Assim o ministro do STF Ricardo Lewandowski referiu-se à votação que transformou em réus a quadrilha liderada por José Dirceu. Lewandowski acreditava, antes da votação, que a maior parte dos ministros votaria a favor da absolvição dos implicados. Candidamente, da mesma forma com que trocou e-mails pela Internet com a Ministra Carmen Lúcia, Lewandowski foi o único dos ministros a divergir do relator Joaquim Barbosa quanto à imputação de crime de formação de quadrilha para o ex-ministro Chefe da Casa Civil e deputado cassado José Dirceu.
Lewandowski é escolha de Lulla; morou em São Bernardo do Campo onde sua mãe tornou-se amiga de D. Marisa. Quando ele diz que os ministros votaram "com a faca no pescoço" em função da vigilância da imprensa, aparentemente explicita que os jornais e TVs levaram os juízes a votar contra suas (deles) convicções.
Não sei o que imagina Lewandowski quando presume que a maioria de seus colegas votaria contra o relator ou, até mesmo, se o relator teria relatório diferente. A população letrada deste país e a maior parte da população que tomou conhecimento do mensalão, da participação do Banco do Brasil, das mentiras dos deputados – como símbolo, Paulo Cunha – não pensa em Dirceu e seus sequazes como se a operação toda de compra de votos legislativos se tratasse de apenas uma molecagem. É bom que Lewandowski perceba que a imprensa reflete e é reflexo da opinião pública e que já existe um cansaço grande no País da impunidade, especialmente, de pessoas influentes.
(*) Presidente do Instituto Liberal
Obs.: Devido às futricas que promove, o ministro Lewandowski está sendo chamado "Lewandowski e Trazendowski" (F. M.).