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Artigos-->Cheiro da Infância -- 10/12/2001 - 12:15 (maria da graça almeida) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Cheiro da infância



Sobre a mesa, na fruteira,

provocante, a manga.

Manga engorda.

Deixo-a. Que inerte envelheça

e de velhice, apodreça.

Abstenho-me dela e de quilos a mais.

Passo bem sem seu sabor.

Sem o perfume, não.

Apanho-a. Cheiro-a levemente.

O olfato nada me devolve.

Deito-lhe, amassado, o nariz.

Aspiro profundamente. Nada.

Hoje, é inodora, a manga.

Seu perfume perdeu-se no tempo.



Queria, recuperando-lhe o cheiro,

resgatar parte da infância,

infância cheirando à manga.

Impossível.

Lastimo que não se possa

fotografar os odores.

Lamento não ser mais criança.

Recoloco-a na fruteira.

Manga engorda. Cheiro, não.

E em não o sentindo,

vejo para sempre perdido,

o longínquo e adocicado

perfume de um pomar

ensolarado.



Maria da Graça Almeida





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