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Artigos-->Blog do Reinaldo Azevedo: Exército, paraíso dos gays? -- 06/06/2008 - 17:35 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
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Reinaldo Azevedo



Sexta-feira, Junho 06, 2008





O Exército e o “paraíso”

É...



Leio na coluna da minha amiga Barbara Gancia (precisamos marcar aquele encontro para beber água com moderação, para não deixar o Temporão nervoso) que o tal Laci, o sargento gay que acusa o Exército de discriminação, que ele disse frases como “As Forças Armadas são um paraíso" e “[não existe] coisa melhor para um homossexual do que tomar banho com um monte de homem pelado e sarado". Leio ainda no Globo On Line: “Laci é falante, deu entrevista com os dedos cheios de anéis, faz sobrancelhas, usa creme antienvelhimento e depila barba com cera”.



Nossa! Eu tinha lido apenas a reportagem de Laura Capriglione. O moço, naquele texto ao menos, estava com tantos problemas psíquicos, que achei que andava com a auto-estima em baixa... Pelo visto, não. Quanto mais drama, mais se atiça sua vaidade.



É o fim da picada. Imaginem Laci e seu companheiro, voltando à, por assim dizer, ativa. Os outros soldados devem fazer o quê? Tomar banho de cueca?



O Exército tem suas regras, sei disso. Mas me parece que uma boa maneira de os quartéis não terem mais problemas nessa área seria criar o vestiário gay. Cada um com sua "identidade`, certo? Explico: o sujeito quer se declarar gay? Ok. Mas vai ter vestiário e banheiro específicos — um direito, certo? —, ficando proibido de entrar “no paraíso”. Pronto! O problema estaria resolvido. Aposto que voltaria a haver 100% de heterossexuais declarados nas Forças Armadas, como sempre...



Essa história é ridícula. O Exército foi vítima de uma tramóia militante, armada com a conivência de jornalistas irresponsáveis. E tudo às vésperas de Lula posar com a bandeira gay.





Por Reinaldo Azevedo
13:07
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LEIAM ABAIXO



- Tio Rei num seminário;

- Céticos do triunfo, da desesperança e do realismo;

- Um bom conselho a Nelson Jobim;

- Varig 1 - Dilma agiu para silenciar Infraero;

- Varig 2 - Juiz vê indício de crime da Casa Civil;

- Varig 3 - Primeiro-compadre: um lobista de resultados;

- Varig 4 - Planalto vê potencial explosivo;

- Varig 5 - Anac ignorou alerta de Denise, mostra documento;

- República Sindical - Para PF, lobista esteve no BNDES a mando de Paulinho;

- Caso Alstom - Propina de US$ 1 mi passou por doleiros;

- PMDB rompe acordo com o PT para Prefeitura do Rio e deve lançar Eduardo Paes;

- Por apoio à CSS, relator dá novo alívio no gasto de Estados com saúde;

- Muito ecológico 1 - Ibama multa em R$ 450 mi madeireira de "amigo" da floresta...;

- Muito ecológico 2 - Quem é o desmatador verde;

- Relatório dos EUA critica Brasil por uso de trabalho escravo;

- Cúpula da fome termina e nada propõe





Por Reinaldo Azevedo
06:07
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Tio Rei num seminário

Queridos, este fim de semana, já a partir desta sexta, será um tanto atípico. Aceitei um convite para participar de um seminário promovido pela Escola Lacaniana de Psicanálise, do Rio, que começa hoje e vai até domingo. O tema geral é Infância, Adolescência e Violência, com abordagens específicas — uma delas trata da “Sociedade do Espetáculo: Violência e Mídia”. É aí que eu entro.



Dona Reinalda estará comigo. De vez em quando, vocês me procurem, que estarei aqui. No começo desta madrugada, é certo; afinal, há a edição de VEJA.



O Totó, o laptop, vai junto. Comentem à vontade, que acabaremos mediando, cedo ou tarde. Tentarei ainda tomar um café com o Diogo e adiantar os preparativos do golpe do estado. E também vou tomar as primeiras providências para ocupar o Country Clube, conforme manifesta vontade dos indiodescendentes. Tudo aquilo era nosso.





Por Reinaldo Azevedo
05:51
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Céticos do triunfo, da desesperança e do realismo

Mais um escândalo, não? E este pode deixar o do mensalão no chinelo. Quanto foi que Marcos Valério movimentou de “recursos não-contabilizados’, como bem definiu o estilista Delúbio Soares? Pouco mais de R$ 50 milhões. Pfuiii... Dinheiro para pagar a cachaça, acreditem — meu raciocínio, claro, é comparativo. As opiniões se dividem. Recebi ontem um monte de ofensas dos que chamo “céticos do triunfo”. E também os “céticos da desesperança” se manifestaram. Os primeiros, todos petralhas, estão certos de que esse caso também não dá em nada. Os desesperançados pensam a mesma coisa. Os primeiros ficam felizes; os outros, abúlicos. Os primeiros comparecem, como diz Diogo, com seus risos enlatados: “kkkkk, rárárárá, heheheh...” E emendam: “Vocês não se cansam? Quanto mais vocês batem no Lula, mais ele cresce”. Ou ainda: “Podem chamar a Dilma para depor, assim ela se elege”. Não é diferente da antevisão dos descrentes, mas estes, é certo, têm outra percepção: acham tudo isso trágico e acreditam que essa gente ficará aí por mil anos.



Meu ceticismo é realista, nada mais. E respondo a pergunta que me foi feita: não, eu não me canso. Até porque não quero e nunca quis “derrubar Lula”, não como um objetivo de vida. Explico-me: quando brindo as passagens de fim de ano, não me sinto derrotado porque ele está lá. O homem é um dado da realidade. E eu lido bem com dados da realidade. Um dia descobri que tinha tumores na cabeça. Mandei tirar. E se não desse? Cada coisa a seu tempo. A história não acontece na véspera. Não tenho pressa. Não tenham pressa.



Foi a súcia de mascates, ratazanas, anões morais e mãos-peludas que inventou essa história de que quem faz jornalismo quer derrubar Lula. Mal se dão conta de que estão dizendo que o cargo do Apedeuta e os fatos ocupam posições antagônicas na história. Se a verdade é sentida pelo governo como ameaça, é porque a mentira lhe convém. Então não existe imprensa golpista? Existe, sim. É aquela sustentada com dinheiro público roubado — ou que roubam pra ela — para atacar as instituições do regime democrático, incluindo, creiam, a própria imprensa.



Como tapar o sol com a peneira? O que se sabe, até agora, da história da Varig — e estamos longe do fundo do poço — já flagra um monte de gente em lugar errado, fazendo o que não deve, a começar do primeiro-compadre. Um mínimo de senso ético e decoro, dele e do seu amigo de fé, irmão, camarada, imporia que não fizesse negócios que envolvessem autorizações oficiais. Afinal, ainda que ele se esforçasse para ser um advogado qualquer — e o pai de Valeska não se esforça —, ele jamais seria um advogado qualquer.



Os céticos do triunfalismo fazem pouco de quem noticia esse assunto. Os céticos da desesperança acham que tudo ficará na mesma. Os céticos do realismo achamos que é preciso contar aos leitores “quem, quê, quando, como, onde e por quê”, não para chegar a um fim específico — a queda deste ou daquele —, mas para manter ativados os meios: os instrumentos de vigilância da sociedade democrática.



O leitor tem o direito de saber. E vai saber. "Vai adiantar?" Essa pergunta é descabida. É só uma questão de fazer a coisa certa.





Por Reinaldo Azevedo
05:45
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Um bom conselho a Nelson Jobim

Um conselho — e é grátis — ao ministro da Defesa, Nelson Jobim. Compreendo que ele saia em defesa de sua colega de ministério Dilma Rousseff. Mas convém moderação. No STF, às vezes, ele demonstrava certa vocação para um tipo particular de Trindade: era tentado a ser Executivo, Legislativo e Judiciário, tudo ao mesmo tempo. Juiz, ao menos, não é mais. Por que não esperar a chamada evolução dos fatos? Deixe as negativas cheias de convicção para o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), que, afinal, existe para isso. Também não pega bem a um ministro da Defesa atacar uma ex-servidora da agência reguladora. Não custa lembrar que todos os ex-diretores da Anac, até agora, confirmaram o que disse Denise Abreu. A exceção é Milton Zuanazzi, que era o chefe. Ele não confirmou. Mas também não desmentiu.



O ministro fica falando demais e ainda acaba dando bom dia a cavalo, né? Acredite, ministro. Este é um bom conselho. Vai que apareçam provas constrangedoras... Até porque, ministro, se alguém fez algo errado, não iria contar ao senhor, não é mesmo?





Por Reinaldo Azevedo
05:35
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Varig 1 - Dilma agiu para silenciar Infraero

Por Leonencio Nossa, no Estadão:

A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, operou para silenciar resistências no governo à venda da VarigLog para o fundo americano Matlin Patterson e três sócios brasileiros, há dois anos. Acusada pela ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Denise Abreu de pressionar o órgão a tomar decisões favoráveis ao negócio, Dilma também agiu em outros setores da administração federal, segundo pessoas que acompanharam o processo de transferência de ações.

Na manhã de 25 de junho de 2006, dois dias depois de a Anac aprovar a transferência do controle acionário da VarigLog para a Volo do Brasil, em sociedade com o fundo americano, a ministra-chefe da Casa Civil telefonou para o então presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, reclamando de declarações contra o posicionamento "impatriótico" da agência, termo usado por ele em entrevistas publicadas naquele dia. "Você não tem que se meter nisso, você exorbitou na sua função", disse Dilma Rousseff ao brigadeiro, em tom exaltado, relataram fontes do governo. "A Infraero não deve se envolver nas questões da Anac."

Dilma Rousseff reclamava especialmente de uma entrevista dada por José Carlos Pereira em Brasília, em que ele avaliou que a transferência de ações da VarigLog para a Volo do Brasil desrespeitava o Código Brasileiro de Aeronáutica, que limita a 20% o capital estrangeiro nas companhias aéreas. "É um risco para a aviação civil colocar capital estrangeiro desse jeito; vai permitir a competição predatória", disse o então presidente da Infraero.





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Por Reinaldo Azevedo
05:25
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Varig 2 - Juiz vê indício de crime da Casa Civil

Por Mariana Barbosa, no Estadão:

A Justiça paulista decidiu mandar cópias do processo da briga societária entre os sócios da VarigLog para a Procuradoria-Geral da República (PGR) investigar a participação da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, no episódio de aprovação da estrutura societária da empresa junto à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). "Os indícios apontam para a prática de crime envolvendo a ministra Dilma Rousseff e a secretária-executiva Erenice Guerra", afirmou o juiz José Paulo Magano, da 17ª Vara Cível de São Paulo.

Por envolver ministro de Estado, o assunto deve ficar a cargo do Ministério Público Federal. Caberá ao procurador Antonio Fernando de Souza analisar as denúncias e identificar se há ou não indícios da prática de crimes pela ministra e sua secretária-executiva. Caso encontre indícios, o procurador pode encaminhar o caso ao Supremo Tribunal Federal (STF) para abertura de inquérito.

Os crimes que podem vir a ser investigados são de favorecimento a um grupo privado e pressão sobre o órgão regulador. Em despacho proferido ontem, o juiz Magano manda remeter todo o processo de dissolução societária à PGR e destaca, em especial, a documentação do caso VarigLog na Anac. Os documentos do caso foram anexados ao processo da VarigLog na 17ª Vara esta semana. Eles foram remetidos a pedido do juiz, que na investigação da disputa entre os sócios brasileiros e estrangeiros acabou encontrando indícios de crimes para burlar o Código Brasileiro da Aeronáutica (CBA), em especial o artigo 181, que trata do limite de 20% de estrangeiros em empresas aéreas. Para o juiz, os brasileiros seriam "laranjas" do fundo Matlin Patterson na operação.

