Continuam os ataques do site Adital contra o governo da Colômbia. Trata-se de defensores do Foro de São Paulo, organização neocomunista que tem como seus membros partidos de esquerda e grupos terroristas como as FARC e o MIR chileno. É o patife falando contra patifaria
A ‘democracia’ colombiana e os 80 anos de assassinatos de trabalhadores
Adital -
Os assassinatos de dirigentes sindicais no continente não se resumem aos extermínios de lideranças nas entidades rurais brasileiras ou às lutas pelo poder em outros grêmios sul-americanos. O campeão continental nesse quesito (e no topo do ranking há 80 anos) segue sendo a Colômbia, com números tão impressionantes que estão impedindo até mesmo a ratificação pelo Congresso estadunidense do Tratado de Livre Comércio assinado entre as duas nações em 2006. Entre 1º de janeiro de 1991 e 31 de dezembro de 2006, segundo dados da Escola Nacional Sindical da Colômbia e da Central Unitária dos Trabalhadores daquele país, foram registrados 8.105 casos de violações dos direitos humanos mais básicos de trabalhadores afiliados a sindicatos na Colômbia. Entre eles se incluem 2.245 homicídios, 3.400 ameaças, 1.292 casos de despejo, 399 detenções arbitrárias, 206 feridos, 192 atentados, 159 seqüestros, 138 desaparecimentos, 37 casos de tortura e 34 casos de desrespeito moral. Somente durante os mandatos do atual presidente Álvaro Uribe Vélez, de acordo com números oficiais do governo colombiano, foram mais de 440 assassinatos (43 só em 2007) cujos processos na justiça resultaram em somente sete sentenças. Dos 236 assassinatos ocorridos de 2004 a 2006, houve apenas uma condenação.
Esses dados foram apresentados por sindicalistas colombianos diretamente à Secretária de Estado estadunidense Condoleezza Rice e a nove congressistas do Partido Democrata dos EUA, quando em visita ao país no final de janeiro para estimular a aprovação do TLC. Segundo informações da Agência EFE, o presidente da CUT colombiana, Carlos Rodríguez, assegurou na ocasião que Rice lhes disse no final da reunião que respeita a opinião dos sindicatos, "mas que vai continuar impulsionando o TLC". "Ela diz que os países precisam realizar negócios como este com os Estados Unidos, que isso vai trazer benefícios para a Colômbia, mas nós consideramos o contrário, que a indústria nacional sofrerá com o acordo", afirmou o sindicalista.
Apesar disso, no último dia 7 de abril, o presidente George W. Bush enviou ao Congresso de seu país, o texto do TLC para ser aprovado no modelo "fast track", sem alterações, em no máximo 90 dias. A justificativa oficial, como não podia deixar de ser, foi, nas palavras do próprio presidente, "a necessidade de mostrarmos a um governo amigo na região que os EUA podem ser um parceiro confiável", disse. "A Colômbia é um aliado forte e eficiente na luta contra o terrorismo e um modelo de democracia no continente". A data não podia ser mais emblemática. Enquanto se discutia a adoção ou não do Tratado (rejeitado pelos dois pré-candidatos democratas à presidência, Barak Obama e Hillary Clinton, e apoiado pelo candidato republicano Jonh McCain), as ruas de Bogotá eram tomadas por marchas e manifestações em memória dos 60 anos do assassinato do candidato à presidência colombiana Jorge Eliécer Gaitán, ocorrida em 9 de abril de 1948. Sua morte, "coincidentemente" no mesmo período em que representantes de todo o continente se encontravam na cidade para o que viria a ser a reunião de criação da Organização dos Estados Americanos no contexto do início da Guerra Fria, foi o estopim do chamado "Bogotazo", uma revolta popular que tragaria a vida de 5.000 a 10.000 pessoas em dois dias, e da seguinte "La Violencia", que em 10 anos de confrontos cobraria mais de 250 mil vidas. De lá para cá, as cifras de assassinatos políticos no país chegam à casa dos 500 mil.
Em um discurso inflamado no Senado da Colômbia em 9 de abril desse ano, Gloria Gaitán Jaramillo afirmou que se não tivesse sido morto, seu pai teria sido o primeiro presidente socialista eleito pelo voto popular na América Latina, 22 anos antes de Salvador Allende no Chile, e totalmente contra o imperialismo estadunidense no continente. Advogado e filho de um livreiro, Gaitán impulsionou sua carreira política a partir das denúncias de um episódio ocorrido em dezembro de 1928 e que marcou para sempre as lutas dos trabalhadores colombianos: "La Masacre en las Bananeras". Mesmo então com mais de 30 anos de atividades no país, a empresa estadunidense United Fruit Company (atualmente Chiquita Brands Inc, que segundo o líder paramilitar colombiano Salvatore Mancuso, acusado por mais de 6.000 assassinatos de sindicalistas, realizava pagamentos aos paramilitares para exportar sua produção) não oferecia qualquer garantia trabalhista aos milhares de trabalhadores terceirizados que usava. Organizados em torno de um sindicato, esses trabalhadores elaboraram uma pauta de nove reivindicações que incluíam contrato escrito, jornada de oito horas diárias com uma folga semanal, pagamento em dinheiro, assistência em caso de acidentes de trabalho e banheiros para uso dos trabalhadores. Ainda que fossem pedidos basicamente para a empresa se adequar à legislação então vigente no país, a United Fruit se recusou a ceder e os trabalhadores entraram em greve.
