VOCÊ JÁ PENSOU QUANTOS SOBRARIAM NO BRASIL DOS DANTAS, DOS BEIRA-MAR, MENSALEIROS, SANGUESSUGAS, NARCOTRAFICATES DAS FARC E SEUS CÚMPLICES, ETC, SE O MODELO CHINÊS FOSSE APLICADO? ACREDITO QUE MUITAS CRIANÇAS CHORARIAM E IA FALTAR GENTE, PRINCIPALMENTE EM BRASÍLIA, PARA CONSOLÁ-LAS.
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Condenadas ao choro
Entre as páginas da revista “Beijing Weekend”, que descrevem a intensa e luxuosa vida noturna de Pequim, um anúncio lembra uma particularidade que a China olímpica tenta esconder nesses dias: o país é o recordista mundial de pena de morte, com 80% execuções. A organização Morning Tears pede doações, por meio dessa peça publicitária acima, para crianças órfãs de pais executados pelo governo chinês.
A severidade é tanta que 68 delitos diferentes podem acabar com essa punição, até sonegação de impostos, enriquecimento ilícito e tráfico de drogas. O resultado é que, em uma sociedade com 1,3 bilhão de pessoas e na qual o abismo social entre ricos e pobres aumenta a olhos vistos, os índices de violência é baixíssimo se comparado ao Brasil. Por outro lado, as queixas sobre a falta de direitos humanos se multiplicam.
Oficialmente, a China executa em média 2.000 pessoas por ano, enquanto os países que a seguem nesse ranking (Irã, Arábia Saudita e EUA) não passam de 100 condenados à pena capital. Contudo, deputados chineses já deixaram escapar em entrevistas em que alguns anos o número de condenados à morte chega a 10.000. Claro que tudo isso fica a quilômetros da idílica Pequim montada para os Jogos. Mas tudo volta ao normal quando setembro chegar.