Aproveito este artigo para comentar sobre a síndrome de desistência laboral, onde os profissionais que lidam com pessoas são acometidos por esta doença e nem percebem. Essa doença psicossocial resulta do choque entre o indivíduo dotado de uma história personalizada, bem como uma organização do trabalho despersonalizante. Isso advém de uma resposta desarmônica entre as crenças e espectativas frustradas da pessoa pela falta de reconhecimento, valorização, retribuição da organização e ideal humanista, cujos esforços do seu trabalho não são satisfeitos pela instituição. Isso tudo prejudica o ser humano diminuindo a competência interpessoal e intrapessoal. Os grupos de riscos são: Pessoal de saúde, psicólogos, professores (50% tem os sintomas), terapeutas, assistentes sociais, policiais e o pessoal da justiça. As suas características são a exaustão emocional e mental, onde o indivíduo utiliza mentalmente o “não tenho mais” energia, vontade, esperança para o trabalho, acometido também em uma despersonalização do ser humano, com sentimento e atitudes negativas, vindo acompanhado de um endurecimento afetivo como insensibilidade, rigidez, cinismo, relação apenas racional e coisificação da relação, tornando-o desumano enfim. Os indicadores da doença são: Ansiedade, irritabilidade, perda da motivação, redução de metas ideais e interesse. A redução da realização com o envolvimento profissional implica o sentimento de incompetência, baixa auto-estima e não possui mais nenhuma estima pelo outro. Os seus sintomas são a fadiga constante e/ou progressiva, distúrbios do sonos e dores generalizadas, até distúrbios gastro-intestinais. A tudo isso nós profissionais estamos sujeitos na luta pela nossa sobrevivência, as pessoas não percebem e quando se dão conta, já estão semelhantes a autômatos. Isso tende a piorar necessitando de cuidados médicos.