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Artigos-->O Fantasma da Mansão da Birmânia -- 13/08/2008 - 00:01 (Lúcio Emílio do Espírito Santo Júnior) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


O Fantasma da Mansão de Birmânia

Lúcio Emílio do Espírito Santo Júnior (Bom Despacho/MG)





O beco onde ficava a antiga mansão era no centro de São Paulo. Lá vivia um casal de idosos: Majela e Birmânia. Eu tinha de pesquisar algumas anotações numa parede da casa; dizia a lenda que Oswald de Andrade vivera ali no final de sua vida e deixara aquelas frases anotadas.

As frases estavam quase ilegíveis e uma só passagem pela casa não foi suficiente para decifrar quase nenhuma. O casal era muito simpático, fui me familiarizando com eles, pois lembravam meus avós.

Logo eu estava chamando Birmânia de mãe e ela me segredou que a casa era assombrada; seu marido costumava ver os fantasmas. Ela acreditava em tudo, tinha um ufoporto, um canto no jardim para gnomos e recitava um mantra: “Laaaraaaas”, em meio a exercícios onde buscava levitar. Majela dizia que ela era “eclética”: acreditava que Jesus voltou reencarnado num brasileiro chamado Inri Cristo e chorava vendo os padres e missas da Rede Vida. O mantra, explicou-me ela, era para quando o Hercólubus chegasse. Um planeta cinco vezes maior que Júpiter, disse ela, estava se aproximando da Terra. Hercólubus, o planeta vermelho, era a verdadeira causa das mudanças climáticas: seu profeta, um índio chamado V. M. Rabolú.

04/10/07

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Encaixe piauí outubro

Numa noite, depois de ter enfim conseguido decifrar quase toda a pilastra, eu entrava na cozinha para me despedir de Birmânia e vi Majela conversando com um espectro translúcido, apenas um manto fluorescente sem rosto. Saí apavorado, sem me despedir dos dois.

Quando retornei à mansão, no dia seguinte, Birmânia tocava um mesmo acorde de forma obsessiva em uma linda harpa. O som me atormentou. Eu queria apenas agradecer a atenção que me fora dada nos últimos dias, mas Birmânia respondia-me apenas com monossílabos e leves gestos com a cabeça. De repente, deixei cair um exemplar do livro Torquatália, do jornalista piauiense Kenard Kruel, biografia do poeta Torquato Neto. Ao pegá-lo no chão, lembrei-me: ele desenvolveu uma estranha teoria sobre o suicídio de Torquato Neto. Existiria uma frase apagada no bilhete deixado por Torquato Neto que explicaria tudo. O livro se abrira justamente na página em que Kenard resgatava a suposta frase: “os arpejos de mamãe me levaram ao suicídio”. Saí pela última vez da casa. Fiquei pensando: e se Majela e Birmânia forem os fantasmas de Oswald de Andrade e esposa?
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