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Artigos-->UMA POESIA VULGAR. -- 25/11/2001 - 10:43 ( Marcello ShytaraLira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Uma poesia vulgar.





Aí rapaziada tô no pedaço

O que pega hoje nesta linda noite?

Opa! Cês tão fumando

Então, deixa eu da um tapinha?



É mano tô na boa

Pisando nas nuvens

Esse é du bom mesmo, heim!

Cabeça de nego,... aí!



Hoje tá coisa linda

Sexta-cheira vou travar

Então agita um rateio?

Vou cheirar todas, tá ligado!



Vamô sair na caminhada

Subir logo o morro

Cair pra dentro da favela

Fazer rápidinho a parada





Arrecadou pra quantas

5 papel, pôco em prego

Quantos na parada? Certo!

Catei a farinha, vamô dar linha



Olha só truta

A noite tá um crime

Aí! Desce uma gelada

Cara tô estalataço...



A noite é uma criança...

Se viu os pivetes?

Só 9 mm longa na mão

Doze e o caráio!



Mas é o seguinte

Se me tiram jogo pra cima

A minha taqui ó, 380 mm

19+1... da cara deles faço peneira...





__Tá jogando conversa fora

Lá dentro os mano dão cobertura

Ninguém te faz, um vacilo...

E acordam com a boca cheia de formiga



Só que num boto fé, não...

Os mano só de crack

Muito lôcos, se entram numas...

Pipoco, tô nem aí pros bom da boca



Bateu a fissura, pegá mais?

Pô, sangue bom tá duro!

Vamo fazer uma fita

Tô no aperreio, quero cherá...



Então cú vê a grana aí?

Rapidão, vamo logo...

Dá umas coronhada nesse prego...

Tá tirando a favela...





Hí pintou sujeira

É os tira, vô dá um burro loco

Saca a tua mano, joga pra cima

Já tô sapecando...



Porra! O cuzão saiu fora

Me deixô na crô crô...

Descarreguei o pente, fodeu!

Caráio, acertaram minha perna...



Tô vendo porra nenhuma

Pronde esses ratos tão me levando

Parece terra,... rua de terra?

Parô,... vô troca idéia



Minha perna tá sangrando...

Ainda tô anestesiado, depois...

Aí seu dôto, era só uma fitinha

É que tô muito doido, aí bateu a fissura...





Despacha o meliante

Não, vamô trocar idéia!

Um barulho ensurdecedor

Minha cabeça o sangue escorrendo em dor...





Olho para o céu...

Lembro daquele dicionário...

De minha família sem dinheiro...

Fui condenado a este caminho derradeiro...



Sinto doer muito mais a rejeição

O pt caí de minha mão...

Vejo marginalizados meus irmãos...

Chora meu coração



Tudo que quis desta vida foi:

Fazer faculdade...

Ser poliglota...

Escrever textos eruditos...

Me tornar um homem de respeito

E produzir para a sociedade...



__ Mas o pico recusou-me esta oportunidade

e passei a viver só de “pico”.





Shytara

Sampa 22/10/2001

Não chorem a realidade é ainda pior... e ninguém chora.



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