Ha 62 anos atráz foi o que nos EEUU é chamado de "VE Day", isto é, Dia da Vitoria na Europa pois no Oceano Pacifico a luta contra o Japão ainda estava feróz e só com a segunda bomba atômica em 6 de Agosto e 1945, lançada sobre Nagasaki foi que o Japão se rendeu, dando o fim da Segunda Guerra Mundial.
Calcula-se que naquela guerra morreram ao todo umas 40 milhões de pessôas.
A ironia desta perda imensa foi que os Aliados declararam guerra à Alemanha Nazista para defender a pobre Polônia depois que Hitler invadiu a Polônia em 1º de Setembro de 1939.
A União Soviética que tinha assinado um tratado de não agressão com a Alemanha invadiu a Polônia pelo Oeste com o pretexto de ajudar o Hitler mas que, na verdade, queria se apossar dos ricos campos de Petróleo da Polônia Oriental. Isso deixou o Hitler tão irritado que começou a fazer os malfadados planos para invadir a União Sovietica em 1941.
Em Fevereiro de 1945, quando a vitoria dos Aliados já estava à vista, o infame Stalin conclamou a Conferência de Yalta na Russia. Naquela Conferência, com o Roosevelt e o Winston Churchill tambem presentes, eles assinaram um tratado. Estivemos em Yalta em 1996 e vimos tudo incluindo a mesa onde eles se reuniram para assinar a Conferência de Yalta.
Diga-se de passagem que Roosevelt era muito esquerdista e chamava o infame Stalin de "My Old Friend Joe". Enfim, o Winston Churchill, muito desgostoso, tambem assinou o Tratado que concedia, prestem atenção, todo o território da Polônia à União Soviética! e que só ficou independente na decada de 1980.
É preciso salientar que o Brasil tinha relações diplomáticas cortadas com a União Soviética desde 1917 por ter se tornado comunista. E porisso sempre se recusou a fornecer café e trigo à União Sovietica. Eu me lembro que quando vim do Brasil em 1955 e fui direto para Washington DC para me alistar no Exercito Americano, conforme combinado com o infame General Teixeira Lott (ao qual fui Ajudante de Ordens primeiro quando era Comandante da 2ª Região Mlitar e depois como Ministro da Guerra e que depois virou comunista) uma das coisas que me impressinou muito foi uma bruta bandeira da União Soviética que quasi tocava o chão da calçada, pendurada em frente ao edifício da Embaixada da União Sovietica em Washigton DC.
O Rosevelt comprava o café e o trigo do Brasil e depois mandava tudo para a União Soviética! !
Escrevi de mais!
Eloy Franco (dos EUA)
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Comentário
Félix Maier
É claro que Roosevelt poderia ter jogado mais duro com os russos, pois os EUA eram o único país, então, a possuir a bomba atômica. Era só ameaçar de jogar uma delas sobre Moscou, que o Camarada Stálin logo recolheria seus bigodes ao Kremlin. Aliás, convém lembrar que a mulher do "camarada" Roosevelt era amante de um espião soviético.
Churchill queria que o desembarque dos Aliados se realizasse nos Bálcãs, não na Normandia. Ele sabia muito bem que por onde passasse o trator comunista, nada seria devolvido aos habitantes desses países, do Leste europeu.
Vale lembrar, ainda, que os aliados (especialmente os britânicos), junto com os russos, se calaram sobre o Massacre de Kátin (*), em que oficiais poloneses foram massacrados pelas tropas soviéticas.
Outro crime cometido pelos Aliados ocidentais foi terem entregue cerca de meio milhão de pessoas à sanha de Stálin, como escreveu Alexandre Soljenítsin em seu portentoso "Arquipélago Gulag":
"Em todo o período de 1945 a 1946, avançou para o arquipélago, enfim, uma grande torrente de verdadeiros inimigos do poder (os homens de Vlassov, os cossacos de Krasnov, os muçulmanos das unidades nacionais criadas por Hitler), uns convictos e outros forçados.
Juntamente com eles foi capturado nada menos de meio milhão de refugiados, que tinham fugido ao poder soviético: civis de todas as idades e de amos os sexos, que tinham conseguido esconder-se no território dos Aliados, mas foram perfidamente devolvidos nos anos de 1946-47, pelas respectivas autoridades, aos soviéticos.