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Por Reinaldo Azevedo
05:23
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Varig 3 - Primeiro-compadre: um lobista de resultados

Por Gabriel Manzano, no Estadão:

Bem vestido, bem tratado, falador e cheio de respostas prontas, o advogado Roberto Teixeira é o que se pode chamar de um lobista de resultados. Aos 65 anos, pai de duas filhas, dono de duas empresas - com os estranhos nomes Mito e Triza - e conhecido em cada esquina do País como "o compadre do Lula", ele vem colecionando críticas, suspeitas e seguidos sucessos, principalmente nos negócios com empresas aéreas. Seu currículo registra andanças pela antiga Transbrasil, pela Varig, VarigLog, Gol e até assessoria para a chilena LAN. Sempre cobrado, mas sempre cumprindo o prometido aos clientes.

A ligação com o presidente Lula, garante Teixeira, nada tem a ver com as suas atividades profissionais. "É uma relação que me dá orgulho", avisa. Teixeira é padrinho de Luiz Cláudio, filho mais novo de Lula e de Marisa Letícia, e o presidente é padrinho de sua filha Valeska.

Os dois se conhecem há pelo menos 30 anos. O presidente morou de graça, por nove anos, em um apartamento dele, em São Bernardo do Campo. Foi Teixeira quem cuidou, no cartório, de incorporar o apelido "Lula" ao nome do sindicalista Luiz Inácio - o primeiro ato de marketing do presidente. E, à parte esses fatos, conhecidos há muito tempo, há uma penca de questões, muitas delas levadas à justiça, mas nenhuma ainda vencedora, em que os adversários apontam essa proximidade como decisiva no sucesso do advogado.

A lista de polêmicas em torno dele é considerável. A primeira, e mais barulhenta, surgiu em 1997. Teixeira foi acusado de operar um esquema para o PT que consistia em obter contratos para uma empresa controlada por seu irmão Dirceu - a Consultoria para Estados e Municípios, CPEM. Segundo seu principal acusador, o então secretário de Finanças de São José dos Campos, Paulo de Tarso Venceslau, a CPEM ganhava dinheiro com os contratos e repassava boa parte para uma caixa do PT. Uma comissão de ética do partido o inocentou e Venceslau foi expulso.

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Por Reinaldo Azevedo
05:21
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Varig 4 - Planalto vê potencial explosivo

Por Vera Rosa e Tânia Monteiro, no Estadão:

O governo avalia que as denúncias sobre a venda da Varig feitas pela ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Denise Abreu têm potencial para provocar uma crise maior do que o escândalo do dossiê preparado na Casa Civil com gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Apesar das declarações de ministros que tentam jogar água na fervura, o clima no Palácio do Planalto é de preocupação.

Todo o esforço do governo é para blindar a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff - a favorita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para sua própria sucessão, em 2010 -, que, mais uma vez, está na linha de tiro.

Depois de conseguir escapar ilesa da CPI dos Cartões Corporativos, enterrada pelo Congresso, Dilma agora se prepara para a batalha com Denise Abreu. O Planalto procura carimbar a ex-diretora da Anac como uma pessoa "ressentida" e evitar que as acusações atinjam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Além de apontar a metralhadora para Dilma, Denise provocou a ira de Lula, ao afirmar que o advogado Roberto Teixeira pressionou os diretores da Anac para aprovar a venda da VarigLog ao fundo americano Matlin Patterson e três sócios brasileiros.

Teixeira é amigo e compadre de Lula. Sempre que é citado como homem que faz tráfico de influência, o presidente demonstra profunda contrariedade.

"Não podemos acusar quem entra no Palácio de estar fazendo tráfico de influência", rebateu o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.

Lula foi informado sobre o teor explosivo das denúncias em reuniões realizadas desde quarta-feira. A partir de então, os ministros da coordenação política do governo foram orientados a destacar, em entrevistas, a importância das declarações do juiz Luiz Roberto Ayoub, coordenador do processo de recuperação judicial da Varig. Motivo: Ayoub qualificou as negociações para a venda da Varig e da VarigLog como "atos jurídicos perfeitos e acabados".

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Por Reinaldo Azevedo
05:19
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Varig 5 - Anac ignorou alerta de Denise, mostra documento

Por Alan Gripp e Fernanda Odilla, na Folha:

Uma semana antes de a Anac (Agência Nacional de Avaliação Civil) avalizar a venda da VarigLog para o fundo de investimentos americano Matlin Patterson e três sócios brasileiros, um despacho interno assinado pela ex-diretora da agência Denise Abreu levantou suspeitas de que o negócio poderia ser ilegal. O documento, ao qual a Folha teve acesso, não foi levado em conta no parecer que aprovou a operação, no dia 23 de junho de 2006.

O despacho alerta que a sociedade entre o fundo, representado pela empresa estrangeira Volo Logistic LLC, e os empresários brasileiros poderia estar burlando o artigo 181 do CBA (Código Brasileiro de Aviação). A norma impede que estrangeiros tenham mais de 20% do capital com direito a voto de uma companhia aérea. Por esse motivo, Denise Abreu determinou a suspensão do processo até que a suspeita fosse apurada.

Segundo o documento, a Volo do Brasil S.A. (sociedade entre o fundo e os brasileiros) possuía capital social de R$ 32,9 milhões. Desse total, R$ 26,3 milhões pertenciam à Volo Logistic, e o restante, em partes iguais (R$ 2,2 milhões cada), a Marco Antônio Audi, Luiz Eduardo Gallo e Michel Haftel.

Grande parte da participação da empresa estrangeira era composta por ações preferenciais, sem direito a voto. As ações ordinárias (com direito a voto) totalizavam 20%. Mas, segundo o despacho da Anac, a Volo Logistic fez um empréstimo a Volo do Brasil de R$ 79,9 milhões, respondendo por 94% do capital injetado. Aí estaria, segundo o documento, uma forma de burlar a legislação.

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Por Reinaldo Azevedo
05:17
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República Sindical - Para PF, lobista esteve no BNDES a mando de Paulinho

Por Fausto Macedo e Roberto Almeida, no Estadão:

A Polícia Federal descobriu que o lobista João Pedro de Moura participou de duas reuniões na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), supostamente para tratar de negócios de interesse do deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força, relativos à criação da rede integrada de transporte coletivo de Campinas (SP). O primeiro encontro foi em 12 de março. O segundo, em 17 de abril, uma semana antes de Moura ser capturado pela Operação Santa Tereza, que investiga suposto esquema para desvio de verbas do banco estatal.

Moura foi preso na manhã de 24 de abril. A PF encontrou em poder do lobista um cartão em que ele se apresenta como assessor de gabinete de Paulinho.

A revelação sobre passos recentes de Moura no BNDES faz parte de relatório que o banco enviou à PF. O lobista integrou o conselho de administração do BNDES durante cinco anos, a partir de 2002 e até o início de 2007. Quando participou das reuniões, ele não tinha mais vínculo formal com a instituição.

O relatório do BNDES não cita Paulinho, mas, para a PF, a ida de Moura ao banco está relacionada a uma interceptação telefônica que o pegou conversando com Marcos Mantovani, diretor da Progus Consultoria e também réu do caso. O diálogo foi captado em 11 de abril. Os federais resumiram assim o grampo: "Na data de 11 de abril, às 9h36, Mantovani conversa com João Pedro. Tratam de assuntos relativos a projetos na Prefeitura de Campinas e outros assuntos importantes para investigação em curso. João Pedro diz que já está no gabinete para falar com o prefeito a pedido do Paulinho..."

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Por Reinaldo Azevedo
05:15
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Caso Alstom - Propina de US$ 1 mi passou por doleiros

Por Mario Cesar Carvalho e José Ernesto Credendio, na Folha:

A filial suíça da Alstom usou empresas sediadas em paraísos fiscais e contas de doleiros brasileiros para movimentar US$ 1 milhão que foi usado para pagar propinas a políticos brasileiros, segundo investigação em curso na Suíça e na França.

A rota do dinheiro, de Zurique, na Suíça, a Nova York, nos EUA, está registrada em um documento do Ministério Público suíço obtido pela Folha.

Das contas dos doleiros brasileiros em Nova York o dinheiro pode ter tido dois destinos: ou foi creditado para alguém no Brasil, por meio de dólar-cabo, ou foi transferido para contas de brasileiros no exterior.

Dólar-cabo é o sistema pelo qual um doleiro recebe dinheiro numa conta no exterior e disponibiliza o mesmo valor no Brasil, em troca de uma comissão, sem que haja movimentação física de valores.

O documento lista quatro depósitos que a Alstom ordenou entre dezembro de 1998 e fevereiro de 2002. Dois desses depósitos saíram do Union Bancaire Privée, de Zurique, e outros dois, do Bank Audi.

Todos foram parar em conta da "offshore" MCA Uruguay Ltd., nas Ilhas Virgens Britânicas, paraíso fiscal localizado no Caribe. A MCA é controlada pelo brasileiro Romeu Pinto Jr., apontado pelos investigadores brasileiros como um operador ligado aos tucanos.

Os valores dos depósitos ordenados pela Alstom são: US$ 207.659,57 (outubro de 1998), US$ 298.856,45 (dezembro de 1998), US$ 245 mil (dezembro de 2001) e US$ 255 mil (fevereiro de 2002).

O valor total (US$ 1.006.516) corresponde a R$ 1,8 milhão, quando se corrige as transferências seguindo as datas em que elas foram feitas.

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Por Reinaldo Azevedo
05:13
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PMDB rompe acordo com o PT para Prefeitura do Rio e deve lançar Eduardo Paes

Na Folha:

O PMDB do Rio rompeu ontem acordo político com o PT para apoiar o deputado estadual Alessandro Molon (PT) na disputa pela prefeitura da cidade. O acordo, que durou pouco mais de dois meses, tinha as bênçãos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e do governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB).

Com o rompimento, o secretário estadual de Esportes, Eduardo Paes, antes apontado por Cabral como seu favorito, deve ser confirmado o candidato do PMDB, mesmo a contragosto do presidente da Assembléia Legislativa, Jorge Picciani (PMDB), e do grupo do ex-governador Anthony Garotinho.

Paes, que acompanhou Cabral em viagem à Grécia, já havia sido exonerado anteontem, o que lhe permite concorrer e sugere que a decisão já estava encaminhada na véspera.

O fim da aliança foi decidido unilateralmente pelo PMDB do Rio, após reunião na tarde de ontem, alegando que o PT não conseguiria entregar as contrapartidas prometidas -prefeituras de cidades do interior. O PT afirma que já havia garantido apoio em 22 cidades e que as dificuldades eram em menos de dez lugares.

O PMDB, sob a liderança de Picciani, não comunicou a medida durante encontro com o presidente estadual do PT, Alberto Cantalice.

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Por Reinaldo Azevedo
05:11
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Por apoio à CSS, relator dá novo alívio no gasto de Estados com saúde

Por Denise Madueño, no Estadão:

O projeto que cria a Contribuição Social para a Saúde (CSS) poderá sofrer nova alteração para aliviar ainda mais a conta dos governadores nos gastos obrigatórios com a saúde, retirando até R$ 1,5 bilhão do setor. O relator do projeto, deputado Pepe Vargas (PT-RS), anunciou ontem que poderá descontar os recursos gastos pelos Estados com o Fundeb, o fundo da educação básica, do bolo de receitas que serve de base de cálculo para os 12% vinculados com a área da saúde.

