castiga a maioria dos países exportadores de recursos minerais. Um exemplo acabado desse fenômeno é seu país de origem, a Venezuela. "O Brasil não deve cair no mesmo erro", diz o economista. "É uma ilusão acreditar que o dinheiro do petróleo poderá ser utilizado em projetos sociais, como o investimento em educação. Esses recursos devem ser poupados, ao preço de trazer instabilidade para a economia." Hausmann esteve em São Paulo na semana passada para apresentar o estudo "In search of chains that hold Brazil back" (Em busca das correntes que prendem o Brasil), feito sob encomenda do Centro de Liderança Pública. O economista conclui que o principal obstáculo à aceleração do crescimento no Brasil é a sucessão de governos que se endividam em excesso, cobram tributos demais e investem menos do que deveriam.
Qual é a maneira mais inteligente e produtiva de extrair riqueza das reservas petrolíferas do pré-sal?
É preciso entender que a riqueza do petróleo produz dólares, mas não desenvolvimento instantâneo. A questão é como e quando usar esse dinheiro. É muito fácil errar, e essa é a razão pela qual a avassaladora maioria dos governos ricos em petróleo produziu desastres econômicos em vez de desenvolvimento. A rigor, o único impacto imediato dos dólares do petróleo é permitir que um país importe mais. Importações maiores elevam o déficit externo e ainda submetem a taxa de câmbio do país ao vaivém das cotações do petróleo, afugentando investimentos privados. Não é coincidência que países como Irã, Equador, Venezuela e Nigéria possuam moedas extremamente voláteis e recebam poucos investimentos produtivos.
Como evitar essa armadilha?
O ideal é que 100% das receitas com petróleo sejam depositadas em um fundo no exterior. Isso impede que os dólares inundem a economia, produzam inflação e volatilidade cambial. É o modelo usado na Noruega, com resultados positivos. O Brasil deveria adotá-lo para evitar a valorização abrupta do real, que significaria uma séria ameaça à sua atividade industrial exportadora. Vários países optaram por esse mesmo modelo, com sucesso. Recentemente ajudei o governo do Cazaquistão a criar seu fundo soberano. O resultado é que a moeda desse país se apreciou bem menos do que a brasileira nos últimos anos, a despeito do boom no preço do petróleo.
O Brasil possui problemas sociais gravíssimos. Por que não trazer esse dinheiro para solucioná-los?
É um engano imaginar que esses dólares possam ser utilizados para pôr fim aos problemas sociais, por mais graves que sejam as mazelas da educação e da saúde. A rigor, há apenas dois destinos possíveis para as receitas do petróleo: poupá-las ou usá-las para comprar ativos dentro do país. Se, em vez de poupar, o país inundar a economia com dólares, vai produzir inflação e deteriorar rapidamente as contas externas. O impacto negativo será enorme, principalmente no câmbio.
O senhor poderia dar um exemplo?
A Venezuela, meu país de origem. Acabo de chegar de uma viagem a Isla Margarita, na costa venezuelana. Não sou ultranacionalista, mas posso assegurar que essa ilha é um dos lugares mais bonitos do Caribe, muito mais atraente do que Aruba. Empresários do turismo adquiriram ali grandes áreas, mas não foram capazes de atrair investidores devido à cotação da moeda local. Quando o preço do petróleo sobe, o câmbio se valoriza rapidamente, inviabilizando a rentabilidade dos negócios de turismo. Resultado: a renda per capita de Aruba é três vezes maior que a de Margarita. A principal explicação para isso? Isla Margarita pertence à Venezuela. Simples assim. Esse é o efeito destrutivo de gerir mal um ativo tão volátil como o petróleo.
Na década de 70, a Venezuela tentou criar um fundo para investir o dinheiro do petróleo em setores industriais estratégicos. Por que não funcionou?
Os recursos foram aplicados em um fundo doméstico, e não no exterior. Foram criadas empresas siderúrgicas com esse dinheiro. O problema é que, quando o preço do petróleo subiu, o câmbio também subiu, e essas empresas não conseguiram manter-se competitivas. Eram todas estatais, pessimamente administradas e pouco eficientes. O dinheiro foi desperdiçado. Mas isso se deu no passado. Piorou ainda mais. Agora, o presidente Hugo Chávez simplesmente torra cada centavo obtido com o petróleo. Ninguém sabe ao certo para onde o dinheiro vai. Há diversos orçamentos supostamente sociais, uma confusão absoluta. Para piorar, o setor do petróleo não tem recebido investimentos, e a produção começa a declinar.
É possível transformar a riqueza natural em desenvolvimento efetivo?
Sim, e a Finlândia é o melhor exemplo. O país era um importante exportador de madeira. Um dia, descobriu que, além de vender o produto, poderia produzir papel. Depois, especializou-se em fazer móveis. Isso o levou a desenvolver o design e o processo industrial. O conhecimento adquirido no processo propiciou a criação de máquinas cada vez mais avançadas. Esse esforço resultou no surgimento da fabricante de celulares Nokia. A Finlândia descobriu que o grande segredo do desenvolvimento econômico é expandir a capacidade tecnológica. Esse exemplo é útil ao Brasil no momento em que o país se vê diante do desafio de explorar o petróleo em águas ultraprofundas. Será necessário desenvolver tecnologias, as quais, com certeza, poderão ser empregadas em outras áreas.
