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Artigos-->POUSADAS -- 16/03/2008 - 10:55 (Marcelino Rodriguez) |
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METAS DE LEITURA
Marcelino Rodriguez
O Brasil nunca será um país nem sequer perto
de funcionar relativamente a altura dos bens, serviços e
valores que a civilização já´produziu e produz senão começar
desde já a se preocupar com o baixíssimo indice de leitura
da população (hoje lê-se per capita no país menos de 2 livros
ano), sendo esse o principal déficit educacional da população
em todos os níveis, com repercussão negativa no desenvolvimento
em todos os setores da vida nacional.
Não existe país desenvolvido com mentes subdesenvolvidas e o hábito
da leitura é inquestionavelmente fator determinante no desenvolvimento
integral do indíviduo, o qual desenvolve as qualidades superiores
tanto do intelecto quanto da sensibilidade, além de aguçar
os sensos critico e criativo, imprescindíveis para a excelência
seja em que função for que o indíviduo venha a exercer suas
habilidades humanas. Como sanar esse grave e dramático
problema, verdeiro buraco negro do ensino e do homem brasileiro?
Nada de muito complicado. Basta fazer metas de leituras no
ensino fundamental e médio, que é a fase de formação
do indíviduo, mais ou menos entre os sete e quatorze anos
que é quando se instalam os hábitos. Que tal de modo experimental
seis livros anuais para cada série?
Isso já melhoraria substancialmente e triplicaria
o atual indíce. Não é um projeto caro nem tampouco
complexo, basta apenas bom senso e vontade política do
ministério da educação e dos educadores. Somente
com leitura diversificada o individuo tem uma educação
integral e não meramente técnica como hoje em dia.
Aprender um sistema, seja qual for, não é ter a inteligência
evoluida. A imaginação e a sensiblidade é que são fundamentais
seja no direito, na arquitetura, medicina e demais profissões.
Com sujeitos leitores ter-se-á uma qualidade de vida compatível
com os bens que a civilização já produz. Sem leitura, impossível.
Ao contrário do que pensam os otimistas, quem não tem o hábito
de ler sequer é capaz de reconhecer a própria ignorância.
Que se trabalhe então para se corrigir esse verdadeiro cancer
educacional do brasileiro, que se estabeleça nos ensinos médio
e fundamental a prioridade de formar estudantes leitores, com metas
e tudo, para que num futuro de décadas adiante o Brasil possa
vir a ter a esperança de um dia contar com um povo preparado para
os desafios e conquistas da civilização.
Direitos Reservados.
Abril, 2008
MADRUGADA EM POUSADAS, SOZINHO NA ESTAÇÃO
Marcelino Rodriguez
Belinha, não sei se alguma vez comentei contigo
como nascem algumas crônicas, ao menos, então aproveito esse dia chuvoso de sábado pra te dizer
que não poucas vezes as crônicas nascem
das lembranças sejam suaves,
ou como essa que te contarei, obsessiva.
A coisa foi na estação de Pousadas, na Argentina. Havia chegado
por lá mais ou menos quatro horas da manhã,
numa solidão quase inacreditável. Havia deixado
o Brasil e naquele momento, sequer tinha noção se um
dia voltaria. Era uma madrugada fria, aquela. Era eu, a estação
e a mala que me dera o argentino que fizera a viagem
inversa. Foi Isabel Allende quem disse, com palavras de ouro,
que o continente americano povos inteiros viajam
em suas terras, tentando sobreviver no continente onde
o progresso chega com séculos de atraso.
Posso dizer Belinha, nunca houve uma solidão como aquela.
Sem saudades da partida, sem futuro certo, me encontrava
perdido na estação como uma metáfora do exílio.
Ali estava eu, mais um perdido no continente.
De repente, numa ironia estranha, a rádio da estação começou
tocar Roberto Carlos, amada amante em espanhol.
Naquele momento acho que pensei um puta-que-pariu em volz alta.
Eu queria esquecer que havia o Brasil no mapa do mundo e ali
estava a canção me trazendo sentimentos estranhos.
Nunca houve uma solidão como aquela. Sem saudades da partida,
de futuro incerto, eu era um ponto na neblina, uma metáfora
do exílio.
Então, Belinha, tenho pensado muito nesse dia, onde só
havia eu e Deus, se Deus havia naquela estação. Tenho, não sei
porque, me lembrado muito desse dia estranho, com amada amante
cantada em espanhol, num dado do acaso. Mas quer saber, belinha,
bom mesmo seria se eu pudesse te por um colar de pérolas
no pescoço. 15.03.2008.
A CEGUEIRA ESSENCIAL DA POPULAÇÃO
Marcelino Rodriguez
A coisa mais dramática que se observa na população brasileira
é a cegueira com relaçao ao que é essencial na vida e nas relações
humanas. O brasileiro em geral por uma deformação na educação e
no que deveria ser as prioridades do indviduo, observa as coisas,
os mecanismos e os objetos, a forma em detrimento muitas
vezes do conteudo. Uma catástrofe se levarmos isso para o dia a dia
do país. Assim que por uma deformação também do estado que pouco
se importa em criar bem estar a não ser para seus próprios
operadores, vive-se o dia a dia quase num campo de batalha
onde todo mundo busca seus direitos, mas pouco se sabe ou se vive
seus deveres como individuos. O culpado é sempre o "outro",
o estado ou o "individuo", um joga a culpa no outro, mas
o erro é crônico de ambos tanto do estado quanto do individuo.
Por exemplo, pra que o país seja bom , o cidadão aqui acha que não
deve fazer nada pelos outros, só por si mesmo, isso em noventa
por cento dos casos, um egoísmo primitivo e indigno da estatura
que pode atingir o ser humano trabalhado. Por outro lado , observe
na época da informática, a lentidão irracional do judiciário
pouco se importando com as demandas e sofrimento de quem espera
por justiça que não poucas vezes se transforma
em pura burocracia, transformando-se os tribunais de justiça em
tribunais de legalidade apenas. Fora isso tem a corrupção e a violência
de variados matizes. Uma loucura. A´cura de todos esses males não
é outro senão uma educação voltada a formar individuos cultos
e não apenas "informados". O brasileiro, para ser melhor, precisa
ler mais contos de fadas na infância pra aprender a enxergar coisas
sobre afeto, segurança, disciplina e profundidade.
Direitos Reservados. |
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