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Artigos-->Como não administrar um país -- 08/11/2007 - 15:11 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Como não administrar um país



Maria Inês Dolci



Folha de S. Paulo - 6 de novembro de 2007)



RESPONDA, POR FAVOR, o que há de comum entre leite adulterado, caos aéreo, brinquedos perigosos e a ameaça de corte de gás no Rio deJaneiro e em São Paulo?



Há a ocupação desenfreada de cargos públicos por políticos da companheirada, em lugar de técnicos qualificados. Ou falta deadministradores mais bem preparados para o exercício de cargos públicos de chefia e de direção. Esse arrasa-quarteirão quase destruiu o Instituto Nacional do Câncer (Inca), até então uma referência no tratamento dessaenfermidade cruel.



Em 2003, uma "crise administrativa" desabasteceu as unidades assistenciais do Inca. Motivo: a coordenadora deadministração do Inca, na época, não tinha qualquer experiência no ramo. Seu mérito era ser esposa do então presidente da CâmaraMunicipal do Rio. A ocupação também tomou conta da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), cujo diretor-presidente, Milton Zuanazzi, só agora renunciou a seu cargo, após meses de pressão do ministro da Defesa, Nelson Jobim. Antes de comandar a Anac, Zuanazzi foi secretárioNacional de Políticas de Turismo.



Hoje, a crise aérea só não se aprofundou porque há menos vôos, e mais caros, reduzindo o acesso da classe média baixa a esse meio de transporte.



Recentemente, soubemos que não poderíamos confiar, quem diria, nem no leite, alimento básico das crianças e dos idosos. Pois as equipes de fiscais do Ministério da Agricultura não enxergaram que estavam misturando soda cáustica e água oxigenada ao leite nossode cada dia.



O Ministério da Agricultura e a Anvisa, contudo, não estão sozinhos nessa dificuldade para perceber ameaças à saúde do consumidor. Afinal, o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) concedeu seu selo a brinquedos condenadosfora do Brasil, por provocar ferimentos e até morte.



Agora, também descobrimos, pela imprensa, que a Petrobras havia cortado 17% do volume de gás fornecido às distribuidoras do Rio deJaneiro. E 5% do volume de gás que chega a São Paulo. Mais adiante, vazou uma troca de correspondências entre o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, que advertiu o então ministrode Minas e Energia, Silas Rondeau, para o risco de corte no fornecimento de gás natural.



Por quê? Devido à pressão de Rondeau paraque a Petrobras ampliasse a oferta de gás às usinas termelétricas, a fim de não prejudicar o crescimento econômico. Para piorar a situação, o Brasil reduziu a quantidade de gás importada da Bolívia, para ajudar a Argentina, que enfrentava uma criseenergética. Agora, fala-se em reajustar o preço do gás.



Essa sucessão de trapalhadas afeta bem mais do que as áreas aqui citadas. E demonstra que a conta da politicagem sempre é cobrada dasociedade, que não pode confiar no transporte aéreo, na qualidade do leite, na segurança dos brinquedos e no suprimento de gásnatural quando falta chuva. E que recebe, de brinde, uma CPMF eterna, sob os sorrisos do governo e da oposição.







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