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Artigos-->Como fabricar um índio -- 17/05/2008 - 13:06 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Produção em série de índios e mártires



Adriana Vandoni



A ONG CIMI - Conselho Indigenista Missionário, vinculada à CNBB, adquiriu o monopólio dos índios do Brasil. Só ela tem direito a representar os interesses dos índios e interferir na formulação de políticas públicas, com endosso da Funai. Como o negócio deu certo, ela abriu franquias, uma delas é o CIR – Conselho Indígena de Roraima, para as questões da reserva Raposa do Sol. Segundo denúncias, nas quais acredito, são os missionários do CIR que insuflam os conflitos entre índios e brancos na região.



No dia 5 último, um grupo de cerca de 100 índios invadiu uma fazenda e estava construindo quatro malocas quando foi retirado da área à bala. A fazenda pertence a um dos rizicultores mais resistentes à forma de demarcação da reserva. Isto quer dizer que um confronto era esperado. Vou além, e digo que o confronto foi programado. Júlio Macuxi, coordenador do CIR, disse que a "ocupação" foi devido a "necessidade de ampliar a comunidade Renascer, que fica próxima da cerca da propriedade".



Vale ressaltar que os rizicultores ocupam 2% do total de 1,7 milhão de ha da Raposa do Sol, mas o coordenador do CIR, afirma que os índios estão "sufocados" nos 98% restantes.



É assim que agem essas ONG`s, fabricando índios e conflitos. Para ilustrar vou contar um caso ocorrido em MT. Na divisa do estado com a Bolívia, a Funai e o CIMI giraram transformar em índios um povo descendente de bolivianos, mas como estes não queriam, os `missionários`, inconformados, tentavam convencer a população. Veja agora o relato de uma conversa que me foi contado entre um `missionário` e um morador que não queria ser índio:



- Seu Fulano, mas aquela casa da fazenda é bonita, né?



- Ô, muito bonita.



- O senhor queria uma casa daquela?



- Se não?!? Claro que queria.



- Então, seu Fulano, se o senhor assinar o documento dizendo que é índio, aquela casa vai ser sua.



No caso de Roraima, a coisa só está no começo. O coordenador do CIR foi bem claro: "[o confronto] só fortalece os indígenas da Raposa Serra do Sol e de todas as comunidades de Roraima". Ou seja, teremos pela frente mais enfrentamentos com o risco de mortes para a produção de mártires.



Seguindo a estratégia do MST, o valor midiático da morte é diferenciado. Um índio vale X, uma índia XX. Agora se a índia for mãe seu valor dobra. Uma criança, que costumam colocar à frente quando há confronto, tem valor imensurável.



Esses fatos revelam que a questão não é apenas de definição de direitos, caso que caberia a Justiça e ponto final. Por trás dos conflitos existem interesses distintos à posse da terra ou ao bem estar deste ou daquele lado. Enquanto seres semi-santificados influenciarem em questões de Estado, nossa Justiça seguirá a reboque dos acontecimentos.



Se profetas e messias levassem o mundo a ser melhor, a palestina, terra dos profetas e dos messias, não seria o que é hoje.





(*) Adriana Vandoni é economista, especialista em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas/RJ. Professora universitária e articulista do Jornal Circuito Mato Grosso.



Site: www.adrianavandoni.com.br







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