A Semana / Justiça
Enfim, a palavra final
Investigação conclui que padre Júlio Lancelotti foi vítima de extorsão
Passados seis meses desde o início do rumoroso caso que envolveu o padre Júlio Lancelotti, o parecer do Ministério Público de São Paulo concluiu que o coordenador da Pastoral dos Povos da Rua foi vítima de extorsão. Nada além disso. À mesma conclusão chegou a Polícia Civil, em novembro do ano passado, depois de investigações que correram sob sigilo.
Em agosto de 2007, o padre denunciou a extorsão praticada por Anderson Batista, ex-interno da extinta Febem, atual Fundação Casa, a quem o padre chegou a entregar 80 mil reais. Outros três acusados também foram denunciados pelo sacerdote.
Diante do caso, a maior parte da mídia passou a dar grande destaque às acusações de pedofilia e de desvio de verbas supostamente praticados pelo religioso. Aos poucos, com menor alarde, noticiou serem infundadas. Com discrição ainda maior, informou sobre a conclusão das investigações do MP.
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VÍTIMA. O padre foi
massacrado, sem
chances de defesaAo lado da avalanche de notícias negativas, padre Lancelotti também recebeu manifestações favoráveis. Em novembro último, algumas dezenas de fiéis se reuniram em frente à sua residência, em São Paulo, para dar apoio. Na ocasião, o padre não falou com os jornalistas, mas reafirmou ser inocente. Em dezembro, o presidente Lula compareceu a um evento de Natal dos catadores de rua organizado pela pastoral liderada pelo padre e também manifestou seu apoio.
O julgamento final, que encerrará todo o episódio, deverá ocorrer nos próximos dias. O ex-deputado federal Luiz Eduardo Greenhalgh, advogado de defesa, critica a atuação da mídia (“O padre Júlio foi linchado pela Record. A emissora estimulou denúncias contra o padre, buscou testemunhas e levou-as à polícia”, afirma Greenhalgh. Confira a matéria de capa
Um embate terreno, CARTA CAPITAL, 05/03/2008, Página 38). “Vou aguardar o julgamento para, depois, tomar providências jurídicas”, diz o advogado.
Muitos veículos de comunicação cometeram os erros do prejulgamento e da cobertura desigual quanto a notícias favoráveis ao religioso. Resta saber se algum dia, enfim, o direito à presunção da inocência será respeitado. &
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Fonte: CARTA CAPITAL, Ano XIV, Edição n.º 485, 05/03/2008, Página 20.
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“Fora da VERDADE não existe CARIDADE nem, muito menos, SALVAÇÃO!”LUIZ ROBERTO TURATTI.