Foi adiada para a semana que vem a reunião entre o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tratar do reajuste de 609 mil militares que integram os quadros das Forças Armadas. O ministro, entretanto, garantiu que o governo deve definir "nos próximos dias" uma proposta de reajuste para a categoria. Segundo ele, o assunto está em estudo e só falta uma conversa com o presidente para acertar os detalhes. "Ele (Lula) já me autorizou a tratar do assunto", ressaltou Jobim.
Os baixos soldos não são o único problema enfrentado pelo Exército, Marinha e Aeronáutica. Com armamentos obsoletos e ultrapassados, as Forças Armadas estão mobilizando seus comandantes para buscar, também, no Congresso Nacional apoio aos pedidos de verbas para seus programas de reaparelhamento.
No Exército, 78% dos blindados em operação têm mais de 34 anos. Na Força Aérea Brasileira (FAB), só 37% das aeronaves estão em condições de voar. A situação mais dramática é na Marinha. Desde 1999, foram desativados 22 navios, substituídos por apenas dez. Até 2010, mais 17 navios deixarão de operar. O Orçamento de 2008 prevê R$ 9,3 bilhões para as três pastas.
Aumento
A proposta elaborada pelo Ministério da Defesa prevê um aumento entre 27,62% e 37,04% nos vencimentos brutos, dependendo da patente e dos anos dedicados à carreira. Os números ainda não foram discutidos com a equipe econômica do governo, mas a idéia inicial é de repassar o reajuste em duas parcelas: uma retroativa ao mês de setembro deste ano e a outra em setembro de 2008. O último reajuste salarial às Forças Armadas foi concedido em agosto de 2006, quando a categoria recebeu um aumento na base salarial, chamada de soldo, em 10%. As Forças Armadas têm, atualmente, 609.935 militares, sendo 342.409 na ativa, 133.662 inativos e 133.864 pensionistas.