Como o senhor vê a economia brasileira hoje?
O país está em uma situação única na América Latina. Enquanto muitos países ainda procuram maneiras de se integrar à economia global, o Brasil inova em várias tecnologias de ponta na agricultura, no setor energético, na aviação, na mineração e no setor automobilístico, entre outras atividades. O país tem muitas possibilidades, oferece diversas oportunidades para sustentar o crescimento econômico por muitos anos. Os indicadores sociais, como educação e saúde, registraram avanços significativos, e a democracia parece consolidada. São conquistas notáveis. Mas, ainda assim, o país não tem conseguido ampliar o ritmo de expansão, que, apesar da aceleração recente, ainda é tímido para uma economia como a brasileira. Descontado o aumento da população economicamente ativa, o crescimento real tem sido de apenas 1%, um dos piores resultados em toda a América Latina. O mais preocupante é que esse baixo crescimento não se deve aos efeitos de um ciclo econômico negativo.
Por que o país não consegue acelerar seu ritmo?
O principal entrave ao crescimento do país é a falta de poupança do setor público. A origem do problema está nas despesas do governo. O estado deveria gastar menos do que arrecada. Ao fazer isso, a poupança pública aumentaria, deixando espaço disponível para os investimentos privados, que poderiam crescer sem pressionar a inflação. O Brasil possui hoje a maior carga tributária entre todos os países emergentes, e, mesmo assim, as contas públicas são deficitárias. A boa notícia é que, para alcançar esse objetivo, os gastos públicos não precisam ser cortados drasticamente. Basta que o governo deixe de ampliar suas despesas. Com o passar do tempo, o tamanho delas em relação ao PIB acabará caindo naturalmente. O fato é que o Brasil não conseguiu constituir um estado financeiramente viável, que não se endivide em demasia, que não tribute em excesso e que invista fortemente em infra-estrutura.
Que reformas ajudariam nesse ajuste?
"Reformas" virou palavrão. Houve muitas delas na década passada, em diversos países da América Latina, que não alcançaram os objetivos e acabaram sendo desperdiçadas. Se não forem focadas, mudanças têm um grande preço político, sem que se obtenha um benefício significativo. Por isso, as reformas precisam ser bem direcionadas. Nesse sentido, a opção mais óbvia no Brasil parece-me ser a reforma previdenciária. Aqui temos dois problemas. Primeiro, o gasto com aposentados é da ordem de 12% do PIB, algo sem paralelo entre os emergentes. É um custo fiscal exagerado. Além disso, os aposentados possuem uma propensão baixa a poupar aquilo que recebem. O modelo brasileiro é uma das principais correntes que imobilizam a economia do país.
Pelas suas estimativas, qual poderia ser a taxa de crescimento brasileira?
Não existe nada que impeça o Brasil de avançar, de maneira estável e duradoura, em um ritmo de 7% ao ano. É uma meta perfeitamente viável. Com essa taxa, o país galgaria outro patamar de desenvolvimento, dentro de um espaço de menos de três décadas. O crescimento econômico tem o poder de se auto-alimentar e se multiplicar. Se o avanço per capita de um país for de pífio 1% ao ano, como o registrado pelo Brasil na década passada, ao fim de uma geração os filhos serão aproximadamente 30% mais ricos do que os seus pais. Mas se o avanço for de 7% ao ano, como acredito ser possível, os filhos serão cinco vezes mais ricos do que seus pais. Os brasileiros precisam decidir se desejam uma melhora simplesmente incremental, medíocre, ou um salto transformador.
Muitos economistas brasileiros consideram a taxa de câmbio o principal obstáculo ao crescimento. Esse não é um fator a ser levado em conta?
Sim, mas a taxa de câmbio é um reflexo da situação econômica. O motivo pelo qual a taxa de câmbio chinesa é competitiva é que a China possui uma taxa de poupança elevada. No Brasil, o câmbio é um sintoma da síndrome do baixo nível de poupança. Ninguém se livra da febre quebrando o termômetro. É preciso lidar com os obstáculos primeiro.
Dez anos atrás, quando o senhor era economista-chefe do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), foi bastante criticado no Brasil por ter sugerido que o país seguisse o antigo modelo argentino de paridade com o dólar. O senhor mudou de idéia?
De fato, eu imaginava que, para um país com baixa credibilidade internacional, seria melhor dolarizar sua economia ou seguir uma paridade cambial com o dólar. Mas mudei de opinião sobre o assunto. Isso funcionaria naquela circunstância apenas para economias pequenas, sem grande volatilidade cambial. A moeda brasileira, ao contrário, oscilava fortemente. Mas esse debate está superado. Olhe só o caso brasileiro. O país é hoje credor em dólares e está livre do chamado "pecado original", ou seja, a impossibilidade de tomar dinheiro emprestado no exterior emitindo títulos em sua própria moeda. O Brasil avançou muito. Passou de devedor a credor externo e conquistou o grau de investimento. O pecado, agora, seria não poupar a riqueza do petróleo.