Depois de pouco mais de um mês de tensa paralisação, o governador do departamento (estado) de Magdalena convocou os trabalhadores para uma reunião na cidade de Ciénaga. Mas ao invés de enviar o político, o governo colombiano expediu o Decreto Legislativo No. 1, que proibia reuniões com mais de três pessoas, punha a região em estado de sítio e nomeava o general Carlos Cortés Vargas como interventor civil e militar. Ele juntou as tropas em frente da multidão que aguardava o governador e ordenou a dispersão em cinco minutos. Como não foi atendido, deu ordem para abrir fogo. Depois, diante das denúncias promovidas por Gaitán e seus famosos discursos no Senado em 1929 onde mostrou dezenas de documentos, depoimentos e até o crânio de uma criança morta em Ciénaga, o general Vargas admitiu nove mortes e se disse movido pelo respeito às leis, pela necessidade de retomada da ordem e pela ameaça de invasão da Colômbia pelos EUA para garantir os "direitos" da empresa. Já segundo os telegramas enviados pelo embaixador estadunidense Jefferson Caffery ao governo dos EUA no mês seguinte, os mortos passavam de 1.000. Ninguém jamais foi responsabilizado criminalmente pelo massacre. E o episódio acabou sendo narrado em forma semi-ficcional por Gabriel García Márquez na obra "Cem Anos de Solidão".
No último dia 10 de abril, por 224 a 195 votos, o Congresso dos EUA decidiu suspender indefinidamente o processo parlamentar de aprovação do Tratado de Livre Comércio com a Colômbia. Ainda assim, tanto o governo colombiano como o estadunidense, continuam confiantes em conseguir reverter esse quadro após as eleições presidenciais, seja quem for o novo ocupante da Casa Branca. Como dizem os colombianos quando falamos mal do atual presidente dos EUA: "lembrem-se que as intervenções estadunidenses no continente não começaram com Bush e que foi num governo do Partido Democrata, de Bill Clinton, que teve início o ‘Plano Colômbia’ que sustenta a guerra civil em nosso país".
[Autores de dois livros publicados (Angola - A Esperança de um Povo; e América Minada) e um vídeo-documentário (América Minada).
Textos e fotos: Vinicius Souza e Maria Eugênia Sá para Idéias em Revista (publicação da SISEJUFE-RJ)
Mais informações em http://mediaquatro.sites.uol.com.br]
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Félix, amigo,
Obrigada por esses envios que não tinha visto - curiosamente, não estão disponíveis no site em espanhol, o original, do qual sou assinante há anos - e que não são propriamente "novidade".
Está havendo uma fortíssima campanha para desacreditar o presidente Uribe, bem como o relatório da Interpol. Eles não são burros, ao contrário, são hábeis mestres na "arte" de desinformar e torcer os fatos àquilo que lhes convém. Quem leu os documentos originais da Interpol (disponíveis no meu blog - http://notalatina.blogspot.com) também ficou ciente de que este reconhecido órgão NÃO analisou o conteúdo do material existente mas a autenticidade do que os computadores guardavam em seus arquivos, bem como a inviolabilidade dos mesmos. A Interpol trabalha com um rigor científico inconteste e mundialmente reconhecido mas, como isso afasta qualquer possibilidade de que o conteúdo das mensagens tenha sido manipulado, adulterado, acrescentado ou retirado, a contra-ofensiva logo parte para desacreditar os técnicos e o próprio governo colombiano.
O XIV Encontro do Foro de São Paulo que está acontecendo de hoje até domingo, tem em sua pauta a condenação da "invasão" das Forças de Segurança da Colômbia que matou o companheiro deles, Raúl Reyes.
Vejam como a propaganda para desacreditar o trabalho da Interpol e das FS colombianas está se espalhando com o inestimável apoio das "redes", através deste vídeo debochado e desrespeitoso divulgado pelo site de extrema esquerda "Rebelion": http://www.youtube.com/watch?v=Vo_-IF6LOQM.
Devo aproveitar o dia de hoje mais calmo por causa do feriadão, para fazer mais uma edição do Notalatina. Este material que acabei de receber de vocês, sem dúvida alguma é precioso para desmascarar a farsa que precisa ser denunciada. Peço apenas que não divulguem este vídeo, pois ele fará parte da edição de hoje, ok?
Desde já, muito grata e à disposição, abraço-os
MG
PS: Não esqueçam que o "ADITAL" é um site criado pelo pseudo-frei Betto, em homenagem ao suicida comuna, pseudo-frei Tito, o delator. Portanto, era de se esperar essa reação...
Obs.: MG significa "Miss Grace", ou seja, Graça Salgueiro (F. Maier).