Religião ativa é aquela que está relacionada com a vida prática, e a intativa ou morta, justamente o oposto.
Infelizmente, é raro encontrar uma religião, dentre as muitas existentes, que esteja perfeitamente entrosada com a vida prática.
As doutrinas são elaboradas com perfeição, mas não podemos esperar muito de seu poder doutrinário.
No período de seu surgimento, há centenas ou milhares de anos, talvez essas doutrinas estivessem de acordo com a situação social da época, exercendo sobre ela grande poder filosófico.
Mas esse poder foi arrefecendo com o correr do tempo, até atingir o estado em que se encontra atualmente.
Infelizmente, é esta a ordem natural das coisas. E não se limita apenas às religiões. Tudo sofre essa mudança.
O surto de novas religiões adaptadas à época, no decorrer dos anos, é um fato inegável que se verificou em todos os países.
Mas essas religiões acabam sempre por desaparecer por faltar-lhes poder suficiente para ultrapassar as anteriores.
O desenvolvimento da ciência, a partir do século XVIII, contribuiu para grandes mudanças na mente do homem, que passou a reverenciar a ciência em toda a sua dimensão.
O progresso da cultura exige que tudo se modernize. Não podemos usar carros de bois, numa época em que nos servimos de aviões e telégrafos...
Por isso, afirmo que uma Verdadeira Religião não pode afastar-se dos anseios desta Nova Civilização, mas deve prosseguir, de acordo com a Vontade Divina, dentro dos seus próprios princípios.
O assunto me faz recordar o pragmatismo de William James, famoso filósofo americano.
O pragmatismo preconiza a "filosofia em ação", e deve ser estendido também ao sentido religioso, isto é: a religião deve ser prática e ativa.
4/11/1953
Mokiti Okada
(líder espiritual da Igreja Messiânica Mundial)
Obs. O texto está resumido, mas não lhe alterei a essência.