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Artigos-->Ainda há juízes em Berlim -- 24/07/2007 - 15:25 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Um JUIZ de verdade.



(Texto circulando na Internet, de autoria desconhecida)



Odilon de Oliveira, de 56 anos, estende o colchonete no piso frio da sala, puxa o edredom e prepara-se para dormir ali mesmo, no chão, sob a vigilância de sete agentes federais fortemente

armados.Oliveira é juiz federal em Ponta Porã, cidade de Mato Grosso do Sul na fronteira com o Paraguai e, jurado de morte pelo crime organizado, está morando no fórum da cidade. Só sai quando extremamente necessário, sob forte escolta.



Em um ano, o juiz condenou 114 traficantes a penas, somadas, de 919 anos e 6 meses de cadeia, e ainda confiscou seus bens. Igual aos que estão atrás das grades, ele também perdeu a liberdade. A única diferença é que tenho a chave da minha prisão .



Traficantes brasileiros que agem no Paraguai se dispõem a pagar US$ 300 mil para vê-lo morto. Desde junho do ano passado, quando o juiz assumiu a vara de Ponta Porã, porta de entrada da cocaína e da maconha distribuídas em grande

parte do País, as organizações criminosas tiveram muitas baixas. Nos últimos 12 meses, sua vara foi a que mais condenou traficantes no

País.



Oliveira confiscou ainda 12 fazendas, num total de 12.832 hectares, 3 mansões - uma, em Ponta Porã, avaliada em R$ 5,8 milhões - 3

apartamentos, 3 casas, dezenas de veículos e 3 aviões, tudo comprado com dinheiro das drogas. Por meio de telefonemas, cartas anônimas e avisos mandados por presos, Oliveira soube que estavam dispostos a comprar sua morte. Os agentes descobriram planos para me matar, inicialmente com oferta deUS$100 mil .



No dia 26 de junho, o jornal paraguaio Lá Nación informou que a cotação dojuiz no mercado do crime encomendado havia subido para US$ 300 mil. Estou valorizado , brincou. Ele recebeu um carro com blindagem para tiros de fuzil AR-15 e passou a andar escoltado. Para preservar a

família, mudou-se para o quartel do Exército e em seguida para um hotel. Há duas semanas, decidiu transformar o prédio do Fórum Federal em casa. No hotel, a escolta chamava muito a atenção e dava despesa para a PF .



É o único caso de juiz que vive confinado no Brasil. A sala de despachos de Oliveira virou quarto de dormir. No armário de madeira, antes abarrotado de processos, estão colchonete, roupas de cama e objetos de uso pessoal.O banheiro privativo ganhou chuveiro. A família: mulher, filho e duas filhas, que ia mudar para Ponta Porã, tiveram de continuar em Campo Grande.



O juiz só vai para casa a cada 15 dias, com seguranças.Oliveira teve de abrir mão dos restaurantes e almoça um marmitex, comprado em locais estratégicos, porque o juiz já foi

ameaçado de envenenamento.O jantar é feito ali mesmo. Entre um processo e outro, toma um suco ou comeuma fruta. Sozinho, não me

arrisco a sair nem na calçada .



Uma sala de audiências virou dormitório, com três beliches e televisão. Quando o juiz precisa

cortar o cabelo, veste colete à prova de bala e sai com a escolta.



Estou aqui há um ano e nem conheço a cidade. Na última ida a um shopping, foi abordado por um traficante. Os agentes tiveram de intervir. Hora extra. Azar do tráfico que o juiz tenha de ficar

recluso. Acostumado a deitar cedo e levantar de madrugada, ele preenche o tempo com trabalho. De seu bunker , auxiliado por funcionários que trabalham até alta noite, vai disparando

sentenças. Como a que condenou o mega traficante Erineu Domingos Soligo, o Pingo, a 26 anos e 4 meses de reclusão, mais multa de R$ 85 mil e o confisco de R$ 2,4 milhões resultantes de lavagem de dinheiro, além da perda de duas fazendas, dois terrenos e todo o gado. Carlos Pavão Espíndola foi condenado a 10 anos de prisão e multa de R$ 28,6 mil. Os irmãos Leon e Laércio Araújo de Oliveira, condenados respectivamente a 21 anos de reclusão e multa de R$78,5 mil e 16 anos de reclusão, mais multade R$56 mil, perderam três fazendas. O mega traficante Carlos Alberto da Silva Duro pegou 11

anos, multa de R$82,3 mil e perdeu R$ 733 mil, três terrenos e uma caminhonete. Aldo José Marques Brandão pegou 27 anos, mais multa de

R$ 272 mil, e teve confiscado R$ 875 mil e uma fazenda.



Doze réus foram extraditados do Paraguai a pedido do juiz, inclusive o rei da soja no país vizinho, Odacir Antonio Dametto, e Sandro

Mendonça do Nascimento, braço direito do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar. As autoridades paraguaias passaram a colaborar porque estão vendo os criminosos serem condenados .



O juiz não se intimida com as ameaças e não se rende aos apelos da família, que quer vê-lo longe desse barril de pólvora. Ele é titular de uma vara em Campo Grande e poderia ser

transferido, mas acha dever de ofício enfrentar o narcotráfico.



Quem traz mais danos à sociedade é mega traficante. Não posso ignorar isso e prender só mulas (pequenos traficantes) em troca de dormir tranqüilo e andar sem segurança.



ESSE SIM DIGNIFICA O CARGO QUE EXERCE E MERECE OS NOSSOS APLAUSOS! POR ACASO A MÍDIA NOTICIOU

ESSA BRAVURA QUE O BRASIL PRECISA SABER? POR FAVOR, FAÇA A SUA PARTE! DIVULGUE O MÁXIMO QUE PUDER!





***



Comentário



F. Maier



O título "Ainda há juízes em Berlim", que emprestei ao relato acima, refere-se à história de um moleiro de Sans Souci.



O déspota esclarecido Frederico II mandou construir um palácio perto de Potsdam. Ao abrir as janelas, observou que um velho moinho de um camponês prejudicava a paisagem que tinha em frente.



Frederico pressionou o moleiro a vender o moinho, para ser derrubado e, assim, aumentar seus jardins. O homem negou-se. O rei ameaçou, porém o moleiro disse convicto: "Ainda há juízes em Berlim!". O moinho se encontra lá até hoje.



Como o moleiro da história acima, podemos ainda confiar no trabalho de alguns juízes, nem tudo está perdido no Brasil. "Ainda há juízes em Ponta Porã!"







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