Além disso, o projeto já permite que os Estados contabilizem no piso constitucional da saúde os gastos com juros de dívidas originalmente contraídas para financiar o setor e dá mais quatro anos para que os governadores se enquadrem no limite mínimo de investimentos.

A pressão para mudança vem de parte dos governadores, muitos dos quais até hoje não conseguiram se ajustar aos limites previstos pela Emenda Constitucional 29 e sofrem ameaça de suspensão de repasses da União.

"Se isso for importante para aprovar o projeto, eu aceito", afirmou Pepe Vargas, integrante de uma das correntes de esquerda do PT que sempre criticaram o desvio de recursos sociais para o pagamento de juros. Contemplados pelo projeto, os governadores vão pressionar as bancadas estaduais em favor da aprovação da CSS.

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Por Reinaldo Azevedo
05:09
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Muito ecológico 1 - Ibama multa em R$ 450 mi madeireira de "amigo" da floresta...

Por Kátia Brasil e Hudeson Corrêa, na Folha:

O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) no Amazonas aplicou ontem duas multas no valor total de R$ 450 milhões contra a madeireira Gethal, do empresário sueco-britânico Johan Eliasch.

Segundo o Ibama, a madeireira explorou, comercializou e transportou madeira nobre da floresta na região de Manicoré (AM) -699.809 m3 ou 230 mil árvores- sem seguir a legislação ambiental brasileira. Ela também não teria cumprido acordo firmado com o Ibama.

A ação do Ibama ocorre três dias após a divulgação de dados do Inpe indicando um aumento do desmatamento da Amazônia. Em resposta, Minc prometeu apreender gado em áreas desmatadas ilegalmente.

As multas foram lavradas ontem após conclusão dos processos jurídico e administrativo que tramitavam no Ibama desde 2007, quando a empresa foi notificada. Os processos foram acelerados em razão de um pedido de urgência do ministro Carlos Minc (Meio Ambiente), diante da polêmica sobre a compra de terras na Amazônia por estrangeiros.

Em 2006, à Folha, Johan Eliasch se apresentou como dono de 160 mil hectares de floresta que adquiriu em 2005 do grupo GMO Renewable Resources, nos municípios de Itacotiara, Manicoré e Lábrea.

O procurador-chefe do Incra no Amazonas, Carlos Alberto de Salles, disse que uma equipe vai levantar em cartórios a situação das terras da Gethal: ela tem de fato 57 propriedades, que somam 121.200 hectares.

Ontem, o gerente administrativo do Ibama, Henrique Pereira, explicou as duas multas contra a Gethal. A primeira, de R$ 350 milhões, é referente à prática de exploração da floresta. A madeireira tem 20 dias para recorrer e será notificada hoje. Foram desmatados 21.398 hectares de floresta em várias partes: "A empresa será obrigada a fazer a reposição do volume explorado, ou seja, terá que plantar 230 mil árvores".

A segunda multa do Ibama, de R$ 100 milhões, foi aplicada pelo descumprimento do TAC (Termo de Ajustamento de Conduta), firmado em 2005 com o órgão ambiental. A madeireira não apresentou as certidões da área de 21.398 hectares em Manicoré nem os certificados de reconhecimento da regularidade e legitimidade dos títulos de propriedade.

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Por Reinaldo Azevedo
05:07
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Muito ecológico 2 - Quem é o desmatador verde

Na Folha:

A compra de 160 mil hectares de terra na Amazônia com o pretexto de preservá-la do desmatamento colocou Johan Eliasch entre os líderes de "filantropia verde" do Reino Unido.

Com uma fortuna estimada em 400 milhões de libras (cerca de R$ 1,27 bilhão, segundo o ranking dos britânicos mais ricos do jornal "The Times"), é co-presidente da ONG Cool Earth, cuja missão é "lutar contra as mudanças climáticas, protegendo florestas em risco".

Ele não revela o valor gasto no negócio, fechado em outubro de 2005. A mídia britânica falou em 8 milhões de libras (cerca de R$ 30 milhões). O valor diverge do cálculo realizado por Eliasch, segundo o qual um hectare da floresta amazônica custava US$ 30 -o que resultaria em cerca de R$ 11 milhões.

Casado com a socialite paulista Ana Paula Junqueira, o sueco de 46 anos, nascido em Estocolmo e radicado em Londres, concilia as atividades de presidente do império de produtos esportivos Head, banqueiro e produtor de filmes com a política.

Um dos maiores doadores do Partido Conservador no ano passado, deixou o cargo de vice-tesoureiro da legenda em setembro para se tornar conselheiro para assuntos ambientais do primeiro-ministro britânico, o trabalhista Gordon Brown.

No Brasil, tem amigos poderosos, como o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), os irmãos empresários João Paulo e Pedro Paulo Diniz e o apresentador Luciano Huck.





Por Reinaldo Azevedo
05:05
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Relatório dos EUA critica Brasil por uso de trabalho escravo

Na Folha:

Relatório do governo americano critica o Brasil por não cumprir "padrões mínimos" para a eliminação do tráfico de pessoas e faz um alerta sobre "o uso de trabalho escravo" no país.

O documento -divulgado anteontem pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos- declara que o Brasil "é uma fonte" para o tráfico de homens, "para trabalhos forçados", e de mulheres e crianças, para a exploração sexual (dentro e fora do país).

De acordo com o Relatório sobre Tráfico de Pessoas (Trafficking in Persons Report), o governo brasileiro demonstrou empenho "modesto" no combate ao problema no ano passado.

O relatório dos Estados Unidos analisou a situação em 170 países.

O texto destaca "o uso de trabalhos forçados" em plantações de cana-de-açúcar para a produção de etanol, "uma tendência crescente". Segundo o relatório do governo americano, aproximadamente metade dos cerca de 6.000 homens libertos em 2007 foi encontrada trabalhando no plantio de cana.

Apesar de as críticas predominarem ao longo das três páginas dedicadas ao Brasil, o documento afirma que o governo brasileiro tem feito "esforços significativos" para resgatar pessoas em situação de trabalho degradante, com destaque para a atuação de grupos móveis do Ministério do Trabalho.

No entanto, segundo o texto, o governo brasileiro não relatou nenhuma investigação criminal ou punição para os crimes de trabalhos forçados e se restringiu somente a investigações de crimes de tráfico sexual.

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Por Reinaldo Azevedo
05:03
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Cúpula da fome termina e nada propõe

Por Clóvis Rossi, na Folha:

Jacques Diouf, o diretor-geral da FAO, braço da ONU para Alimentação e Agricultura, havia dito, ao inaugurar na terça-feira a Cúpula sobre Segurança Alimentar, que havia passado o tempo das palavras e era hora da ação.

Dois dias depois, a cúpula termina sem ação alguma e quase sem palavras, porque o comunicado final foi sucessivamente adiado, para sair só no início da noite romana, em termos tão aguados que o chanceler italiano, Franco Frattini, reconheceu que o texto "é decepcionante". Emendou Frattini: "Se os líderes mundiais não conseguem pôr-se de acordo ao menos para evitar os danos de uma situação dramática de emergência alimentar, isso me preocupa".

A emergência já havia sido quantificada por Diouf no discurso inaugural, ao lembrar que há 832 milhões de pessoas passando fome. Robert Zoellick, presidente do Banco Mundial, ampliou a dimensão da emergência ao dizer que a disparada dos preços da alimentação colocava 2 bilhões de pessoas em "perigo imediato". Muitos países já enfrentam protestos populares por causa da alta dos alimentos.

Três dias de debates e de discursos, com a participação de cerca de 40 governantes, nada produziram, a não ser anúncios de verbas de emergência até agora no valor de US$ 3 bilhões, quando Diouf havia dito que seriam necessários US$ 30 bilhões por ano para criar uma situação de segurança alimentar.

O pior é que os delegados se envolveram em discussões absolutamente bizantinas, em torno de um documento que já nasceu aguado por causa das divergências de todos os tipos. Das divergências, passou-se à fofocas sem sentido, que retardaram a divulgação do texto por mais de quatro horas.

Uma das fofocas envolveu o Brasil. Delegados europeus disseram aos jornalistas que o Brasil vetava trecho da declaração que considerava crítico aos biocombustíveis, a principal bandeira internacional do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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Por Reinaldo Azevedo
05:01
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Quinta-feira, Junho 05, 2008



Juiz manda caso Varig para Procuradoria-Geral da República

Por Felipe Recondo, no Estadão:

As denúncias feitas pela ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Denise Abreu sobre pressão feita pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, para a venda da Variglog em 2006 para a Volo Logísticas LCC serão analisadas pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza. O processo que trata da administração da empresa estava a cargo da Justiça de São Paulo. Diante das denúncias, veiculadas pelo jornal O Estado de S.Paulo, o juiz José Paulo Magano, da 17ª Vara Cível de SP, encaminhou o assunto à Procuradoria-Geral da República.



Por envolver ministro de Estado, o assunto deve ficar a cargo do Ministério Público Federal. Caberá ao procurador analisar as denúncias e identificar se há ou não indícios da prática de crimes pela ministra e por sua secretária-executiva, Erenice Guerra. Caso encontre indícios, o procurador pode encaminhar o caso ao Supremo Tribunal Federal (STF) para abertura de um inquérito. "Como a situação caracteriza, a princípio, prática de ilícito penal envolvendo Ministra do Estado, determino a remessa de todo o processo ao procurador-geral da República", disse o juiz no ofício.





Por Reinaldo Azevedo
21:55
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Temporão, uma cascata permanente de bobagens

Por Mirella D`Elia e Gustavo Tourinho, no Portal G1. Leiam. Volto depois:

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, durante evento em Brasília (Foto: Marcello Casal/Agência Brasil)O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, anunciou nesta quinta-feira (5) que até o fim do mês o ministério vai baixar uma portaria estabelecendo que cirurgias para mudança de sexo possam ser feitas gratuitamente em hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS).

Segundo ele, o governo está fazendo os últimos ajustes na portaria, que entrará em vigor assim que for publicada no Diário Oficial da União (DOU) - o que ainda não tem data certa para acontecer.

"É uma demanda social que está na nossa agenda há mais de 20 anos. Vai ser mais um passo na consolidação desse caminho em que o Brasil é liderança mundial. O ministro conversou com a imprensa ao chegar à 1ª Conferência Nacional de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (GLBT), em Brasília.

Segundo Temporão, a intenção do governo é que, inicialmente, hospitais universitários do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais possam realizar o procedimento. O ministro explicou que, a partir da portaria, outros hospitais da rede pública poderão se credenciar para que o Ministério da Saúde possa verificar se eles estão aptos a fazer a cirurgia. "O Ministério da Saúde tomará todos os cuidados do ponto de vista ético, e do ponto de vista médico", garantiu Temporão.



Sargento preso

O ministro da Saúde comentou, ainda, o caso do sargento do Exército Laci Marinho de Araújo, preso por deserção na madrugada da última quarta-feira (4), em São Paulo, após dar uma entrevista a uma rede de televisão. Para ele, "é inadmissível" se tiver havido qualquer postura homofóbica por parte do Exército.

"As informações são contraditórias. Há relatos de que poderia ser um caso relacionado á disciplina militar, mas, evidentemente, que, se há qualquer tipo de postura homofóbica, é inadmissível", ponderou Temporão.

A conferência é um marco na história do país. O evento ocorrerá até o dia 8 de junho, e contará com palestras sobre direitos humanos e políticas públicas, orientação sexual e identidade de gênero.

Ao final do encontro, políticas públicas discutidas serão consolidadas no Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais.



