Como vocês sabem, a Associação de Docentes da USP (Adusp) e o Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP) querem parar a universidade por conta de uma suposta agressão à autonomia universitária, que teria sido praticada pelo governo do Estado. Já escrevi a respeito. Os reitores começaram com essa bobagem e agora vão ter de tentar devolver os monstrengos para a caixa de Pandora. Resolveram ser o Kerenski dos leninistas das universidades. Agora vão ter de se virar.
O leitor Luís Guilherme Fernandes Pereira me manda um vídeo, que está no YouTube (http://www.youtube.com/watch?v=5Mai4S36a4g), feito por alunos da Politécnica da USP, em que ficam claros os métodos empregados pelo tal Sintusp para defender as suas, digamos assim, idéias. Trata-se de uma mobilização de 2005. Vocês precisam ver. Os rapazes não são cineastas, mas foram muito eficientes em reportar um estado de coisas.
Eu não sabia. O Sintusp tem um caminhão, feito um trio elétrico, que percorre o campus promovendo gritaria, impedindo quem quer estudar de... estudar.
Estudar na universidade? Onde já se viu? Universidade existe para os aloprados do PT e do PSTU reivindicarem melhores condições de trabalho para que possam ficar em greve, certo? A moçada da engenharia, acostumada a lidar com algumas categorias cartesianas, racionais, não entende esse primado essencial da dialética, que costuma ser muito exercitado nos cursos de história, letras, filosofia e sociologia. Reacionários, eles acham que dois mais dois são quatro. São mesmo uns atrasados...
Chamando os estudantes que não querem aderir à greve de “fascistas”, os democratas do Sintusp fazem ameaças, dão empurrões, partem para o tapa. Vejam tudo até o fim. Ah, claro: o caminhão se chama “Caribão”. Desconheço por quê. O que me ocorre de mais próximo é que pode ser uma homenagem a Cuba. Aquela ilha, dividida em dois presídios (a americana, para terroristas; e a de Fidel, para homens de bem), fica no Caribe. A homenagem, evidentemente, é à parte a ilha que prende homens de bem...
Eis aí os “companheiros trabalhadores” que querem fazer uma universidade melhor. No momento, são aliados dos reitores. Parabéns, Magníficos!