Surpreendentemente, apesar de no Ocidente ser impossível guardar segredos políticos por muito tempo, pois acabam inevitavelmente por ser divulgados, o segredo dessa traição conheceu um sorte diferente, sendo guardado ciosamente pelos governos britânico e americano. Na verdade, deve ser, se não o último segredo da Segunda Guerra Mundial, um dos últimos. Tendo encontrado inúmeras vezes pessoas dessas nas prisões e nos campos, custava-me acreditar que neste quarto de século a opinião pública do Ocidente nada soubesse dessa entrega, grandiosa pelas suas proporções, de gente simples da Rússia, pelos governos ocidentais, à repressão e à morte. Só em 1973 (no Sunday Oklahoma de 21 de janeiro) saiu um pequeno artigo de Julius Epstein, a quem daqui me atrevo a transmitir o meu agradecimento, em nome da massa de mortos e dos poucos vivos. Trata-se de um breve documento incompleto acerda do ocorrido e oculto até o presente, entre os muitos volumes a escrever sobre a repatriação forçada para a União Soviética. Tendo vivido dois anos nas mãos de autoridades britânicas, com um falso sentimento de segurança, os russos foram apanhados de surpresa, nem compreendendo sequer que os repatriavam... Eram na maioria simples camponeses, com um rancor pessoal contra os bolcheviques. As autoridades inglesas portaram-se com eles como se se tratasse de criminosos de guerra , entregando-os contra sua vontade às mãos daqueles de quem não se pode esperar um julgamento justo . Foram enviados todos para o extermínio, para o Gulag.
Um certo número de polacos, membros do Exército nacional de Kráiova, partidários de Mikolajczyk, passou pelas nossas prisões em 1945, antes de seguir para o Gulag.
Havia também uns tantos romenos e húngaros.
A partir do fim da guerra e por longos anos foi escorrendo a abundante torrente dos nacionalistas ucranianos (os partidários de Bandera).
Sobre o pano de fundo de toda essa gigantesca transplantação de milhões de pessoas no pós-guerra, poucos foram os que observaram torrentes tão pequenas como:
- a das moças que namoravam estrangeiros (1946-47), ou seja, que se deixavam cortejar por estrangeiros. Elas eram marcadas com o rótulo do artigo 7-35 (socialmente perigosas);
- a das crianças espanholas, essas mesmas que tinham sido expatriadas durante a Guerra Civil, mas que já se tinham convertido em adultas depois da Segunda Guerra Mundial. Educadas em internatos nossos, elas adaptavam-se entretanto mal à nossa vida. Muitas tentaram regressar a casa Eram também marcadas com o rótulo 7-35 (socialmente perigosas), e as mais obstinadas com o do artigo 58-6 (espionagem em proveito... da América)" (Arquipélago Gulag, Difel, São Paulo, 1975, pg. 94 e 95).
(*) Massacre de Kátin:
"E quem viu os trinta mil tchecos que deixaram no ano de 1930 a Tchecoslováquia ocupada pela querida pátria eslava, a URSS? Não era possível garantir que algum deles não fosse um espião. Mas foram todos enviados para campos de concentração do norte (é de lá que parte, em tempo de guerra, o ‘corpo tchecoslovaco’). Mas, permitam ainda, não foi em 1939 que estendemos a mão em ajuda dos ucranianos ocidentais, dos bielo-russos ocidentais, e depois, em 1940, dos habitantes da região do Báltico, bem como dos moldávios? Aconteceu que os nossos irmãos não eram completamente limpos, e daí fluíram as torrentes da profilaxia social. Foram presos os que eram demasiado abastados e influentes, os que se destacavam pela sua independência, inteligência e notoriedade. Nas antigas prisões da Polônia foram presos sobretudo muitos polacos (foi então que encontraram as vítimas do massacre de Kátin (*) e que nos campos de concentração do norte se reuniram os membros do futuro exército de Sikorski-Anders). Por toda parte se detinham os oficiais. E assim se condicionavam as populações, reduzindo-as ao silêncio, privando-as dos possíveis dirigentes da resistência. Assim eram chamados à razão, esfriando-se as antigas relações, as antigas amizades. A Finlândia deixou-nos um istmo sem população, mas em compensação na Carélia e em Leningrado procedeu-se à extração e à transplantação de todas as pessoas de sangue finlandês. Nós nem sequer demos por esse pequeno riacho: não temos sangue finlandês” (Alexandre Soljenítsin, in "Arquipélago Gulag", pg. 86).
"Em setembro de 1939 a Polônia foi derrotada, depois de ter sido invadida simultaneamente pelos nazistas, a Oeste, e pelos aliados destes, os comunistas, a Leste. Como recompensa a seus amigos soviéticos pela preciosa ajuda, Hitler lhes outorgou então uma zona de ocupação de duzentos mil quilômetros quadrados. A partir da derrota da Polônia, os soviéticos massacraram nessa zona, sob as ordens escritas de Stálin, vários milhares de oficiais poloneses prisioneiros de guerra - mais de 4 mil em Katyn (perto de Smolensk), local onde foi descoberto posteriormente um dos mais famosos ossários, além de outros 21 mil em vários locais. Deve-se adicionar a essas vítimas cerca de 15 mil prisioneiros soldados comuns, provavelmente mortos por afogamento no Mar Branco. Perpetrados em poucos dias segundo um plano preestabelecido, esses assassinatos em massa de poloneses vencidos, exterminados pelo simples fato de serem poloneses, constituem indiscutíveis crimes contra a humanidade, e não apenas crimes de guerra, já que a guerra, para a Polônia, havia terminado" (Carlos I. S. Azambuja, in “Mídia Sem Máscara”, 27/09/2003).