Comento

Dizer o quê? Não faltam recursos ao Ministério da Saúde? Não é justamente isso que está em debate agora na Câmara? O governo não quer criar um novo imposto para o setor? E Temporão promete gastar dinheiro em cirurgias de mudança de sexo porque isso seria uma demanda social? Cadê a demanda? Quantos são os homossexuais que realmente querem fazer a troca? Um procedimento com essa complexidade corresponde a quantas intervenções mais simples? Essa é realmente uma questão que prioritariamente concerne ao Estado?



Não é a cara do país? Vocês viram as cenas dantescas provocadas pela dengue no Rio de Janeiro e em vários outros estados. Vocês conhecem a miséria da saúde pública no país, boa parte determinada pela incompetência. Mas, obviamente, vamos ser vanguarda na cirurgia gratuita de mudança de sexo. Porque isso conta pontos numa certa agenda progressista dos grupos militantes. Isso também torna o ministro simpático aos setores politicamente corretos da imprensa, que já o admiram por sua militância em favor do aborto — que ele também quer que seja procedimento rotineiro no SUS. O mesmo SUS que ele reclama não ter hoje recursos para procedimentos rotineiros.



Quanto ao mais, dizer o quê? Por que ele se meteu em assuntos que absolutamente não são de sua alçada? Porque Temporão não quer necessariamente ser competente. Ele só quer ser amado pelas minorias militantes.





Por Reinaldo Azevedo
21:24
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Família

Ah, não posso fazer nada: vou ter de publicar. Terminado o horário político do PT, a Reinaldinha mais velha “invade” o escritório: “Pai, você viu o Lula dizendo que não é para ter medo se ser petista? É, não é para ter medo mesmo, é para ter vergonha”.



Vai longe essa menina!





Por Reinaldo Azevedo
20:47
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Ainda os gays e o Exército

Você é a favor de células-tronco?

Você e a favor da natureza?

Você é a favor do colesterol?

Você é a favor do bacon?

Você é a favor da Lei da Gravidade?



A questão da hora, de muitos leitores, alguns um tanto raivosos porque afirmei que o Exército foi vítima do casal se soldados, é esta: “Você é contra o casamento gay? Não é um direito civil?”



Casamento, casamento mesmo? De véu e grinalda? Acho que não ficaria bem. Digam-me uma coisa: o que impede hoje duas pessoas de firmarem um contrato, tenham elas o sexo que for? É só ir ao cartório. “Ah, mas você é contra ou a favor?” Ora, eu sou favorável à sociedade do contrato. Cada um faça o que quiser da sua própria vida. Mas atenção: quem escolhe — e é escolha — pertencer a uma corporação sabe que tem de dançar conforme uma música previamente definida.



Esses dois sargentos, estimulados pelos promotores de causas, estão fazendo uma lambança danada. Um deles parece estar cheio de problemas psicológicos, e há a sugestão de que a culpa é do Exército ou da repressão da sociedade, sei lá eu. Ambos estão reforçando apenas o estereótipo do “homossexual com problemas”, do “desajustado”, do “criador de caso”, misturando condição sexual — já que isso não é “opção” e jamais será — com doença.



Ouso dizer que, longe de contribuírem para a diminuição do preconceito, estão é fazendo o contrário.



Já defendi aqui, para escândalo de alguns, que homossexuais em união estável adotem crianças, desde que sejam pessoas com condição psicológica, social e financeira adequada — e o mesmo se deve exigir de casais heterossexuais. O comportamento dos pais ou mães adotivos influenciará a sexualidade da criança? Não. Há o risco de um estresse ou outro na escola ou na adolescência? Sim. Poderia ser pragmático e dizer: "Pior é ficar no orfanato, sem família". Mas vou além do pragmatismo: famílias, todas elas, têm problemas. Enfrentá-los — e superá-los — faz parte do crescimento e do processo de formação do indivíduo.



Isso que estou dizendo nada tem a ver com esse espalhafato, com essa tática espalha-brasa, com esses fricotes militantes. Esses dois foram muito além do razoável e do aceitável. Não porque são gays, mas porque são escancaradamente indisciplinados para ser soldados de qualquer Exército do mundo. As Forças Armadas brasileiras, sem alarde, seguem a regra vigente hoje nos EUA e em boa parte das democracias no que concerne à sexualidade: “Não pergunte, não diga”. Acontece que a Força cumpre a sua parte, que é não perguntar. Mas há hoje essa militância “identitarista” que insiste em “dizer”.



Ora, na vida civil, vá lá... Se as pessoas, no entanto, estão abrigadas por um código de conduta, aí é preciso obedecer. Ou cair fora. Ninguém obriga aquele soldado a permanecer no Exército, um ambiente que ele considera que lhe é hostil.



Reitero: o Exército Brasileiro foi vítima de uma falseta.





Por Reinaldo Azevedo
19:57
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O comentário de uma leitora

Há uma leitora, Cláudia, que me acompanha desde Primeira Leitura. É gay, vive em paz com a sua parceira, escreve com elegância, pensa com requinte. Segue o seu comentário:



Reinaldo, te escrevi na época do Brokeback Mountain - lembra?



Voltei para dizer que, mesmo sendo gay, achei estes dois uns chatos de galocha....



Todas as Forças Armadas têm códigos, regras que devem ser seguidas. Vão em cana se saírem da retidão exigida pelo Código Militar. Seriam presos sem o menor alarde se fossem heterossexuais e tivessem ferido as regras — como feriram. Os jornais estão misturando alho com bugalhos, e os comentários dos leitores são de uma ignorância sem par. E ainda acusam o Exército de discriminação por prender os dois.



Esta chatíssima militância gay precisa entender que existem regras em ambientes de trabalho, em empresas, repartições públicas e, principalmente, nas Forças Armadas. Sou a favor da união civil e de benefícios para os gays, mas jamais apoiaria uma atitude como a desses dois. Não é com um circo como este que teremos o respeito que tanto desejamos.



E cá entre nós: `Superpop`?



Pelamordedeus.... Prisão merecida!



Comento

Graaande Cláudia!

Andava saudoso de seus comentários.





Por Reinaldo Azevedo
19:34
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O elatório de um erto uiz érgio, um omem onrado

Eu sei que vocês já leram. Mas faço o registro histórico e comento em seguida:



Por Gabriela Guerreiro, na Folha Online:

A CPI dos Cartões Corporativos aprovou nesta quinta-feira o relatório do deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) no qual isenta todos os ministros do governo Luiz Inácio Lula da Silva acusados de irregularidades no uso dos cartões de pagamentos e não menciona a montagem do dossiê com gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Com ampla maioria na CPI, a base aliada governista aprovou o relatório de Sérgio por 14 votos a sete e automaticamente rejeitou o texto paralelo apresentado pela oposição --que pedia o indiciamento dos ministros Dilma Rousseff (Casa Civil), Altemir Gregolin (Pesca) e Orlando Silva (Esportes), entre outros.

Luiz Sérgio negou que seu trabalho tenha sido "parcial" ou tenha o objetivo de favorecer o governo federal ao inocentar os ministros petistas nas irregularidades.

"O relator não pode ser nada além do que extração de dados do auto do inquérito parlamentar. Eu não pedi nem a absolvição de ninguém nem pedi para se incriminar ninguém. O que estou pedindo é que o resultado dessa CPI seja enviado ao Ministério Público, Tribunal de Contas da União, que dentro das suas metodologias poderão investigar. Não cabe ao relator emitir juízo de valor."

No relatório aprovado pela CPI, Sérgio cobra explicações sobre despesas irregulares à CGU (Controladoria Geral da União) ou ressarcimento do montante utilizado aos cofres públicos para ex-ministros da gestão Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Mas afirma que os ministros Orlando Silva, Altemir Gregolin e a ex-ministra Matilde Ribeiro (Igualdade Racial) usaram por "equívoco" o cartão corporativo para o pagamento de uma tapioca, churrascaria e compras em um free-shop, respectivamente.

Sérgio apenas sugere, em relação a ex-ministros da gestão Fernando Henrique Cardoso, que justifiquem suas despesas irregulares junto à CGU (Controladoria Geral da União) sob pena de devolverem os recursos aos cofres públicos --como Raul Jungmann (Reforma Agrária), Martus Tavares (Planejamento), Paulo Renato (Educação) e Pimenta da Veiga (Comunicações).

O relator apenas acatou sugestão de parlamentares da base aliada do governo para que retirasse do texto final expressões que emitiam "juízo de valor" sobre ministros tucanos. Sérgio aceitou tirar do texto, por exemplo, a denúncia contra o ex-ministro Pimenta da Veiga (Comunicações) acusado de usar o cartão corporativo em março de 2001 para comprar um "tucano de pedras de quartzo azul e quartzo verde", no valor de R$ 48,90.

Apesar de adotar tom distintos no texto sobre os gastos dos ministros da gestão FHC e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Sérgio afirma no relatório que adotou o máximo de "isenção possível" para analisar irregularidades no uso dos cartões corporativos entre os anos de 1997 e 2007.



Comento

Luiz Sérgio também é “fascinante”. Escrevi sobre a origem dessa palavra nesta manhã. Ah, não me suponham ingênuo. Sei como são as coisas. Governistas, regra geral, protegem o governo, claro. Mas se pode fazê-lo com ou sem acinte, rebaixando-se ou elevando-se a prática política.



Vejam este triste Luiz Sérgio. Ele só achou irregularidades no governo anterior ao de Lula. Os ministros de sua turma cometeram “equívocos”. A questão do dossiê, que foi o ponto alto (o possível) desta triste CPI, foi ignorada em seu relatório. Luiz Sérgio não é independente, já sabemos. E também é um homem sincero: nem se ocupa em fingir.



CPIs estão desmoralizadas. Esqueçam-nas. É preciso buscar outra maneira de punir politicamente a bandidagem infiltrada no poder público.





Por Reinaldo Azevedo
18:22
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Na mão

O blog opera manualmente. As usual. Contive-me para não fazer um trocadilho em inglês, acrescentando uma única letrinha ao advérbio. Há posts aí abaixo que vocês não leram. Se me fizerem o favor...





Por Reinaldo Azevedo
17:44
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As penhas de Minas na obra de Cláudio Manuel da Costa: uma abordagem

Vocês já devem ter ouvido falar de Cláudio Manuel da Costa, não? Um dos poetas do Arcadismo brasileiro, metido lá com a Inconfidência. Espero que colégios e cursinhos nao tenham banido o assunto. Era um bom sonetista camoniano — vale dizer: conseguia reproduz sonetos do poeta português, com igual conteúdo, com os mesmos dilemas, mas substituindo as palavras e dando-lhes alguma cor e geografia locais.



Acho que a palavra que ele mais emprega em sua obra é “penha/penhas” — ou seja: “pedra”. Ele emprega também a variante “penhascos”. Refere-se às montanhas das Minas Gerais, que ora aparecem com o dom da proteção, ora como depositárias de mistérios. Gosto de um em particular, o 98:



XCVIII



Destes penhascos fez a natureza

O berço, em que nasci! oh quem cuidara,

Que entre penhas tão duras se criara

Uma alma terna, um peito sem dureza!



Amor, que vence os tigre por empresa

Tomou logo render-me; ele declara

Contra o meu coração guerra tão rara,

Que não me foi bastante a fortaleza.



Por mais que eu mesmo conhecesse o dano,

A que dava ocasião minha brandura,

Nunca pude fugir ao cego engano:



Vós, que ostentais a condição mais dura,

Temei, penhas, temei; que Amor tirano,

Onde há mais resistência, mais se apura.





