Na passada Festa do Ano Novo Chinês promovida e transmitida pela Televisão Central da China (CCTV, em sua sigla em Inglês), a dança do Buda de Mil Mãos prendeu a atenção de todos os telespectadores.
Trajados em dourado, 21 dançarinos surdos e mudos formaram uma fila vertical e 42 braços promoviam diferentes gestos simultaneamente, levando a todos a imagem do Buda de Mil Mãos, encontrada em muitas grutas da China.
A dança maravilhosa foi criada por um famoso coreógrafo e chinês, Zhang Jigang.
A Dança do Bodisatva de Mil Mãos impressiona tanto pela extraordinária beleza quanto pelo fato de que os 21 bailarinos são surdos!
O coreógrafo e sua trupe já foram convidados para participar da cerimônia de abertura das Olimpíadas de Pequim em 2008.
“A idéia de encenar o Buda das Mil Mãos me ocorreu em 1997 durante uma viagem e achei que este tema seria uma poderosa inspiração para os bailarinos surdos e os ajudaria a compreender que se uma pessoa é bondosa e generosa ela pode sempre contar com a ajuda dos outros, através de mil mãos. Este é o sentido da imagem deste Bodisatva".
"Os 21 dançarinos são surdos-mudos, por isso, os ensaios eram bastante difíceis e complicados. Eles não conseguiam ouvir nenhuma nota e só podiam compreender o ritmo e a melodia por intermédio do professor de mímica. Até ficavam de bruços na caixa de som ou no chão para poder sentir um pouquinho do rítmo da música. Zhang Jigang se emocionava sempre com os dançarinos."
As obras de Zhang Jigang têm como origem as danças folclóricas. Para muitas pessoas, as danças populares não se referem aos enredos a fundo por falta da expressividade, mas Zhang interpreta a arte de sua maneira, considerando que todos os tipos de dança incluindo as danças populares chinesas são uma linguagem que explana o pensamento e emoção dos dançarinos. Os artistas precisam de descobrir os pormenores de vida para produzir boas obras.
"A vida oferece diversas fontes de inspiração para artistas. Um excelente artista deve ser sempre perspicaz. Por que algumas pessoas podem descobrir a beleza no cotidiano, outras não? A perspicácia é a resposta".