"O Colossus foi a primeira máquina programável e digital da história, construído na Inglaterra em 1943 como parte do projeto militar do país para decodificação das mensagens nazistas criptografadas pela máquina Enigma . Permitiu iludir Hitler de que o desembarque dos Aliados seria em Calais e não na Normandia (Operação Overlord) e impediu o Marechal Rommel de chegar ao Egito. O Colossus foi parte fundamental da Máquina Universal de Turing, projetada por Alan Turing (O ENIAC, desenvolvido na Universidade da Pensilvânia, EUA, em 1946, é erradamente considerado por muitos como o primeiro computador da história). Assista o filme Enigma , de Michael Apted (2001), em que um matemático corre contra o tempo para decifrar o código secreto utilizado pelos nazistas durante a II Guerra Mundial. Este filme mostra a interceptação e a decifração de uma mensagem nazista, quando tropas de Hitler descobriram as ossadas em Katyn – fato escondido do público, na ocasião, porque os Aliados precisavam da ajuda soviética para combater o Reich" (Félix Maier, in “Arquivos ‘I’ – uma história da intolerância”, www.usinadeletras.com.br)”.
P.S.: A 2a. bomba atômica foi lançada dia 9 de agosto de 1945, não no dia 6, ocasião em que foi lançada a primeira bomba, sobre Hiroshima (F.M.).
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Mensagem recebida do embaixador Meira Penna, o "Barão de Castália", a quem enviei meu comentário:
De: José Osvaldo de Meira Penna
Responder para:
Enviado: quarta-feira, 9 de maio de 2007 12:24:57
Para: Félix Maier , ...
Cc: "Rede Liberal"
Assunto: RES: Dia da Vitória, dia de lembrar alguns crimes dos Aliados
O massacre de Katyn foi revelado aos Aliados Ocidentais pelas autoridades
polonesas que se haviam refugiado em Londres, logo após o início da Guerra
(1939-45). Mas o próprio Churchill, consciente da necessidade de apoiar os
soviéticos quando Hitler invadiu a URSS (1941), optou por esconder esse
segredo que os alemães haviam descoberto, por conveniência política. É
preciso levar em consideração que na IIª Guerra Mundial, não havia apenas
DOIS lados beligerantes, mas TRÊS. Poderíamo mesmo dizer que havia QUATRO
lados beligerantes, se acrescentarmos a Guerra do Pacífico contra o Japão
após Pearl Harbour.
Quando servi na Polônia ao final de minha carreira (1980/81), era freqüente
encontrar a palavra Katyn pintada nas paredes. Era o primeiro sinal da
intenção de libertar o país do jugo soviético, o que só ocorreria oito anos
depois.
Os alemães, mesmo durante a guerra, apresentaram a prova do massacre a
diplomatas de nações neutras (Suécia, Suíça, Portugal, Espanha) mas, em
plena guerra, não era possível enfraquecer o oportunismo da aliança com
Stáline. Isso só foi possível após o início da chamada Guerra Fria, marcada
pelo famoso discurso de Churchill em Fulton, estado de Misssouri, o estado
do então Presidente Truman, em março de 1946, menos de um ano depois do fim
de IIª Guerra Mundial. Foi nessa ocasião que Churchill, o mais eminente e
lúcido estadista do século, usou pela primeira fez a expressão "Cortina de
Ferro", para descrever o que estava ocorrendo na Europa dominada por
Stáline.
Cordial Abraço
Meira Penna
www.meirapenna.org
***
Outra mensagem de Meira Penna, agradecendo a inserção de sua mensagem no texto acima:
De: José Osvaldo de Meira Penna
Responder para:
Enviado: quarta-feira, 9 de maio de 2007 13:25:17
Para: Félix Maier
Cc: "Rede Liberal"
Assunto: RES: RES: Dia da Vitória, dia de lembrar alguns crimes dos Aliados
Obrigado pela referência mas vale salientar que a URSS ainda não era aliada
das democracias ocidentais quando começou a guerra em Setembro de 1939.
Pelo contrário. Pelo Acordo Ribbentrop-Molotov aparecia como aliada da
Alemanha nazista, o que lhe permitiu abocanhar a metade da Polônia, os
países bálticos, um pedaço da Romênia e outro da Finlândia. Esta resistiu
galhardamente à agressão armada dos soviéticos, numa guerra local. A