É um Camões um pouco mais complicado. A genialidade daquele estava também na simplicidade, a exemplo de Shakespeare. Mas isso não importa agora, infelizmente. As penhas de Minas parecem tornar muito particular também a política de Minas.



O PSDB e o PT de Belo Horizonte fizeram o tal acordo. O PT rejeitou e impôs uma condição: se os tucanos quiserem apoiar a aliança PSB-PT, vai ter de ser na surdina. Ocorre que os ditos “socialistas” do empresário Márcio Lacerda preferem, então, a aliança formal com o PSDB. E agora é o governador Aécio Neves quem diz aceitar, se for o caso, o apoio informal dos petistas.



O arranjo que se faz ali, entre as penhas de Minas, sempre pretendeu ser uma espécie de exemplo para o Brasil, evidenciando o que seria a política da tolerância — e é favor não confundir com “casa de tolerância”. Mas, por exemplar, se a união não pode nem mesmo sair à luz do dia ou freqüentar a missa de domingo, há algo de esquisito nesse casamento.



Minas é um celeiro de poetas. E os mineiros têm mais é que se orgulhar disso.





Por Reinaldo Azevedo
17:35
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Após denúncia, Senado chama envolvidos na venda da Varig

Da Reuters:

Os envolvidos no caso da venda da Varig, realizada em 2006, foram chamados pela Comissão de Infra-Estrutura do Senado nesta quinta-feira para prestar esclarecimentos. Na véspera, a ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Denise Abreu, acusou, em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, de pressionar o órgão regulador do setor aéreo para favorecer os compradores da VarigLog e da Varig.



Dilma negou influência no caso. "As acusações feitas pela doutora Denise Abreu são falsas, são informações falsas. Até estranho as declarações por conta da relação qualificada, de consideração, que havia entre a doutora Denise e a Casa Civil", disse Dilma na quarta-feira, quando admitiu que o governo teve grande preocupação com a falência da Varig e com a descontinuidade do serviço.



A VarigLog, empresa de cargas, foi vendida pela Varig em janeiro de 2006 a uma sociedade entre o chinês Lap Chan (dono do fundo norte-americano Matlin Petterson) e os brasileiros Marco Antonio Audi, Marcos Haftel e Luiz Eduardo Gallo. Estrangeiros não podem ter participação superior a 20 por cento em empresas aéreas. Seis meses depois, a VarigLog comprou a própria Varig por 24 milhões de dólares e em março de 2007, a Gol adquiriu a empresa por 320 milhões de dólares. Denise disse ao jornal que foi pressionada pela Casa Civil a tomar decisões favoráveis à venda da Varig ao fundo e seus sócios brasileiros.



"A ministra não queria que eu exigisse os documentos (para verificar a origem do capital e a declaração de renda dos brasileiros). Dizia que era da alçada do Banco Central e da Receita e que era muito difícil fazer qualquer tipo de análise tentando estudar o Imposto de Renda porque era muito comum as pessoas sonegarem no Brasil", disse Denise ao jornal.



O advogado Roberto Teixeira representava os compradores. Teixeira, por sua amizade com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, já levantou suspeitas em outras ocasiões de efetuar tráfico de influência junto ao Planalto. Marco Antonio Audi declarou que a influência de Teixeira foi decisiva na compra e que teria pagou a ele 5 milhões de dólares pelo serviço. O advogado negou as informações em entrevista coletiva.



Denise deixou a Anac em agosto de 2007 em plena crise do setor aéreo, sob críticas de que era responsável pelo caos que se instalou nos aeroportos. Um dos principais defensores da saída dela da agência reguladora na época, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, saiu em defesa de Dilma nesta quinta-feira e procurou desqualificar as denúncias. "Não, absolutamente", respondeu ao ser questionado sobre se a ministra teria facilitado a transação. "Afirmo que não há nenhum envolvimento nesse sentido."



"A origem das informações parte de alguém que, alguns anos atrás, a própria imprensa citava a sua não credibilidade", disse o ministro a jornalistas no Rio. Em nota, o fundo Matlin Patterson refutou as acusações. A Gol disse que adquiriu a Varig "em conformidade com as leis vigentes e com a aprovação das autoridades brasileiras".



Convite

A Comissão de Infra-Estrutura do Senado marcou para dia 11, quarta-feira que vem, a presença de Denise Abreu, do ex-presidente da Anac, Milton Zuanazzi, do procurador da Anac João Lima Filho, do juiz responsável pelo processo de recuperação judicial da Varig Luiz Roberto Ayoub, do ex-procurador da Anac Manuel Felipe Brandão e de dois ex-diretores da Anac, Leur Lomanto e Jorge Veloso.



No dia 18 devem comparecer os três sócios brasileiros que adquiriram a Varig, além do advogado Roberto Teixeira e um representante dos funcionários da Varig. Será feito um convite e não uma convocação porque a maioria dos envolvidos já está afastada de suas funções públicas. "O governo não tem medo de nada e não vai pagar pelo erro dos outros", disse nesta manhã o líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR). "É um convite, eles podem não vir, é verdade. Mas eu acredito que o interesse de esclarecer os fatos é deles." Na oposição, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) defende a abertura de uma CPI para investigar as denúncias.



"Essa história tem todos os ingredientes de uma CPI e se os convidados não aparecerem, ganha força nossa tese de CPI, mas o complicado é que o governo sempre fala que é a favor de investigação e depois blinda todo mundo e ninguém explica." Para Jucá, não é o caso de CPI. "Por enquanto, vamos ouvir o que as pessoas têm a dizer."





Por Reinaldo Azevedo
16:53
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A vítima é o Exército Brasileiro

Por que o politicamente correto é uma manifestação semelhante à propaganda fascista? A exemplo daquela, esta também fala em nome de supostas vítimas ou de supostos perseguidos. É uma forma de legitimar a violência. Pior: usa verdades para propagar mentiras.Vamos lá.



Há homossexuais no Exército, na Igreja, no Congresso, entre os caminhoneiros, os advogados, os letrados e os iletrados? Sim. É uma das muitas condições humanas. Há práticas homossexuais entre outros mamíferos e entre as aves, mas “ser gay”, como se isso fosse uma variante existencial, trazendo consigo um suposto conjunto de valores que pretende se afirmar, bem, isso é exclusivamente humano, não?



Adiante. Laci de Araújo e Fernando Figueiredo são sargentos do Exército e parceiros estáveis. Moram juntos num apartamento funcional da Força. Não sabíamos, até outro dia, de sua existência. Mas vejam só: eles não querem ser “homossexuais”. Eles não querem exercer o seu amor e seu sexo no resguardo do seu lar, como faz a larga maioria dos heterossexuais: chegam em casa, fecham a porta, e ninguém tem nada a ver com o que se passa lá dentro. Eles querem visibilidade. Eles querem ser “gays”. Mas eles querem ser gays NO e DO Exército.



Por isso, vestindo camisetas que os identificam com a Força, posaram para a capa da revista Época, na qual se lê: “Eles são do Exército, eles são gays, eles são parceiros”. Pararam por aí? Não! A causa precisa de visibilidade. Sempre com as camisetas próprias dos militares, foram dar uma entrevista ao programa Superpop, da Rede TV.



O que torna esses dois tão especiais? Por que capa de revista e programa de TV? Ah, porque eles são do Exército. O que se pretende, na aparência, é atacar um suposto preconceito social. A fórmula é esta: num ambiente viril, em que a coragem e a disciplina são valores máximos, também há gays. Sim, claro, por que não haveria? Essa é só a boa intenção aparente, que esconde um outro preconceito, aí contra os militares: “Olhem so! Os caras ficam posando de machões, mas vai saber o que se passa lá dentro”. Uniformes, diga-se, integram o cardápio das fantasias homoeróticas. Deve ser mais freqüente do que o delírio de pacientes heterossexuais com as enfermeiras...



Adiante. Acontece que o tal Laci, que também é cover de Cássia Eller, enquanto vivia os seus 15 minutos de fama, também estava na condição de desertor. E a Justiça Militar expediu uma ordem de prisão contra ele — e a deserção nada tem a ver com o lugar onde ele põe o seu desejo. Fosse heterossexual e tivesse cometido as mesmas falhas, estaria sujeito à mesma pena. Um desertor dando entrevista? A Polícia do Exército, seguindo ordem da Justiça, cercou o prédio da emissora para prendê-lo.



E pronto! O Exército foi parar na primeira página dos jornais como perseguidor do pobre soldado gay — que, noticia-se com alarde, está muito, muito doente, com um verdadeiro coquetel de doenças psicológicas — o que, suponho, desfez a fantasia de muita gente: macho de uniforme não pode ter fraquezas... Apto ele estava para, com roupa do Exército, posar para capa de revista e dar entrevista em programa de TV. A vítima, claro, é o Exército; o agressor é o casal. Mas a propaganda politicamente correta, a exemplo da propaganda fascista, consegue inverter o ônus da culpa.



O Exército errou feio? Ah, errou, sim. Não ao cumprir a determinação da Justiça — obrigação de todos, mormente de uma Força Armada. Mas ao fazê-lo com mais visibilidade do que era necessário. Bastavam dois soldados discretamente colocados nas saídas da emissora. Ou então que se seguisse o tal Laci até sua casa ou sei lá onde, dando-lhe voz de prisão, ao abrigo do espalhafato midiático. Da forma como fez, estava buscando sarna para se coçar. Especialmente porque sabia que estava mexendo não com “homossexuais”, mas com “gays”, que formam uma categoria militante.



Laura Capriglione, na Folha, com um estilo já notório por selecionar meticulosamente frases infelizes daqueles a quem ela quer demonizar ou ridicularizar, fez a festa. O título na primeira página do jornal não deixa dúvida: “Exército prende sargento que assumiu ser gay”. Não há nenhuma mentira ai: o Exercito prendeu? Prendeu. Ele assumiu ser gay? Assumiu. Como sabemos — um ensinamento lá da propaganda nazista —, é possível mentir dizendo só a verdade. Houve um jornal, certa feita, que usou esse mote em sua campanha publicitária.



É possível ser homossexual no Exército? É. É possível ser militante gay no Exército? Não! É possível ser homossexual na Igreja? É. É possível ser militante gay na Igreja? Não! É possíel ser homossexual na medicina? E? É possível haver uma ética de gays na medicina? Não. Até porque o Exército, a Igreja ou a medicina não aceitariam soldados, padres ou médicos que fossem militantes antigays. Fui claro ou preciso desenhar? É o ofício dos soldados, dos padres ou dos médicos que os iguala. É aí que está a democracia.



Agora, os dois se dizem discriminados. É mesmo? Por quê? Eles tinham, entre seus pares, algum comportamento que os identificava como “gays”? A verdadeira liberdade não consiste em poder ser o que se é sem a obrigação de expressar a identidade particular? Não é mais “libertária” uma Força Armada que abriga as diferenças sem querer arbitrar ou legislar sobre elas, desde que os subordinados cumpram as regras?



Ademais, pensemos um pouco: será que a tolerância com “a” diferença, entre os soldados, será maior depois desse episódio? Intuo que não. Creio mesmo que se dará o contrário. Os dois ocupam um apartamento funcional do Exército. Duvido que seus superiores ignorassem a relação amorosa. Nem por isso foram molestados. Mas eles quiseram ir além: pretenderam levar a “causa gay” para o seio da tropa — uma tropa que não pode ter causa nenhuma que não seja a obediência a seu código disciplinar. E ajudaram a transformar em vilãs pessoas que só cumprem as suas obrigações. O sensacionalismo midiático, daqui a pouco, estará ocupado com outras personagens, com outras causas, com outras "vítimas". Gays ou não, eles não conseguiram ser é bons soldados.





