Doença infecto-contagiosa de notificação compulsória que atinge a pele e o sistema nervoso, a hanseníase é causada pelo bacilo de Hansen (Mycobacterium leprae) (na foto, em vermelho) – descoberto pelo médico norueguês Gerhard Hansen, em 1873.
O período de incubação é longo – de dois a cinco anos entre o contágio e o aparecimento dos primeiros sintomas.
De diagnóstico essencialmente clínico, na forma inicial aparecem manchas esbranquiçadas sobre a pele, com diminuição ou perda total de sensibilidade na área atingida.
Avança, de forma lenta, para as formas polarizadas – tuberculóide ou virchowiana. A mancha esbranquiçada torna-se avermelhada, acastanhada ou vinhosa – podendo apresentar edema ou inchaço.
A forma tuberculóide (T) acomete pessoas com alta resistência ao bacilo. As lesões são poucas, com ausência de sensibilidade. Ocorrem alterações nos nervos próximos à lesão, podendo causar dor, fraqueza e atrofia muscular.
Na virchowiana (V) a imunidade é ausente com acentuada multiplicação do bacilo, anestesia de pés e mãos – favorecendo traumatismos e feridas –, atrofia muscular, inchaço de pernas e surgimento de nódulos na pele.
Órgãos internos também são acometidos. O doente pode apresentar vermelhidão e queda de pêlos (sobrancelha, cabelo e regiões genitais).
Raramente leva à morte, mas como atinge o sistema nervoso, pode levar à incapacidade física.
O tratamento pela poliquimiotetrapia (PQT) é ambulatorial, permitindo o convívio social sem restrição.
Nas formas paucibacilares (pouco bacilos) são utilizados dois medicamentos (Dapsona e Clofazimina) durante seis meses.
Os multibacilares (muitos bacilos) fazem o tratamento com três medicamentos (Dapsona, Clofazimina e Rifampicina), por 12 meses. (por ocasião da publicação deste artigo o tratamento para a forma multibacilar ainda era de 24 meses)
A PQT é doada ao Brasil pela OMS e deve estar disponível em todos os municípios gratuitamente.
A hanseníase é transmissível pelo contato íntimo e prolongado com pessoas infectadas – pelas vias aéreas ou pelo contato direto com ferimentos.
Não é transmissível na forma inicial(I) e na tuberculóide (T).
O paciente virchowiano (V) deixa de transmitir a doença ao ingerir a primeira dose do medicamento.