Em se tratando de carência afetiva há coisas sobre as quais devemos usar de muito tato... Ou seja, esse tal de "amor virtual" nunca me convenceu.
E isso é fácil de perceber, pelos papos que vão, ao longo desta navegação, rolando soltos...
Há pessoas que não têm o menor escrúpulo, quanto aos sentimentos alheios.
Infelizmente, quando os incautos se dão conta disso, é um pouco tarde. Já foram inocentemente ludibriados em sua boa fé...
Mas há uma vantagem no amor virtual: a facilidade em "deletá-lo" e jogá-lo na lixeira no momento em que se torne indesejável.
Pode haver nisso um certo cinismo, mas é uma realidade.
No amor real não "se deleta"... tão facilmente.
Acredito que, no fundo mesmo, gostamos de viver as ilusões desse amor. Não pelo que o "interlocutor" possa nos oferecer, mas pelo "amor em si mesmo".
Amamos o amor... Amamos o amar... E queremos amar... Amar sempre!
É a Lei, não é?
O outro navegante, ou náufrago... Sei lá, é apenas um subterfúgio para que possamos dar expansão a esse delicioso sabor de se saber amado e à ânsia de doar carícias, que temos dentro de nós, a exacerbar nossos sentimentos.
Mas, em todo esse logro, há pessoas dilacerando seus preciosos corações, vítimas de embustes neuróticos que largamente penetram neste mundo incerto e nebuloso: O mundo invisível da Internet.
Nesse "pisar em plumas" os homens pensam encontrar suas Cinderelas, Belas Adormecidas ou Chapeuzinhos Vermelhos e outras protagonistas de seus sonhos de menino... Ao que as mulheres, na mesma medida, e talvez mais abundante, também se atêm.
Se disso não passar, tudo bem...
Mas, quando nisso entra a demência de alguns, aí a coisa fica bem feia...
Porque, como em tudo neste mundo, há os aproveitadores, aqueles que vivem de enganar o semelhante, achando-se muito espertos. E tentam golpes, os mais mirabolantes...
Devem se guiar naqueles filmes que vêem, onde tudo acontece com vantagens e o vilão acaba por ganhar a simpatia do público que o assiste. Mas isso é apenas "cinema", em que personagens se fundem com a nossa irrealidade, por vezes assustadora, da ilusão dos sonhos mais ocultos, os quais nem nós mesmos, que os sonhamos, conseguimos interpretar.
E há os super-heróis querendo pular pela janela, esburrachando-se na própria lama que criam...
Mas os seres humanos são assim: quando o drama não existe, fazem questão absoluta de criá-los.