Jobim se reúne com Paulo Bernardo para tratar do aumento
Ananda Rope
BRASÍLIA - O ministro da Defesa, Nelson Jobim, se reuniu ontem a portas fechadas com o colega do Planejamento, Paulo Bernardo. O encontro, aconteceu após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter dado sinal verde para Jobim apresentar à equipe econômica estudos sobre o reajuste dos soldos militares — aumentos de 27,62% a 37,04%, a ser concedido em duas parcelas, a primeira retroativa a setembro e a segunda, em 2008. A previsão é que o reajuste seja anunciado no dia 13.
A proposta da Defesa prevê aumentos maiores para quem recebe soldos mais baixos (como cabos) e menores para os vencimentos mais elevados (como almirantes). O impacto previsto é de R$ 1,68 bilhão este ano; R$ 5,89 bi no ano que vem e R$ 8,32 bi em 2009.
Ontem, 120 mulheres de militares fizeram em Brasília o segundo panelaço para cobrar a recuperação dos soldos. “Desta vez vieram mais mulheres e mais homens. Isso é sinal de que as pessoas estão se cansando cada dia mais do descaso com a família militar”, disse a presidente da União Nacional das Esposas de Militares, Ivone Luzardo. Entre os manifestantes, coronel afastado por ter cardiopatia se emocionou: “Quando eu morrer verão que em minhas veias corre sangue verde oliva”.
Também no protesto, cacique Motumbá, do Acre, elogiou o papel militar na Amazônia: “São eles que levam remédio, arrancam dente”. Com faixas e rojões, o panelaço ocorreu diante do Palácio do Planalto e do Ministério da Defesa. A Polícia Militar do Distrito Federal cuidou da segurança da manifestação, como de costume. Mas um sargento, descontente com o barulho das panelas e os gritos das mulheres, ofendeu algumas, dizendo que eram “vagabundas” e que “precisavam arranjar o que fazer”. “Ele se acha superior por ganhar mais que nossos maridos”, disse uma das manifestantes.
DEFESA SUL-AMERICANA
Também ontem, o assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, informou que o Brasil vai propor aos países vizinhos a formação de uma Junta Sul-Americana de Defesa. A proposta será levada pelo presidente Lula ao próximo encontro da União de Nações Sul-Americanas, marcado para janeiro, na Colômbia.
(Será que vai acontecer o Encontro? Parece mais que o pau vai quebrar entre Venezuela e Colômbia, internamente na Bolívia e, de repente, a Argentina resolve engrossar com o Uruguai por causa das "papeleras". E aí, como ficamos? OJBR)