Palestino na Parada: Presidência da República paga R$ 2,2 milhões para terceirizar festa militar de 7 de setembro
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Por Jorge Serrão
O Ministério da Defesa precisará de argumentos indefensáveis para justificar por que a Presidência da República resolveu contratar, por exatos R$ 2 milhões 202 mil 975 reais e 60 centavos, uma “empresa especializada para a realização logística das ações comemorativas da Semana Cívica e do Desfile de 7 de Setembro”. Chama-se João Palestino Eventos a empresa terceirizada para substituir as Forças Armadas em sua tradicional missão. A firma, do interior de Goiás, é especializada na promoção de rodeios a vaquejadas. Seu dono é o empresário Sidney Farina.
A empresa já esteve envolvida na acusação de superfaturamento em serviços – conforme denúncias no Tribunal de Contas de Goiás. Aluga palanques e arquibancadas para eventos pecuários no Centro Oeste. A João Palestino é conhecido para organização do evento Cowboy do Asfalto. Outra fama da empresa é sua generosidade em campanhas eleitorais. Ela foi uma das financiadoras do PR (Partido Republicano - do vice-presidente da República). O beneficiado no último pleito foi o deputado Sandro Mabel, quase cassado por corrupção na Câmara. Goiás também é o estado natal de outro petista importante: o ex-tesoureiro do partido, Delúbio Soares.
O processo de contratação da empresa para fazer o que o Exército, a Marinha e a Aeronáutica sempre fizeram, com orçamento próprio e baixo custo, ocorreu em altíssima velocidade. O edital de licitação saiu publicado no Diário Oficial da União de 16 de julho. Uma semana depois já se sabia quem ganhou. No dia 2 de agosto, o Diário Oficial publicou o resultado do “Julgamento de Recursos”. No dia seguinte (3), o contrato foi assinado. Graças ao curtíssimo prazo entre a assinatura do contrato e o julgamento da licitação e seu eventual recurso, nenhum eventual concorrente se manifestou.
Grade para quem precisa...
Com a terceirização, o governo Lula vai gastar este ano quase o dobro a mais que a festa do ano passado.
A despesa em 2006 foi de R$ 1,4 milhão.
Este ano será de R$ 2.202.975,60.
Temendo vaias, o cerimonial do presidente vai investir em precaução.
Vai gastar R$ 250 mil só em grades de isolamento para as autoridades.
Explicação devida
Os comandantes militares devem uma boa explicação á opinião pública sobre por que aceitaram mais essa jogada da Presidência da República, interferindo até na tradicional parada militar do Dia da Independência.
Agora, só falta o presidente Lula comparecer à festa vestindo uma farda de general cinco estrelas (porque quatro é pouco para ele).
Afinal, ele é o Comandante-em-chefe das Forças Armadas brasileiras.
Do jeito que a coisa vai, logo o Exército, a Marinha e a Aeronáutica acabam “terceirizados”.
Serão trocados por um novo “exército de libertação nacional”, sob o comando dos “generais” do Foro de São Paulo.
O fardo da farda
As Forças Armadas do Brasil se deixaram macular por tristes episódios recentes como a farda camuflada, com insígnia de general de exército (quatro estrelas), usada pelo ministro da Defesa, em flagrante desrespeito ao artigo 172 do Código Penal Militar.
O Superior Tribunal Militar ainda não se pronunciou sobre este caso politicamente embaraçoso.Outra nódoa foi o excesso de puxa-saquismo e subserviência ao mesmo Nelson Jobim, quando o Comando do Exército lhe concedeu a imposição da Ordem do Mérito Militar, no grau de Grã-Cruz.
Além de receber a mais alta hierarquia e de maior distinção honorífica do Exército Brasileiro, Jobim foi nomeado o novo “Presidente Honorário do Conselho da Ordem do Mérito Militar”.