Por Reinaldo Azevedo
16:25
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A ratazana e a Valentíssima

— Uuuu...

— Ahnnn... O quê???

— Oi, euzinho, Eficientíssima!!!

— Ah, de novo? A Doutora Igarista já não depositou o seu dinheiro?

— Sim, claro! É que, se fico dois dias sem lhe dar os parabéns, começo a sentir um vazio interior...

— Sei... Mas, no primeiro dia, você chegou quase a elogiar a matéria.

— Ai, estreladíssima, a senhora tem de confiar em mim. Eu já ataco aquela revista e aquele jornal que me demitiu, né? Não posso sair xingando o outro jornal também, logo de cara. Era uma tática. Eu expliquei para a Doutora Ixuruca.

— Você sabe que nós temos uma consideração apenas razoável por você, né?...

— Ah, Valentíssima. O que me importa que a mula é manca, eu quero é rosetar.

— Bebeu?

— Ah, eu quis dizer que o importante é a Doutora Ilantra depositar o meu capilé todo mês.

— O que você quer aqui? Pode levantar, à vontade...

— Então, hoje eu já voltei a elogiar a Vigorosíssima.

— E daí? Todo mundo decidiu investigar a história. Estou começando a achar que elogio seu só atrapalha.

— Ah, mas eu fui originalíssimo. Afirmei que só erra quem faz! A Doutora Irigosa não lhe mostrou o texto?

— Mostrou. E você acha isso original? Vá, fale logo o que você quer e pode ir-se esgueirando. Desinfete, que eu tenho mais o que fazer...

— A Exponencialíssima viu que eu estou com o instrumento na mão, né?

— Vi, aqui não é boteco...

— É que eu fiz um sambinha. Posso cantar um trechinho?

— Huuummm...

— Lá vai. A senhora vai ficar emocionadíssima. A Doutora Usilânime adorou.

— Toque logo!

— Ô coisinha tão bonitinha do paaai..

....Ô coisinha tão bonitinha do paaai...

....Você vale ouro/ todo o meu tesouro....

— Fora da minha sala! Rua! Doutora Analha, mande este imbecil sair daqui! E ordene à faxineira que limpe essa baba nojenta que se espalhou pelo chão e pelos móveis.





Por Reinaldo Azevedo
15:05
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LEIAM ABAIXO



- Dilma Rousseff, a fascinante!;

- PT X PT 1 - Dois outros ex-diretores da Anac confirmam o que disse Denise;

- PT X PT 2 - A VarigLog está em situação irregular, diz Anac;

- PT X PT 3 - Procurador da Anac dispensou comprador da Varig até da certidão negativa de débitos com a Previdência;

- PT X PT 4 - Fala Roberto Teixeira;

- PT X PT 5 - Atuação de ex-dirigentes da Anac é investigada pela Defesa;

- PT X PT 6 - Fala Jobim: "Não vou tomar nenhuma atitude";

- PT X PT 7 - Aliados tentam impedir a convocação de Denise Abreu;

- República Sindical 1 - Grampo da PF desmente Paulinho;

- República Sindical 2 - Gerente de prostíbulo confirma ter pagado despesas de investigados pela PF;

- Para aprovar nova CPMF, vale até considerar juro como "despesa com Saúde";

- Governo libera verbas para aprovar nova CPMF;

- Deputado Álvaro Lins terá cassação pedida no Rio;

- Caso Alstom - Robson Marinho deu parecer pró-Alstom no TCE em 3 meses;

- Elevação dos juros 1 - Ciclo de alta gera protestos de entidades;

- Elevação dos juros 2 - Alimento sobe 3,17% em SP e inflação é a maior em 5 anos; - Lula não convence o mundo sobre vantagens do álcool





Por Reinaldo Azevedo
07:19







Dilma Rousseff, a fascinante!

Houvesse professores disponíveis — não os há —, em vez de filosofia e sociologia, que só servirão à esquerdopatia petista, as escolas deveriam voltar a dar aulas de latim. Sim, perdemos muito por ignorar a origem das palavras e seus sentidos ora múltiplos, ora avessos mesmo ao que vai sendo consagrado pelo uso. Assim, digo, sem sombra de dúvidas, que Dilma Rousseff é mesmo uma personagem “fascinante”.



Vá lá ao Houaiss: “Fascínio: qualidade ou poder de fascinar, de exercer forte atração; sensação de deslumbramento, de encanto”. Agora vamos ao Dicionário Latim-Português, de Francisco Torrinha: “Fascinum; fascinus — malefício, sortilégio, quebranto, olhado”. Há mais coisas no verbete, mas preferi ignorar porque remete a certas obsessões que os romanos adoravam desenhar em porte avantajado pelos muros da cidade. Acreditavam ainda que andar com a estrovenga no pescoço, na forma de amuleto, afastava a má-sorte... Olhem que bacana o estudo do sentido das palavras: foi a partir do “quebranto” e do “(mau) olhado”, que deixaria as pessoas meios abobadas, que se chegou ao sentido que conhecemos de “fascinante” — de certo modo, contrário ao original.



Sim, vejo Dilma e penso em fascínios... Mas a propósito de que isso tudo?



Fiquei um tanto abobado quando a ministra, num terninho azul-bebê (Dona Reinalda me disse que aquilo é “azul-bebê” (eu sei qual é o rosa-bebê, nesta casa de mulheres...), disparou a seguinte frase sobre Denise Abreu: “NÓS TÍNHAMOS UMA CONSIDERAÇÃO RAZOÁVEL PELA DOUTORA DENISE”.



Deus me defenda dos sortilégios de Dilma Rousseff. Se tiver de escolher, prefiro que ela me odeie. Que diabo quer dizer “CONSIDERAÇÃO RAZOÁVEL”? Quem é esse “nós”? Ah, Dilma me fascina, mas não me deixa abestado. Reparem que ela usa muito esse pronome. E não é plural majestático, em que o sujeito, humildemente, trata a si mesmo como multidão. Não! O “nós” de Dilma pretende designar, sei lá, algo como “o sistema”, “o coletivo”, “o partido”.



Tenho absoluta certeza de que, quando ela era a companheira Estella na organização terrorista VAR-Palmares, já dizia esse “nós” como quem evoca determinações celestiais — ou do outro extremo do céu, tanto faz, né?, que não quero aqui ser acusado de fazer proselitismo cristão, hehe...



Vou confessar. Senti até uma pontinha de medo por Denise. A companheira Estella tem todo jeitão de que gostava de ler o mala do Pablo Neruda, com aquele ar de Buda dos Andes, e não ganhou seu tempo lendo Borges... Mas eu leio por ela. E se a gente lesse a frase de Dilma ao contrário? Quem diz “NÓS TÍNHAMOS UMA CONSIDERAÇÃO RAZOÁVEL PELA DOUTORA DENISE” está dizendo: “NÓS NÃO TEMOS MAIS UMA CONSIDERAÇÃO RAZOÁVEL PELA DOUTORA DENISE”. Ter sido um deles, como foi Denise, e não ser mais objeto de “consideração razoável” talvez seja um pouco assustador. É como se dissesse: “O sistema não gosta mais de você”.



“Fascinus” puro! Sortilégio!



Entendo também que o “sistema” distribui “considerações” em graus, talvez de acordo com os serviços prestados.



Prestar atenção

Acredito haver aspectos nas entrevistas de Denise Abreu e de Marco Antonio Audi ao Estadão que não podem se perder em meio à voragem e aos detalhes:



1 - A ex-diretora da Anac afirma ter sido vítima de um dossiê. Ela não diz, mas acho que todos entendemos a sugestão de que pode ter sido coisa da Casa Civil. Ela é explícita em dizer que Dilma teria usado contra ela informações que, descobriu depois, estavam no tal dossiê;



2 – Marco Antonio Audi deixa claro que o chinês Lap Chan ameaçou não dar mais um tostão ao negócio e que praticamente impôs a venda da Varig à Gol. Audi ainda teria tentado a TAM, mas não houve tempo. É preciso saber:

a) a TAM estava disposta a dar mais pela Varig?;

b) se a TAM aceitava dar mais, por que o governo só autorizaria a venda para quem aceitava dar menos?;

c) digamos que alguém estivesse escrevendo um roteiro de ficção:

1 – Hipotéticas empresas G e T estão interessadas na também hipotética empresa V;

2 - a empresa V, que não é boba, prefere a empresa T, que paga mais;

3 - mas o negócio depende de autorização do governo, que só aceita vender para a empresa G, que paga menos;

4 – o roteirista já tem um mistério, um enigma, e precisa tirar o leitor ou telespectador da sinuca. O que se passa?

5 – o roteirista, cheio de caraminholas, inclui em sua história o pagamento de um complemento, "por fora" (vocês sabem: "recursos não-contabilizados", como diria Schopenhauer) não ao dono da empresa V, mas aos agentes oficiais que forçaram a venda para a empresa G.



Ah, para que não nos esqueçamos: Dilma, que cuida de coisas tão elevadas, ainda encontra tempo para pedir, pessoalmente, a transferência para Brasília da mulher de um terrorista. Eis um exemplo de consideração bem acima do "razoável".



Histórias verdadeiramente fascinantes, cheias de sortilégios.





Por Reinaldo Azevedo
06:47
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PT X PT 1 - Dois outros ex-diretores da Anac confirmam o que disse Denise

Por Mariana Barbosa, no Estadão:

Os ex-diretores da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Leur Lomanto e Jorge Velozo confirmam, em entrevista ao Estado, que a Casa Civil atuava para acelerar a tramitação de matérias relacionadas ao caso Varig na agência. "A ministra (Dilma Roussef) e a Erenice (Guerra, secretária-executiva) diziam que a gente estava criando dificuldades", afirmou Leur Lomanto. "Não sei se chamaria isso de pressão, mas o problema é que queriam culpar a Anac pela quebra da Varig. Acho que os advogados, os representantes da empresa, informavam algo ao Planalto, mas a realidade era outra. Eles não cumpriam as exigências."

Segundo Lomanto, a diretoria decidiu aprovar a transferência acionária da VarigLog para o fundo Matlin Patterson e seus sócios brasileiros, mesmo sem a comprovação de origem de capital e comprovação de renda, "para que amanhã não fôssemos acusados de ter quebrado a Varig". "Votamos em cima do parecer do procurador, que dizia que não era competência da Anac exigir os documentos", completou.

Lomanto lembra, contudo, que a decisão original da diretoria da Anac de aprovar o ofício com as exigências de origem de capital e comprovação de renda dos sócios da VarigLog também estava "respaldada em um parecer da Procuradoria da Anac". Questionado sobre as circunstâncias que teriam feito o procurador João Ilídio mudar de posição, Lomanto disse que não se recorda. "Surgiu a dúvida se tínhamos competência ou não para exigir os documentos. Não me lembro bem, mas acho que foi o procurador mesmo que levantou esse questionamento."

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Por Reinaldo Azevedo
06:45
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PT X PT 2 - A VarigLog está em situação irregular, diz Anac

Por Eugênia Lopes e Isabel Sobral, no Estadão:

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) enviou comunicado à VarigLog, na sexta-feira, dia 30, informando que o controle acionário não poderá permanecer com o fundo de investimentos americano Matlin Patterson. Por decisão judicial, a VarigLog é controlada pelo grupo estrangeiro, o que não é permitido pela lei brasileira.

Em depoimento à Comissão de Turismo da Câmara, a presidente da Anac, Solange Paiva Vieira, disse ontem que cabe ao Ministério da Defesa investigar eventuais atos irregulares da antiga diretoria da agência. Em entrevista publicada ontem pelo Estado, a ex-diretora da Anac Denise Abreu revelou que teria sido pressionada pela ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, para tomar decisões favoráveis à venda da Varig e da VarigLog.

"Não tomei conhecimento de tráfico de influência", disse Solange. Ela alegou não ter dados sobre a negociação para a venda da Varig e da VarigLog pela antiga administração da Anac. "Sobre VarigLog, o que eu acho é que denúncias têm de ser apuradas. No entanto, atos de diretoria com suposta irregularidade devem ser apurados pelo Ministério da Defesa", repetiu.

Ao afirmar não ter informações sobre a negociação feita no passado, Solange deixou claro, no entanto, que a Anac não concorda com a atual situação acionária da VarigLog, hoje controlada pelo fundo Matlin Patterson. Pelo Código Brasileiro de Aviação (CBA), os grupos estrangeiros só podem ter no máximo 20% nas empresas de aviação. Hoje a transportadora de cargas está 100% na mão de estrangeiros.

Há cerca de dois anos, a VarigLog foi comprada pelo grupo Matlin Patterson e três sócios brasileiros. Mas uma briga entre os acionistas acabou na Justiça que, em 1º de abril, deu 60 dias para que o grupo se adequasse à legislação brasileira.





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Por Reinaldo Azevedo
06:39
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PT X PT 3 - Procurador da Anac dispensou comprador da Varig até da certidão negativa de débitos com a Previdência

Por Leonencio Nossa, no Estadão:

Documento de cinco páginas com o parecer do então procurador-geral da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), João Ilídio Lima Filho, mostra que a Anac dispensou até a checagem dos débitos com a Previdência Social (INSS) de um dos empresários que compraram, há dois anos, a VarigLog. O documento confirma a informação da ex-diretora da Anac Denise Abreu. Em entrevista ao Estado, ela disse que, por pressão da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, a agência dispensou também a análise da declaração do Imposto de Renda e a verificação da origem do dinheiro dos sócios e a participação de cada um.

A decisão foi tomada com base em um parecer produzido em menos de 24 horas por Lima Filho. No parecer, ele rejeita as exigências feitas pela Superintendência de Serviços Aéreos (SSA), um órgão da agência, para garantir o limite máximo de 20% de participação de capital estrangeiro na empresa, como determina o Código Brasileiro de Aviação, e evitar a venda para "laranjas".

A agência concordou com a venda da VarigLog para a Volo do Brasil (empresa formada pelo fundo de investimentos americano Matlin Patterson e por três sócios brasileiros) na madrugada de 24 de junho de 2006, menos de um dia depois de o procurador iniciar a elaboração do parecer.

Lima Filho diz, no parecer 13/2006, de 23 de junho, que não era o "caso" de apresentação da declaração do Imposto de Renda do empresário brasileiro Marco Antonio Audi, um dos sócios da Volo, porque seria da competência da agência apenas "pautar pela análise da composição de capital das concessionárias". O procurador ressalta que o respeito ao limite de participação de estrangeiros estaria garantido pelos documentos apresentados.

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Por Reinaldo Azevedo
06:24
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PT X PT 4 - Fala Roberto Teixeira

Por Sergio Malbergier, na Folha:

O advogado Roberto Teixeira negou ontem as acusações feitas pelo empresário Marco Antônio Audi de que teria recebido US$ 5 milhões para "resolver" a venda de ativos da Varig junto ao governo por causa de suas relações íntimas com o presidente Lula, de quem é compadre. Teixeira ironiza o fato de Audi ter feito boletim de ocorrência contra seu sócio de escritório e genro, Cristiano Martins, acusando-o de tê-lo ameaçado fisicamente. "O Audi que é truculento, dizem que anda com revólver na cintura."

Em entrevista coletiva para falar das acusações, publicadas anteontem no jornal "O Estado de S. Paulo", Teixeira disse que não comentaria suas relações com Lula. À Folha disse que "o Lula, enquanto presidente, não favorece nem mesmo a família dele, o que dirá os amigos". Leia a seguir os principais trechos da entrevista.



FOLHA - O sr. acusa a Denise Abreu de atuar contra a Varig na Anac.

ROBERTO TEIXEIRA - Não, vamos recapitular um pouco. Denise Abreu trabalhou na Casa Civil. Antes, tínhamos um órgão chamado DAC [antecessor da Anac], e ela estava trabalhando lá. Segundo ela diz, o governo estava absolutamente preocupado com uma iminente falência do grupo Varig. Então, disse ela, o governo a havia incumbido de fazer um trabalho para que as linhas internacionais da Varig fossem distribuídas para a TAM e a Gol. Ou seja, ela estava desde a Casa Civil trabalhando com essa vertente. Posteriormente, sabe-se que chegou a ser gestada, e ela teria sido na época a mentora, medida provisória que iria exatamente jogar a Varig no colo da TAM. Depois, ela veio para a Anac e, embora a Anac não tivesse regulamentos claros de como seria a distribuição dos assuntos, quem seriam os relatores e tudo o mais, é certo de que ela se arvorou de pronto em ser responsável pelo problema da Varig.



FOLHA - Denise trabalhou na Casa Civil sob o comando de José Dirceu. O sr. liga Dirceu às acusações?

TEIXEIRA - Eu não faço essa ligação até porque eu costumo agir da seguinte forma: eu sou contratado como advogado e minha função é judicial. Eu deixo as especulações para quem quiser delas fazer uso.

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Por Reinaldo Azevedo
06:17
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PT X PT 5 - Atuação de ex-dirigentes da Anac é investigada pela Defesa

Na Folha:

O Ministério da Defesa investiga a atuação de Denise Abreu e dos demais integrantes da diretoria anterior da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) em sindicância interna aberta em setembro do ano passado, quando o grupo foi destituído. A investigação foi confirmada ontem pela Controladoria Geral da União (CGU), que informou ter cedido servidores para auxiliar na apuração. O Ministério da Defesa não se pronunciou.

Originalmente, a sindicância foi instaurada para apurar a denúncia de que ela apresentou um documento sem validade à Justiça para impedir que fossem restringidas as operações na pista do aeroporto de Congonhas. A limitação para pousos e decolagens fora determinado pela Justiça Federal após o acidente com o Airbus-A320 da TAM, em julho do ano passado, que deixou 199 mortos.

A sindicância, porém, já tratou de outras decisões da Anac. O procedimento foi aberto por determinação do ministro Nelson Jobim (Defesa), logo após a renúncia de Denise. A ex-diretora (que deixou a Anac em agosto alegando motivos pessoais) disse ontem, por meio de sua assessoria de imprensa, que seu advogado, Araldo Dal Pozzo, tenta, sem sucesso, ter acesso ao conteúdo da investigação. Ela já prestou depoimento, em que alegou inocência.





Por Reinaldo Azevedo
06:15
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PT X PT 6 - Fala Jobim: "Não vou tomar nenhuma atitude"

Por João Domingos, no Estadão:

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, recusou-se ontem a comentar a declaração da ex-diretora da Anac Denise Abreu de que a Casa Civil favoreceu o comprador da Varig. Para ele, o governo não tem nada a ver com o processo, que correu no Judiciário.

Como o sr. viu as revelações da ex-diretora da Anac de que a Casa Civil favoreceu o comprador da Varig?

Isso foi um processo judicial, que se produziu no Judiciário. O ministério não tem conhecimento de nada. Eu não participei de absolutamente nada disso. E não tem por que o governo ter participado, por isso é uma medida exclusivamente sob a gerência do juiz titular da Vara relativa à falência da Varig. Eu não conheço o assunto. Tem que buscar lá nos autos.

O sr. vai se inteirar disso?

Não me diz respeito.

Que atitudes o sr. vai tomar contra a ex-diretora Denise Abreu?

Não vou tomar nenhuma atitude a esse respeito.

Mas isso envolve a Anac.

Não envolve a Anac coisa alguma. Isso envolve exatamente a venda judicial. Isso foi conduzido pelo Poder Judiciário. É tudo da área deles.

O sr. não vai avaliar a participação da Anac?

Não vou avaliar coisa nenhuma.

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Por Reinaldo Azevedo
06:13
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PT X PT 7 - Aliados tentam impedir a convocação de Denise Abreu

Por Cida Fontes, no Estadão:

Na tentativa de preservar a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, a bancada governista tentará impedir, hoje, a aprovação de requerimento na Comissão de Infra-Estrutura, no Senado, convocando a ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Denise Abreu para falar na Comissão de Infra-Estrutura. Em entrevista ao Estado publicada ontem, Denise Abreu acusou Dilma de pressioná-la para aprovar a venda da VarigLog e da Varig ao grupo formado pelo fundo americano Matlin Patterson e três sócios brasileiros. O presidente da Comissão de Infra-Estrutura, senador Marconi Perillo (PSDB-GO), confirmou que colocará em votação hoje o requerimento da oposição convocando a ex-diretora da Anac.

O requerimento, assinado pelo DEM (ex-PFL) e pelo PSDB, será apresentado pelo senador Demóstenes Torres (DEM-GO). Ele afirmou que o assunto pode ser motivo para criação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI). "É mais um escândalo que tem todos os ingredientes para se tornar uma investigação grandiosa, que pode explodir dentro do Palácio do Planalto", disse. Acrescentou que, se as denúncias de Denise Abreu forem confirmadas, a ministra Dilma Rousseff também terá de comparecer ao Senado para dar explicações.

"A situação será muito mais delicada do que no caso do dossiê", avaliou Torres, numa referência ao fato de ser atribuída a Dilma Rousseff e à Casa Civil a autoria de um dossiê sobre gastos com cartões corporativos pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e sua mulher, Ruth Cardoso.

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Por Reinaldo Azevedo
06:11
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República Sindical 1 - Grampo da PF desmente Paulinho

Por Roberto Almeida, no Estadão:

Na tarde de 9 de maio, durante entrevista coletiva que concedeu na sede da ONG Meu Guri, presidida por sua mulher, o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força, alegou desconhecer Marcos Vieira Mantovani, proprietário da Progus Consultoria. Mantovani é acusado pela Procuradoria da República de agir como consultor da suposta quadrilha desarticulada pela Polícia Federal, durante a Operação Santa Tereza. Um grampo telefônico da PF, contudo, desmente o parlamentar. Nele, Paulinho marca uma reunião com o então conselheiro do BNDES Ricardo Tosto, no escritório de Mantovani.

A gravação, realizada no dia 3 de março, teve início às 13h33 e tem 4 minutos e 35 segundos de duração. Paulinho fala com Tosto a respeito de uma reunião com o presidente de um banco - possivelmente o BNDES, afirma a PF. Em seguida, debate questões políticas, entre elas a sucessão à Prefeitura de São Paulo. No fim, o deputado encerra a conversa com um pedido: "Qualquer coisa nos reunimos onde? Lá no... escritório do Mantovani?" Tosto concorda: "É, Mantovani... é... sei lá..." Paulinho então dá a localização aproximada do escritório: "É lá na Paulista lá, perto da Paulista."

O ponto de referência citado pelo parlamentar condiz com o endereço real da sede da Progus de Mantovani. O escritório fica na Alameda Santos, paralela à Avenida Paulista.

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Por Reinaldo Azevedo
06:09
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República Sindical 2 - Gerente de prostíbulo confirma ter pagado despesas de investigados pela PF

Por Rubens Valente, na Folha:

Responsável pelas finanças da casa de prostituição de luxo WE, nos Jardins, em São Paulo, fechada pela Operação Santa Tereza da Polícia Federal, o auxiliar administrativo Celso de Jesus Murad, 45, confirmou que a boate pagou passagens aéreas e outras despesas de alguns investigados pela PF por supostos desvios do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

Uma planilha feita à mão e apreendida pela PF registra como beneficiários de passagens e estadia num hotel no Rio de Janeiro o prefeito de Praia Grande (SP), Alberto Mourão (PSDB), seu secretário de Obras, Luiz Fernando Lopes, seu assessor e ex-secretário Jamil Issa Filho, entre outros.

No depoimento que prestou na última sexta-feira ao juiz federal da 2ª Vara Criminal de São Paulo, Marcio Ferro Catapani, Murad também confirmou que a boate pagou R$ 1.770,94 referentes ao IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) de um apartamento de João Pedro de Moura, ex-assessor do deputado federal Paulinho (PDT-SP).

Murad disse que recebia ordens do empreiteiro Manuel Fernandes de Bastos Filho, foragido desde o dia 24 de abril.

O funcionário da boate também confirmou ter entregue, a pedido do empreiteiro, dois cheques, cujos valores disse desconhecer, nas mãos de Jamil Issa Filho, ex-secretário de Urbanismo e Meio Ambiente da Prefeitura de Praia Grande.

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Por Reinaldo Azevedo
06:07
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Para aprovar nova CPMF, vale até considerar juro como "despesa com Saúde"

Por Sérgio Gobetti e Denise Madueño, no Estadão:

O projeto do governo que ressuscita a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF)permite que os Estados incluam juros de dívidas como despesas de saúde e transfere para 2011 o prazo para que governadores cumpram a meta de investir 12% da receita no setor. O projeto, do jeito que está, reabre os prazos de enquadramento e mascara o descumprimento do limite mínimo de gasto em "ações e serviços públicos de saúde" por parte de Estados e municípios.

Em troca do apoio velado dos governadores ao novo imposto sobre as movimentações financeiras - agora com o nome de Contribuição Social para a Saúde (CSS) -, o relator do substitutivo da Câmara, deputado Pepe Vargas (PT-RS), acatou uma emenda que permite a inclusão de despesas financeiras no piso constitucional da saúde. Essa medida nunca tinha sido aceita, desde a promulgação da Emenda Constitucional nº 29, em 2000.

Desde 2004, os Estados estão obrigados constitucionalmente a aplicar 12% de suas receitas na área de saúde e só podem considerar nesse cálculo os gastos com custeio dos serviços, investimentos típicos de saúde pública e o pagamento de funcionários que trabalham no setor.

Apesar disso, muitos governadores têm inflado suas declarações por meio de manobras contábeis aceitas nos tribunais de contas, como a inclusão, no piso, de programas de combate à fome e investimentos realizados por meio das empresas estaduais de saneamento.

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Por Reinaldo Azevedo
06:05
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Governo libera verbas para aprovar nova CPMF

Na Folha:

Levantamento feito pelo DEM mostra que o governo federal acelerou as liberações de verbas para emendas parlamentares às vésperas da votação do projeto que regulamenta a emenda 29, destinando mais dinheiro para a saúde, e cria a nova CPMF, batizada de CSS (Contribuição Social para a Saúde). A votação foi adiada mais uma vez ontem.

A oposição usou uma manobra regimental para conseguir evitar a votação da proposta da nova cobrança, que teria uma alíquota menor, de 0,1%, e começaria a ser cobrada em 2009. O texto só deve voltar a ser examinado na próxima semana.

O presidente da Frente Parlamentar da Saúde, deputado Rafael Guerra (PSDB-MG), usou sua condição de relator do projeto na Comissão de Seguridade Social para pedir vistas devido às modificações promovidas no texto. Até o pedido, no início da noite, deputados do PSDB e do DEM davam como certa a vitória da base aliada. "O pedido de vistas é um direito regimental, o presidente não tinha como negar", disse o líder do PT, Maurício Rands (PE).

Os dados colhidos pelo DEM mostram que o esforço do governo para conseguir votos suficientes para aprovação da nova CSS resultou, ao longo do mês de maio, no empenhou de 72,6% do total comprometido até agora, em 2008. Ou seja, do total de R$ 10.211.247 de empenhos no ano, R$ 7.422.247 foram feitos em maio. Nos outros quatro meses do ano, o valor chegou apenas a R$ 2.789.000.

O levantamento do DEM mostra que os partidos aliados ao Planalto foram os principais beneficiados: o PT foi o campeão de empenhos em maio (R$ 1,5 milhão), e o PR aparece em segundo (R$ 1,1 milhão).

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Por Reinaldo Azevedo
06:03
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Deputado Álvaro Lins terá cassação pedida no Rio

Na Folha:

O deputado estadual Álvaro Lins (PMDB) negou ontem na Corregedoria da Assembléia Legislativa comandar esquema de proteção a contraventores e fazer lavagem de dinheiro, mas não convenceu os responsáveis pelo relatório. O corregedor Luiz Paulo Corrêa da Rocha (PSDB) vai pedir sua cassação por quebra de decoro parlamentar na segunda-feira.

Lins apareceu em público pela primeira vez ontem, desde sua prisão, na quinta. O deputado disse que as denúncias são "ilações" de inimigos. Sério e aparentando contrariedade, ele não concedeu entrevista. Seu advogado, Ubiratan Guedes, pediu à corregedoria que a sessão fosse adiada por 72 horas, para ter mais tempo de analisar o caso, o que não foi aceito.

Segundo o corregedor, o ex-chefe da Polícia Civil manteve-se calmo, respondeu a todas as perguntas que lhe foram feitas pela corregedoria, mas se recusou a falar quando indagado pela deputada Cidinha Campos (PDT), que não integra o órgão. Para ela, a corregedoria só fez perguntas "papai-e-mamãe".

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Por Reinaldo Azevedo
06:01
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Caso Alstom - Robson Marinho deu parecer pró-Alstom no TCE em 3 meses

Por Eduardo Reina e Sônia Filgueiras, no Estadão:

Análise favorável de um contrato entre a Eletropaulo e a Alstom, em 2001, ganhou fama de ser uma das mais rápidas e o processo mais fino da história do Tribunal de Contas do Estado (TCE) de São Paulo. Normalmente, um processo de contratação demora, no mínimo, cinco anos para tramitar. E esse contrato para refazer o seguro de equipamentos com dispensa de licitação recebeu parecer favorável do conselheiro Robson Marinho em menos de três meses. Na época, os valores eram de R$ 4,8 milhões - atualizados para hoje, praticamente dobram.

A decisão do conselheiro ocorreu dois anos depois de Marinho ter viajado à França para assistir aos jogos finais da Copa do Mundo de futebol com despesas pagas por uma empresa do grupo Alstom. "Em 1998, fui assistir aos dois jogos finais da Copa da França a convite de um amigo e ex-diretor da Alcatel. Na mesma viagem, visitei as instalações da Alcatel na França, empresa que posteriormente vim a saber integrar o Grupo Alstom", justificou Marinho.

Especialistas em direito administrativo ouvidos pelo Estado crêem que o conselheiro do TCE, para respeitar os preceitos da moralidade e da legalidade, deveria se proclamar impedido de julgar o processo depois de ter participado da viagem paga pela Alstom.

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Por Reinaldo Azevedo
05:59
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Elevação dos juros 1 - Ciclo de alta gera protestos de entidades

Na Folha:

No segundo movimento consecutivo de elevação dos juros neste ano, ao aumentar ontem novamente a taxa básica em 0,5 ponto percentual, para 12,25%, o Banco Central recebeu novas críticas do setor produtivo e sindicalistas.

A CUT antecipou-se ao anúncio e, por meio de nota, convocou mobilizações de rua contra a política econômica do governo. "Por diversas vezes, a CUT protestou contra a política de altíssimas taxas de juros e elevado superávit primário, por considerá-la um ataque vil aos esforços por desenvolvimento sustentável com distribuição de renda. No próximo dia 19, protestaremos por meio de mobilizações e atos públicos diante da sede do BC", afirmou o presidente da central, Artur Henrique.

A Força Sindical distribuiu comunicado assinado pelo seu presidente, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, referindo-se à alta nos juros como "insanidade dos tecnocratas do Copom". "O BC precisa entender que o remédio de juros em patamares proibitivos pode acabar asfixiando de forma traumática a economia."

Já a Fiesp contestou a política de aperto monetária, ao argumentar que o aumento dos juros não tem eficácia do ponto de vista do combate à inflação e, por outro lado, impede o crescimento. Para a entidade, o governo deveria conter a escalada de preços com diminuição de gastos públicos. "Demanda gera progresso. Gastos públicos desnecessários geram dívidas e mais impostos. Aumentar juros para conter a demanda é impedir o crescimento, é apequenar os horizontes do país", disse Paulo Skaf, presidente da Fiesp e da Ciesp. Pela mesma linha, a Abdib (Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base) afirmou que há outras medidas para segurar os preços, como a elevação do superávit primário. Para a Fecomercio, "o aperto monetário vai devastar o crescimento em 2009".

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Por Reinaldo Azevedo
05:57
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Elevação dos juros 2 - Alimento sobe 3,17% em SP e inflação é a maior em 5 anos

Por Deise de Oliveira, na Folha:

O índice de preços na cidade de São Paulo medido pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) dobrou entre abril e maio e atingiu a maior alta em cinco anos. O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) fechou o mês em 1,23% (0,54% em abril), sendo que mais da metade da alta foi provocada pelo aumento dos alimentos.

Com reajuste de 3,17% em maio, os alimentos responderam por 58,14% da composição do índice. A alta foi a maior desde dezembro de 2002, quando foi de 3,36%. Em alta no mercado internacional, o arroz teve a maior variação (22,16%, a mais alta desde julho de 1994) e contribuição de 14,83% no IPC.

Já o pão francês, quarto maior responsável pela alta do índice geral, subiu 4,15%, mas dá sinais de desaceleração, segundo Márcio Nakane, coordenador da pesquisa da Fipe. Na última apuração de maio, o produto teve alta de 1,68%, ante 5,59% na prévia anterior.

"Nessa área, o governo tomou medidas, via isenções tributárias, para tentar baratear a importação do trigo. É possível, mais à frente, um cenário mais tranqüilo para os derivados de trigo", afirmou Nakane.

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Por Reinaldo Azevedo
05:55
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Lula não convence o mundo sobre vantagens do álcool

Por Clóvis Rossi, na Folha:

O apaixonado discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em favor do etanol derivado da cana-de-açúcar, pronunciado ontem na Cúpula sobre Segurança Alimentar, não convenceu o mundo, se por mundo se entender a Organização das Nações Unidas.

Vinte e quatro horas depois de Lula afirmar que os biocombustíveis "são decisivos no combate ao aquecimento global e podem jogar um papel importantíssimo no desenvolvimento econômico e social dos países mais pobres", o secretário-geral da ONU, o coreano Ban Ki-moon, disse ser necessário "aprofundar a investigação" em matéria de biocombustíveis para chegar a um consenso, que ele considera "chave" para as políticas de produção de biocombustíveis.

A avaliação do secretário-geral coincide quase literalmente com o que deverá constar do comunicado final da cúpula, a ser divulgado hoje. Conforme a Folha já informou, o esboço do texto fala da necessidade de "estudos em profundidade" sobre biocombustíveis e propõe um "diálogo internacional" sobre eles.

Tanto as afirmações de Ki-moon como o esboço do texto final refletem a controvérsia que cerca os diferentes tipos de etanol. Há virtual consenso de que o etanol derivado do milho, produzido pelos Estados Unidos, é o equivalente ao "mau colesterol", na comparação feita por Lula.

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Por Reinaldo Azevedo
05:53
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